
Mas h� uma grande diferen�a em “Duna”, que chega nesta quinta (21/10) aos cinemas brasileiros. Aqui, ele n�o partiu da vers�o cinematogr�fica (dirigida por David Lynch, de 1984) e sim da fonte original, o romance hom�nimo de 1965 do escritor americano Frank Herbert.
Pois Villeneuve nem se deu ao trabalho. Se o filme anterior condensava a hist�ria (de mais de 500 p�ginas) em pouco mais de duas horas, o cineasta canadense s� adaptou a primeira metade da saga do romance original.
OR�AMENTO
“Duna” est� sendo lan�ado como parte 1. Villeneuve queria ter rodado o segundo filme na sequ�ncia do primeiro, mas n�o conseguiu autoriza��o do est�dio. O segundo foi anunciado, mas n�o est� devidamente confirmado. Um or�amento de US$ 165 milh�es n�o � l� algo com que a Warner Bros. v� brincar.
Como todos os filmes realizados durante a pandemia, esse enfrentou adiamentos em sua chegada aos cinemas. E o futuro da saga depende tanto dos resultados da bilheteria quanto do streaming, j� que, de acordo com as regras do mercado de exibi��o, o longa deve chegar ao cat�logo da HBO Max 35 dias depois de sua estreia nas salas de cinema.
Mas este papo n�o � para agora, j� que “Duna” foi feito para ser assistido no cinema. S�o 2h35min de uma narrativa densa, impactante, que de uma forma estranhamente bela conversa com os nossos tempos. � a eterna briga entre o bem e omal, opressor e oprimido, com v�rias nuances, um acabamento fora do comum (os efeitos e a trilha sonora s�o de Hans Zimmer e, volta e meia, fazem tremer a cadeira do cinema) e um elenco estelar.
FEUDOS
Em um futuro mais do que distante, a gal�xia � dividida em feudos (este da� � s� um paradoxo, a mil�nios do agora, nem computadores existem), cada qual em seu planeta. Toda a humanidade depende de um �nico bem, uma especiaria, a �nica fonte capaz de fazer com que viagens que duram anos-luz ocorram rapidamente. Pois esta fonte est� imersa na areia, no planeta Arrakis, um imenso deserto de calor insuport�vel ao corpo humano.
Homem nobre – de descend�ncia e valores – o duque Leto Atreides (Oscar Isaac) � designado pelo imperador para assumir a opera��o do planeta Arrakis, onde imensas m�quinas mineram, noite e dia, a tal especiaria. Os humanos t�m dificuldade de viver no local por causa das condi��es clim�ticas – mas o pior s�o vermes de at� 400 metros que atacam, nas dunas, ao som do menor barulho.
Antes, o lugar era dominado pela Casa Harkonnen, poderosa, temida e cruel, personificada na figura do bar�o Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgard), que provoca tanto medo quanto repulsa. Impedido de continuar lucrando com a especiaria, Harkonnen quer se vingar de Atreides e matar todos.
FEITICEIRAS
As armas da Casa Atreides s�o duas: Jessica (Rebecca Ferguson), a m�e dos filhos do duque, integrante de um cl� de feiticeiras chamado Bene Gesserit, e o �nico herdeiro homem de Leto, Paul Atreides (Timoth�e Chalamet), jovem que aprende a lutar como o pai, mas logo desenvolve os poderes da m�e – e isso inclui uma voz gutural que faz com que qualquer pessoa obede�a �s ordens e sonhos premonit�rios.
Ao lado dos protagonistas est�o homens de grande valor, como Duncan Idaho (Jason Momoa) e Gurney Halleck (Josh Brolin), que n�o s�o apenas os oficiais � frente do ex�rcito da Casa Atreides, como tamb�m os mentores de Paul. Paralelamente, h� tamb�m os Fremen, os povos origin�rios de Arrakis, os �nicos capazes de sobreviver ao deserto e � escassez de �gua.
A aridez do planeta faz com que todos eles tenham olhos com uma estranha cor azul. Nesse grupo, logo despontam Stilgar (Jarvier Bardem) e a jovem Chani (Zendaya). Paul sabe, de antem�o, por causa dos sonhos, que ele viver� com ela uma intensa hist�ria de amor e luta.
MESSIAS
O filme s� acompanha a primeira fase da saga de Paul, que muitos acreditam ser uma esp�cie de messias para os povos do deserto. O que vemos neste primeiro filme � a transi��o de um jovem, que at� ent�o viveu protegido, em um mundo �spero em que surpresas aparecem a cada instante. Mais do que a trama em si, o que interessa � a forma como Villeneuve conta a hist�ria.
O deserto ganha vida a cada sequ�ncia – por vezes, temos a impress�o de que esculturas dominam a tela. Os tais vermes, monstros que surgem inesperadamente, assustam pelo tamanho e pelo formato, mas n�o menos do que o inimigo inesperado que pode vir na figura de um min�sculo inseto. E “Duna”, que toca em temas universais e urgentes, como religi�o e crise clim�tica, acaba dialogando, de forma extravagante, com os dias de hoje (h� inclusive m�scaras e uma roupa de sobreviv�ncia no deserto). � um grande come�o, em v�rios sentidos. Tor�amos para que a sequ�ncia seja confirmada.
“DUNA”
(EUA/Canad�, 2021, 155min, de Denis Villeneuve, com Timoth�e Chalamet, Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Jason Momoa) – Nova adapta��o do romance de fic��o cient�fica de Frank Herbert, acompanha a saga do filho de uma fam�lia nobre encarregado de proteger um planeta distante, o �nico que possui o elemento vital de toda a gal�xia. Estreia nesta quinta (21/10) nos cines BH, Big, Boulevard, Cidade, Contagem, Del Rey, Diamond, Esta��o, ItauPower, Minas, Monte Carmo, Norte, P�tio e Via Shopping