Ao mesmo tempo que sociedades ocidentais ficam mais abertas sexualmente, h� menos cenas de sexo nas grandes produ��es de cinema do que jamais houve. Ser� que a ind�stria cinematogr�fica entrou numa nova era puritana?
Fred MacMurray fica obcecado com uma tornozeleira na perna de Baraba Stanwyck no filme Pacto de Sangue. Viggo Mortensen e Maria Bello saem de uma briga de casal para um sexo agressivo numa escada em Marcas da Viol�ncia. Kim Basinger e Mickey Rourke namoram no ch�o da cozinha em 9 ½ Semanas Amor.Esses s�o apenas tr�s exemplos de cenas picantes apresentadas na grande tela, entre muitas ao longo da hist�ria do cinema. Seja na troca de olhares sensuais ou em amassos cuidadosamente filmados sob os len��is ou nu frontal, a sexualidade � uma parte inerente da experi�ncia cinematogr�fica — porque sexo � uma parte inerente das nossas vidas. Negar sexo e sexualidade no cinema � negar a totalidade de nossa pr�pria humanidade.
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Mas ser� que, apesar de tudo isso, cineastas est�o cada vez mais abandonando o erotismo?
Durante o ver�o europeu deste ano, antes da exibi��o de estreia de seu filme Benedetta no festival de Cannes, o veterano cineasta Paul Verhoeven deu uma entrevista � revista americana Variety. Questionado por que filmes como seu suspense er�tico Instinto Selvagem n�o estavam mais sendo produzidos em Hollywood, ele respondeu: "Tem havido um movimento generalizado na dire��o do puritanismo. Eu acho que � uma confus�o a respeito da sexualidade nos Estados Unidos. A sexualidade � o mais b�sico elemento da natureza. Eu sempre fico pasmo ao ver que as pessoas ficam chocadas com sexo em filmes".
Para alguns cr�ticos, que t�m lamentado h� um certo tempo o que acreditam ser o novo puritanismo de Hollywood, ouvir isso de Verhoeven parece uma confirma��o de que estavam certos. Afinal, Verhoeven ajudou a definir o suspense er�tico dos anos 1990 e sempre foi, desde o in�cio, um diretor interessado em sexualidade ousada.
Embora ele tenha come�ado a fazer filmes em seu pa�s de origem, a Holanda, no final dos anos 1970, sua mudan�a para as grandes produ��es de Hollywood manteve seu mesmo gosto para a ousadia e para testar os limites, da not�ria cena de interrogat�rio em Instinto Selvagem � vulgaridade do criticado Showgirls (1995), at� seu drama recente sobre consentimento sexual, Elle (2016).
Verhoeven tamb�m claramente n�o perdeu seu toque transgressor. No festival de cinema de Nova York deste ano, um grupo cat�lico apareceu para protestar contra seu retrato de freiras l�sbicas no s�culo 17 no filme Benedetta. No m�nimo, ele sabe um pouco sobre como retratar sexo no cinema.
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O que as estat�sticas mostram
Ent�o Verhoeven est� certo?
Hollywood realmente tomou um caminho na dire��o de um cinema sem sexo.
Segundo uma pesquisa de 2019, da escritora Kate Hagen, a resposta � sim. Usando dados do site de cinema IMDB, ela descobriu que, estatisticamente, h� menos cenas de sexo em grandes produ��es da atualidade do que houve em qualquer momento dos �ltimos 50 anos.
Hagen escreveu: "Apenas 1,21% dos 148.012 longa-metragens lan�ados desde 2010 [segundo a base de dados do IMDB] cont�m cenas de sexo. Esse percentual � o mais baixo [de qualquer d�cada] desde os anos 1960. O sexo no cinema atingiu seu auge nos anos 1990, a era de ouro do suspense er�tico, com 1,79% de todos os filmes trazendo cenas de sexo. Essa queda de meio ponto percentual � enorme em termos relativos, considerando que quase quatro vezes mais filmes foram lan�ados na d�cada de 2010 do que nos anos 1990".
Certamente, sempre haver� filmes como o recente exc�ntrico musical Annette, primeiro filme em ingl�s do diretor franc�s Leos Carax, em que os atores Adam Driver e Marion Cotillard cantam enquanto fazem sexo oral. Ou Titane, vencedor deste ano da Palma de Ouro em Cannes e cujas brincadeiras sexuais com fluidez de g�nero fez da produ��o uma sensa��o entre os filmes de arte. Mas talvez seja este o cerne da quest�o: ao mesmo que a apresenta��o de sexo pode estar a todo vapor no cinema de arte de estilo europeu, as ind�strias tradicionais de cinema dos Estados Unidos e do Reino Unido ficaram menos sexualizadas.
