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Estado de Minas ROLLING STONES

Charlie Watts: a hist�ria do f� de jazz que virou estrela mundial do rock

O m�sico morreu aos 80 anos em um hospital de Londres, segundo sua assessoria de imprensa


24/08/2021 15:44 - atualizado 24/08/2021 16:17

Charlie Watts foi baterista dos Rolling Stones desde 1963(foto: Getty Images)
Charlie Watts foi baterista dos Rolling Stones desde 1963 (foto: Getty Images)

O baterista dos Rolling Stones, Charlie Watts, morreu aos 80 anos, segundo a assessoria de imprensa do m�sico.

"� com imensa tristeza que anunciamos a morte de nosso amado Charlie Watts", afirma a equipe do baterista, em um comunicado.

"Ele faleceu em paz em um hospital de Londres, hoje cedo, cercado por sua fam�lia."

A nota afirma que Watts era "um querido marido, pai e av�" e "um dos maiores bateristas de sua gera��o".

 

 

 

O comunicado acrescentou: "Pedimos gentilmente que a privacidade de sua fam�lia, membros da banda e amigos pr�ximos seja respeitada neste momento dif�cil."

A morte de Watts ocorre semanas depois de ter sido anunciado que ele n�o iria participar da turn� da banda nos Estados Unidos. Segundo a banda, ele estaria em recupera��o de um procedimento m�dico n�o especificado. Watts j� havia se recuperado de um c�ncer de garganta, em 2004.Ele era membro dos Stones desde janeiro de 1963, quando se juntou a Mick Jagger, Keith Richards e Brian Jones.

O trabalho de Watts era a base que escorava a m�sica dos Rolling Stones. Ao mesmo tempo, para o baterista, tocar em uma banda que virou sin�nimo de rock & roll n�o resultou na mesma "ego trip" vivenciada pelo vocalista Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards.

F� do jazz, Watts "disputava" com o ex-baixista Bill Wyman o t�tulo de membro menos carism�tico da banda; ele evitava os holofotes e raramente dava entrevistas.

Nascido em 2 de junho de 1941, em Londres, Watts vinha de uma fam�lia oper�ria. Seu pai era motorista de caminh�o, e ele cresceu em uma casa pr�-fabricada para onde sua fam�lia se mudou depois de bombardeios alem�es durante a Segunda Guerra terem destru�do centenas de casas na regi�o londrina onde moravam.

Um amigo de inf�ncia certa vez descreveu a paix�o de Watts pelo jazz e lembra de escutar �lbuns de artistas como Jelly Roll Morton e Charlie Parker no quarto do jovem.


Jazz era a paixão original de Watts(foto: BBC)
Jazz era a paix�o original de Watts (foto: BBC)

Na escola, Watts desenvolveu o gosto e o talento pela arte. Formou-se na Escola de Arte Harrow e trabalhou como designer gr�fico em uma ag�ncia de publicidade.

Mas seu amor pela m�sica era a for�a dominante em sua vida. Ele havia ganhado dos pais um conjunto de bateria aos 13 anos, no qual ele tocava ao som de seus discos de jazz.

At� que ele come�ou a se apresentar como baterista em casas noturnas e pubs e, em 1961, recebeu de Alexis Korner o convite para tocar em sua banda, Blues Incorporated. Ali tamb�m tocava o guitarrista Brian Jones, que levou Watts para a ent�o iniciante banda The Rolling Stones - que havia perdido seu baterista original, Tony Chapman.

'Traseiro de Mick Jagger'

O resultado daquele encontro inicial, segundo Watts descreveria mais tarde, foram "quatro d�cadas vendo o traseiro de Mick Jagger na minha frente".

A habilidade e a experi�ncia de Watts s�o consideradas inestim�veis. Junto com Wyman, ele fazia um contraponto �s guitarras de Richards e Jones e � performance de Jagger.

Os primeiros shows dos Stones muitas vezes acabavam em caos, enquanto jovens f�s escalavam o palco para abra�ar seus �dolos. Watts muitas vezes se via tentando manter o ritmo da bateria com garotas presas a seus bra�os.


Rolling Stones em 1964; Watts costumava evitar os holofotes(foto: Getty Images)
Rolling Stones em 1964; Watts costumava evitar os holofotes (foto: Getty Images)

Al�m de sua habilidade musical, ele encontrou utilidade tamb�m para sua experi�ncia em design gr�fico. Participou da confec��o da capa do �lbum de 1967, Behind the Buttons, e ajudou a criar os projetos de palco, que se tornariam cada vez mais importantes nas turn�s.

Foi dele a ideia de promover a turn� de 1975 nos EUA com uma apresenta��o na traseira de um caminh�o que se movia por Manhattan, em Nova York.

Ele lembrava-se de que bandas de jazz de Nova Orleans haviam usado dessa estrat�gia, que depois seria copiada tamb�m por bandas como AC/DC e U2.

Seu estilo de vida nas turn�s contrastava com o dos demais integrantes dos Stones. Ele era conhecido por rejeitar as hordas de groupies que acompanhavam a banda nas viagens, mantendo-se fiel a sua esposa, Shirley, com quem havia se casado em 1964.

Ascens�o e queda

No entanto, nos anos 1980, durante o que depois descreveria como uma crise de meia-idade. Watts viu sua vida descarrilar com bebidas e drogas, resultando em um v�cio em hero�na.

"Fiquei t�o mal que at� o Keith Richards, aben�oado seja, me pediu que me compusesse", ele contou certa vez.

Ao mesmo tempo, sua esposa tamb�m enfrentava o alcoolismo, e sua filha, Seraphina, havia se tornado uma jovem "rebelde", sendo expulsa de uma escola de prest�gio por fumar maconha.


Ele manteve seu vínculo com o jazz com projetos como o The Charlie Watts Orchestra(foto: Getty Images)
Ele manteve seu v�nculo com o jazz com projetos como o The Charlie Watts Orchestra (foto: Getty Images)

Nesse per�odo, a rela��o de Watts com Jagger tamb�m chegou a seu ponto mais baixo.

Um epis�dio famoso se desenrolou em um hotel de Amsterd�, em 1984, quando Jagger, b�bado, teria acordado Watts berrando ao telefone: "onde est� o meu baterista?"

Watts respondeu com uma visita ao quarto do vocalista, onde lhe desferiu um soco e disse "nunca mais me chame de 'seu baterista', seu maldito cantor".

A crise durou dois anos e ele emergiu dela, sobretudo, com a ajuda de Shirley.

Vida

Dono de uma fortuna estimada em 80 milh�es de libras (equivalente hoje a R$ 576 milh�es) como resultado da duradoura popularidade dos Stones, Watts vivia com sua esposa em uma fazenda em Devon, na Inglaterra, onde criavam cavalos.

Ele tamb�m havia se tornado uma esp�cie de especialista em antiguidades, e coletava desde memorabilia da Guerra Civil Americana at� carros antigos - o que � curioso, uma vez que Watts n�o dirigia.

Nos intervalos das turn�s, Watts alimentava seu amor pelo jazz. Embora gostasse de toar rock e amasse seu trabalho nos Stones, ele diz que o jazz lhe dava "mais liberdade".

Sempre elegante - Watts costumava figurar em listas de homens mais bem vestidos -, ele se manteve com os p�s no ch�o durante sua carreira em uma das bandas mais longevas da hist�ria.

"Dizem que � para ser sexo, drogas e rock & roll", ele disse uma vez. "Eu n�o sou bem assim."

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