A hist�ria da paraibana ficou conhecida em sua passagem no in�cio do ano no reality show da TV Globo, o Big Brother Brasil. Nele, Juliette conquistou o cora��o de quase 33 milh�es de brasileiros (seus n�meros atuais nas redes sociais). A voz foi uma das qualidades que ficaram marcadas quando, ainda na casa, cantava m�sicas de grandes artistas nordestinos, como “Deus me proteja”, de Chico C�sar, e viralizava por todo pa�s.
Fora da casa, sua equipe, que ainda era formada pelos amigos mais pr�ximos, percebendo o fen�meno que ela se tornou, decidiu deixar o caminho preparado para ela. Juliette n�o s� saiu com o pr�mio de R$ 1,5 milh�o, como com as m�sicas preparadas para ela gravar e investir na carreira de cantora e ainda com o apoio de Anitta.
Ainda em �xtase com todo sucesso, ela contou durante uma coletiva de imprensa, que demorou um pouco para entender e se aceitar como cantora. “Quando eu sa� e vi que realmente as pessoas me viam como uma poss�vel cantora, fiquei muito surpresa. J� no primeiro dia tive contato com as m�sicas e com a Anitta. Ela me ligou e eu fiquei ‘Como assim?’, sem entender nada. Foi assustador e foi um processo dif�cil at� eu me entender assim e visualizar uma carreira como cantora. O que realmente me fez acreditar, confiar, foram as letras das m�sicas e v�rios artistas que eu conheci e me deram for�a. Foi assustador, mas agora j� estou aceitando. Ainda fico com um pouco de vergonha, mas t� achando bom”, disse a advogada e agora cantora.
Em tantas oportunidades que surgiram quando saiu do reality, ela conta que a carreira de cantora foi o que mais fez sentido. “O que me fez decidir [a escolha de ser cantora] � que de tudo que eu estava fazendo, eu encontrava mais sentido na m�sica. Todas as outras coisas eu fazia com muita felicidade, mas a m�sica era o que me trazia paz. Todo mundo sabe, eu sou apaixonada por m�sica e era uma forma de comunicar amor, que eu tamb�m sentia e vivia junto. Tamb�m tive encontros com artistas maravilhosos, tive sonhos e mensagens muito bonitas sobre m�sica o tempo inteiro, ent�o eu s� acreditei no que meu cora��o j� falava”, destacou.

Resultado que n�o agradou s� Juliette, mas como o Brasil inteiro. A estreia musical de Juliette j� � o maior lan�amento nacional da hist�ria do Spotify, figurando no topo da lista dos discos e EPs que mais foram tocados em suas primeiras 24 horas de vida. Al�m disso, com os seus 5,9 milh�es de plays, o EP teve a segunda maior estreia global da hist�ria da plataforma, perdendo apenas para o disco “Chromatica”, da americana Lady Gaga. Enquanto isso, todas as m�sicas estrearam direto no top 15 das faixas mais tocadas do Spotify Brasil.
Toda repercuss�o ainda deixa a paraibana assustada e sem dimens�o do que s�o estes n�meros. “Eu n�o imaginei nem ganhar o Big Brother, fico assustada. Sabe aquela cara que eu fiquei quando ele [Tiago Leifert] falou meus seguidores (na final do programa)? Eu fico assim. S� penso que fiz a escolha certa e gra�as a Deus a minha m�sica t� conseguindo tocar as pessoas e o resto � consequ�ncia, t� muito grata”, comemora.
Clipe

A letra, que fala de uma paix�o entre duas pessoas de culturas diferentes, foi outro motivo que motivou a escolha. “Ela tamb�m traz uma mensagem muito bonita de diferen�a e dessa beleza que � a mistura e a multiplicidade que � o nosso pa�s”, conta. O clipe tamb�m � carregado de refer�ncias de sua raiz nordestina e marcado pela diversidade, com figurantes de v�rias etnias e estilos. Uma das cenas, inclusive, marca o amor ressaltado na m�sica, trazendo um beijo gay.
Mas, o que chamou aten��o foi o boy de inspira��o que tirou os p�s de Juliette do ch�o e acelerou o cora��o da paraibana. Um pouco t�mida com o assunto, ela revelou: “Eu tenho uns paqueras, ali�s, s� um. Mas a m�sica foi feita antes, ent�o eu t� dando sentido para a m�sica ainda nesse ponto. Nas outras eu vejo mais como diferen�a entre pessoas. Ent�o eu t� come�ando uma paquera ainda. Depois a gente tem que fazer outra coletiva para quando tiver dado certo (o relacionamento) e revelar quem �”, brinca.