O que aconteceu como o "softcore", o "porn�-chic", os suspenses er�ticos? Mesmo fora de qualquer um desses g�neros especificamente "sexy", o que aconteceu com as com�dias rom�nticas e filmes de adolescentes ou de a��o que tinham — mesmo que apenas um pouco — um frisson genuinamente sexual?
H� v�rias tend�ncias, sociais e cinematogr�ficas, que podem ser respons�veis pelo maior distanciamento do sexo nas telas de cinema. A raz�o mais mencionada � o fato de que, desde o auge do suspense er�tico nos anos 1990, a pornografia na internet tornou-se t�o facilmente dispon�vel que o p�blico estava se excitando com outras coisas, digamos assim.
De sua parte, no entanto, Verhoeven discordou dessa interpreta��o na entrevista para a Variety. "Havia pornografia por todo lugar quando eu era jovem, se voc� quisesse ver. Se h� uma mudan�a em como n�s vemos sexualidade nos filmes, eu n�o acho que tenha a ver com a pornografia na internet."
A escritora e comentarista cultural Helen Lewis, autora de Difficult Women: A History of Feminism in 11 Fights (Mulheres Dif�ceis: uma Hist�ria do Feminismo em 11 Lutas), acredita que o avan�o da televis�o como forma de arte conhecida por sua franqueza sexual teve um impacto na forma como o p�blico v� o sexo na tela de cinema.
"Estamos comparando filmes com programas feitos para servi�os de streaming, e talvez a gente os ache um pouco domesticados. Na televis�o, a HBO foi pioneira num modelo que disse: voc� pagou por uma assinatura, ent�o n�s partimos do princ�pio de que voc� � um adulto. Isso lhe permitiu exibir s�ries como, digamos, Sex and the City e The Deuce", afirma ela.
A Netflix tamb�m parece disposta a entrar nesse territ�rio mais sexualizado, caminhando por onde os est�dios de cinema n�o t�m coragem de caminhar. Um de seus maiores sucessos foi a s�rie hist�rica Bridgerton, cujo apelo de massa pareceu ligado n�o apenas a suas brincadeiras rom�nticas, mas um crescendo tentador, espalhado em v�rios epis�dios, levando para cenas quentes de sexo. Eles continuaram com a produ��o de baixo valor, mas de incr�vel sucesso, Sex/Life, centrada nas fantasias sexuais de uma mulher casada.
No entanto, colocando de lado o que tem acontecido na tela pequena, muitos sugerem que um verdadeiro esp�rito de assexualidade tem influenciado muitos produtos de Hollywood. Em seu artigo "Everyone is Beautiful and No One is Horny" ("Todo Mundo � Lindo e Ningu�m Tem Tes�o"), a escritora Raquel S. Benedict oferece uma teoria espec�fica sobre por que isso tem acontecido e que tem a ver com os corpos perfeitos da academia, cheios de m�sculos, de Hollywood, que vemos em filmes de a��o e de super-her�is, especialmente os dos universos Marvel e DC, que hoje em dia dominam os cinemas de rede.
Cr�tica em rela��o a essa mudan�a, ela escreve que esses personagens hiperesculpidos representam um novo moralismo, f�sico, sexual ou de outra natureza, cuja mensagem impl�cita � que "se divertir significa amolecer, deixar sua equipe na m�o e dar ao inimigo uma oportunidade de vencer, como Thor fez quando ficou gordo em [Avengers] Endgame".
(Compare e fa�a o contraste entre os Thors e Batmans da atualidade com a sexualidade lubrificada de um jovem Sylvester Stallone ou Jean-Claude Van Damme, por exemplo, que eram supermusculosos, mas tamb�m se divertindo, piscando para espectadores do sexo feminino e gays masculinos em cenas abertamente picantes.)
Como as expectativas mudaram
Benedict afirma que essa est�tica dessexualizada segue de m�os dadas com a grande mudan�a em rela��o a quanto sexo os p�blicos realmente esperam ver no cinema. Quando olhamos para os anos 1980 e 1990, argumenta ela, mesmo os filmes daquela �poca que podemos lembrar como sendo para toda a fam�lia t�m mais sexo, seja literalmente ou sugestivamente, que a maioria da oferta de hoje em dia.
"Os espectadores millenials e da gera��o Z ficam sempre surpresos quando se deparam com conte�do sexual j� esquecidos: a concep��o de John Connor em O Exterminador do Futuro, o topless de Jamie Lee Curtis em Trocando as Bolas, o sexo oral fantasmag�rico em Os Ca�a-Fantasmas", escreve ela. "Essas cenas n�o nos chocou quando as vimos pela primeira vez. [N�s pens�vamos] � claro que tem sexo num filme. N�o tem sempre?"
