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Estado de Minas NOITE DE BH

A Aut�ntica lan�a campanha para erguer nova sede onde era o Lapa Multshow

Fechada na Savassi, casa noturna deve reabrir em mar�o de 2022 no novo endere�o, que exige ampla reforma. S�cios tentam venda antecipada de ingressos


28/09/2021 04:00 - atualizado 28/09/2021 07:33

O proprietário Leo Moraes, em 2016, na casa de shows na Savassi, que tinha capacidade para 400 lugares. Com abertura prevista para março de 2022, a nova sede poderá abrigar até 1.500 pessoas
O propriet�rio Leo Moraes, em 2016, na casa de shows na Savassi, que tinha capacidade para 400 lugares. Com abertura prevista para mar�o de 2022, a nova sede poder� abrigar at� 1.500 pessoas (foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)

N�o s� Belo Horizonte, mas o mundo era outro durante os 13 anos e meio em que o Lapa Multshow (1997 a 2011) funcionou no Santa Efig�nia – o quarteir�o da Rua �lvares Maciel com Avenida Brasil fervia. 

No boteco ao lado do n�mero 312, era grande a concentra��o de gente fazendo um esquenta para o show da noite. E foram v�rios, memor�veis, lotados, sob um calor que, �s vezes, beirava o insuport�vel: Los Hermanos, Na��o Zumbi, Tom Z�, Cordel do Fogo Encantado, Mudhoney, Otto.

O cen�rio � hoje impens�vel, com a assepsia que a pandemia exige de n�s. Mas, 10 anos depois de seu fechamento, a casa anuncia sua reabertura. Com novos donos, nome e formato, mas sem perder a ess�ncia: como espa�o para shows. 

Fechada em mar�o de 2020 com o in�cio da crise sanit�ria e desde junho do ano passado “sem casa” (j� que o ponto na Savassi foi entregue), A Aut�ntica ser� reaberta em 2022, no mesmo galp�o (originalmente o Cine Santa Efig�nia) do antigo Lapa.


FUNDOS

Nesta ter�a (28/09) ter� in�cio na plataforma Sympla a campanha Te vejo na Aut�ntica para angariar fundos para come�ar a reforma do espa�o, que, na �ltima d�cada, funcionou como um estacionamento. A primeira etapa, que ficar� no ar por 30 dias, tem como objetivo arrecadar R$ 200 mil. N�o � propriamente uma campanha de financiamento coletivo, mas o modelo � semelhante. 

A campanha � de venda antecipada de ingressos para qualquer evento da casa. Na primeira fase, cada compra ter� o seu valor dobrado. Os lotes s�o de R$ 50 – ou seja, R$ 100 de cr�dito, assim que a casa for aberta. Quando o primeiro lote acabar, o segundo oferecer� 80% de cashback; o terceiro, 60%, e assim por diante. 

“Hoje n�o h� palco nem bar, mas o mais pesado da obra � o telhado, que tem que ser trocado, pois est� em p�ssimas condi��es, al�m da parte el�trica e da estrutura de preven��o contra inc�ndio”, comenta Leo Moraes, um dos tr�s s�cios d’A Aut�ntica. 

TELHADO

Esses R$ 200 mil iniciais ser�o para troca do telhado – ele precisa de pelo menos R$ 500 mil para colocar o espa�o em funcionamento. A inten��o, de acordo com Moraes, � reabrir a casa no novo endere�o em mar�o de 2022, logo ap�s o carnaval. 

“Estamos otimistas e acreditamos que nesse per�odo um grande n�mero de pessoas ter� se vacinado. Obviamente, pensando na pandemia, nosso plano de neg�cios traz a possibilidade de trabalhar com um p�blico menor, um espa�o modul�vel que funcione com mesas e distanciamento”, comenta.

Durante os cinco anos em que funcionou na Rua Alagoas, na Savassi, A Aut�ntica realizou 910 eventos. Por seu palco passaram O Terno, Roberto Menescal, Boogarins, Tulipa Ruiz, L� Borges e Ava Rocha. Era uma casa de 400 lugares – o novo espa�o tem capacidade para at� 1,5 mil pessoas. “Olhamos v�rios lugares na cidade, mas o nosso sonho sempre foi o Lapa”, diz Moraes, que assinou o contrato de loca��o h� um m�s.

Ele tem consci�ncia de que em novo endere�o ter� capacidade para um p�blico quase quatro vezes maior do que n’A Aut�ntica original. “A grande quest�o, no entanto, � que o custo n�o � quatro vezes maior, ent�o temos uma possibilidade de receita tamb�m maior”, comenta. Neste momento, ele tem que correr contra o tempo para come�ar as reformas, j� que, muito em breve, ter� in�cio o per�odo de chuvas.

O passo � grande, ainda mais em meio �s crises econ�mica e sanit�ria. “Verba nossa, n�o temos. Estamos (em paralelo com a campanha virtual) buscando investidores e empresas patrocinadoras. H� interessados, mas as coisas est�o em aberto”, diz Moraes.

%u201CEu não fechei, %u2018fui fechado%u2019%u201D, diz Guilardo Veloso, sobre a casa no Santa Efigênia, requisitada de volta pelo proprietário, em 2011. Foto acima foi feita dois anos antes do fechamento
%u201CEu n�o fechei, %u2018fui fechado%u2019%u201D, diz Guilardo Veloso, sobre a casa no Santa Efig�nia, requisitada de volta pelo propriet�rio, em 2011. Foto acima foi feita dois anos antes do fechamento (foto: Euler Junior/EM/D.A.Press)

HOTEL

O Lapa foi fechado no meio de 2011. “Eu n�o fechei, ‘fui fechado’”, afirma Guilardo Veloso, ent�o propriet�rio da casa de shows. Na �poca, o propriet�rio pediu o pr�dio de volta. “Dizia-se que iriam construir um hotel para a Copa do Mundo, e n�o foi � frente. Depois iriam transformar o espa�o numa casa da m�sica de Belo Horizonte, que seria administrada pelo setor cultural e a Prefeitura de BH. Tamb�m n�o foi para a frente, e ele virou um estacionamento. � muito dif�cil manter aquilo”, afirma Veloso.

O Lapa se consolidou no final da d�cada de 1990 com o forr�, que chegou � cidade por meio do projeto Sala de Reboco. Houve tamb�m muitas noites dedicadas ao samba. Paralelamente, os shows de grandes nomes da �poca. 

“Peguei um momento de efervesc�ncia cultural no Brasil inteiro e em BH em particular. Havia muitos grupos diferentes, e o Lapa surfou naquele momento”, acrescenta Veloso, lembrando-se de que “sempre foi dif�cil fechar as contas”. O produtor cultural sonha em reabrir o Lapa: “Mas s� quando for num im�vel meu. Quando me tiraram de l�, perdi R$ 1 milh�o de investimento na casa”, afirma.


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