Show
Como o reality aconteceu durante a pandemia de COVID-19, com protocolos de seguran�a sendo necess�rios para evitar a dissemina��o do v�rus, Juliette ainda n�o teve a oportunidade de ter a dimens�o de p�blico que conquistou. Agora, com o lan�amento do EP, ela diz que espera passar todo caos para poder pensar em um show e ver seus 'cactos' mais de perto.
“Estou planejando meus sonhos para tudo acontecer no seu tempo. Meu sonho era encontrar sentido para tudo que est� acontecendo comigo e eu j� consegui. Meu sonho era gravar as m�sicas de uma forma bonita e j� consegui. Talvez o meu pr�ximo sonho seja fazer um show muito bonito, me preparar e me organizar para isso. Imagino como seria maravilhoso voltar da pandemia cantando minha m�sica e as pessoas conseguindo se abra�ar, acho que isso seria m�gico”, prev�.
Idolatria
Seu p�blico fiel, os 'cactos', foi um dos maiores impactos que Juliette teve fora da casa. Sair de uma posi��o an�nima e se ver rodeada de pessoas por onde passa assustou a paraibana, como ela mesma mencionou diversas vezes durante a coletiva de imprensa.
Algumas pessoas a colocam em uma posi��o de perfei��o, que ela faz quest�o de ressaltar que n�o � o lugar que ela quer ocupar. “Quem disser que eu sou perfeita n�o assistiu o programa. Eu n�o sou perfeita, erro todos os dias. Brigo com o povo, sou chata, met�dica, ansiosa, eu sou mil coisas. Eu erro, falo besteira, falo coisas que eu nem sei, me antecipo. Eu fa�o tanta coisa errada. Eu quero que as pessoas me vejam com a minha humanidade, colocar uma pessoa com r�tulo de perfeita, nunca erra, maravilhosa, � cruel e desumaniza-l�. N�o quero esse lugar, nunca quis. Por isso quando eu erro fa�o quest�o de pedir desculpas. Quando as pessoas que est�o comigo erram eu n�o tenho problema em apontar e dizer que foi errado porque todos n�s erramos o tempo inteiro e � assim que a gente evolui”, refor�ou.
Essa posi��o, como ela mesma fala em sua s�rie documental no GloboPlay, tirou peda�os dela mesma da liberdade que tinha antes. “Quando eu falo que eu perdi um peda�o de mim, em hip�tese alguma eu quero reclamar do que est� acontecendo comigo, isso tudo � um sonho. Mas eu falo da minha autonomia. Quando a gente n�o � famoso ou quando n�o batalha por uma vida art�stica, a gente tem autonomia e liberdade de escolha, de fazer tudo a hora que quiser, do jeito que quiser", diz.
"Hoje, eu n�o penso s� em mim. Eu penso em como eu vou influenciar uma pessoa, em como eu posso ser exemplo e o quanto eu posso machucar se fizer algo ruim. Isso � pesado, voc� perde um pouco da sua autonomia, fora que � uma agenda muito louca e isso vai deixando voc� um pouco preocupada. Mas eu tenho caminhado para diminuir isso e impor sempre o que me faz bem, a minha vontade”, comenta.
"Hoje, eu n�o penso s� em mim. Eu penso em como eu vou influenciar uma pessoa, em como eu posso ser exemplo e o quanto eu posso machucar se fizer algo ruim. Isso � pesado, voc� perde um pouco da sua autonomia, fora que � uma agenda muito louca e isso vai deixando voc� um pouco preocupada. Mas eu tenho caminhado para diminuir isso e impor sempre o que me faz bem, a minha vontade”, comenta.
Apesar disso, ela acredita que, at� a pr�xima edi��o do Big Brother Brasil, todo esse holofote passe para outras pessoas e ela vai poder ter maior liberdade. “Eu acho que quando tiver outro Big Brother, as pessoas v�o ter novos amores. Isso n�o quer dizer que v�o deixar de me amar, porque vou continuar amando todo mundo e fazendo muita coisa bonita. Mas eles v�o ter novos amores e a� eu sei que j� v�o dar uma acalmada. Eu j� t� curiosa, porque eu tamb�m quero assistir e me apaixonar pelo povo tamb�m”, disse.