Com o avan�o de grandes corpora��es ligadas � cultura familiar, como a Disney, que se tornaram cada vez mais dominantes no cen�rio cultural, a resposta parece ser: n�o. O executivo-chefe da Associa��o de Cinema do Reino Unido, Phil Clapp, disse recentemente ao jornal brit�nico i Newspaper que o n�mero de filmes classificados para 18 e 15 anos de idade caiu na �ltima d�cada, com est�dios "cada vez mais visando o p�blico das fam�lias para maximizar o faturamento na bilheteria".
Al�m disso, quando filmes campe�es de bilheteria s�o pensados para seguirem uma f�rmula e serem inofensivos o suficiente para atrair um grande p�blico, eles tendem a ficar reduzidos a a��o, trama, explos�o e cenas violentas usando efeitos de computador tipo CGI.
Em outra palavras: efici�ncia. Cenas de a��o violentas podem mover a trama adiante de forma mais �bvia. Mas sexo n�o � eficiente. N�o � — estritamente falando — necess�rio. � complicado e arriscado, e provavelmente n�o h� nada que os conglomerados de hoje em dia querem menos que correr o risco de alinenar consumidores.
"Aqui talvez haja um tipo de autocensura que n�o permite que roteiristas escrevam outros tipos de hist�rias", disse o diretor espanhol Pedro Almod�var, mestre do cinema de arte, sobre a atual supremacia do filme de super-her�i. "H� muitos, muitos filmes sobre super-her�is. E n�o existe sexualidade para os super-her�is. Eles s�o castrados."
� verdade que o �ltimo filme da Marvel, Eternos, finalmente traz a primeira cena de sexo da s�rie — embora, dada sua vis�vel brevidade e o excessivo barulho feito em torno dela, podemos nos perguntar se ela foi mais do que um exerc�cio para marcar algo como feito para calar cr�ticas anteriores sobre a falta de sexo do universo Marvel.
Ainda assim, apesar dessas reclama��es, ainda existe, uma onda crescente de sentimento de que existe, de fato, sexo demais nas telas de cinema. Apesar de dados provando que h� menos cenas de sexo que em d�cadas anteriores, o argumento de que cenas de sexo, em geral, s�o "desnecess�rias" e, portanto, deveriam ser eliminadas, tornou-se cada vez mais predominante no Twitter e em outros f�runs online. "� fascinante e cansativo ver o discurso insistente sobre cenas de sexo", diz Hagen. "Eu simplesmente n�o consigo compreender o que as pessoas podem estar assistindo que tenha 'sexo demais' em 2021." A conclus�o l�gica � simplesmente de que alguns espectadores (muitos deles mais jovens) n�o est�o inclinados a ver cenas de sexo, mesmo as relativamente poucas que aparecem hoje em dia. Essa falta de interesse em conte�do sexual (ou, a julgar pelas m�dias sociais, em alguns casos avers�o) pode ter capturado a aten��o daqueles que t�m poder de decis�o nos est�dios.
Esse novo desconforto com representa��es de sexo est� tamb�m provavelmente ligado �s revela��es do movimento #MeToo. A exposi��o de casos de ataques e abusos na ind�stria do cinema provocou a uma enorme mudan�a positiva, incentivou cineastas a colocar um fim � objetifica��o de mulheres e levou a uma crescente introdu��o de coordenadores de intimidade para ajudar atores a se sentir seguros. Seus esfor�os garante que quest�es de limites e consentimento sejam corretamente navegadas durante a filmagem de cenas de sexo. Mas, mesmo com isso tudo, podem persistir ansiedades em rela��o � validade de se retratar o sexo e se isso � algo gratuito ou n�o. Recentemente, sexo passou a ser sentido como um tema muito s�rio, sobre o qual ningu�m quer brincar ou que ningu�m quer representar "de forma errada". Cineastas podem estar respondendo a essa ansiedade com sua pr�pria timidez em torno do assunto: ningu�m quer uma tempestade de rede social em suas m�os.
Em um artigo de 2019, a cr�tica Ann Hornaday, do jornal americano The Washington Post, apresentou um ponto relevante sobre a necessidade de um certo equil�brio na abordagem da ind�stria cinematogr�fica ao sexo nas telas. "Com certeza, h� muito pouco a lamentar na morte do tipo de fantasia de excita��o e desejo que os diretores masculinos impuseram nos expectadores por quase um s�culo. Mas ser� que a abstin�ncia � nossa �nica op��o?", escreveu ela. "Com cineastas mais jovens sendo cooptados pelo complexo Disney-Marvel e com millenials e a gera��o Z supostamente fazendo menos sexo que seus predecessores, a nova castidade nas telas parece um novo normal prudente, mas n�o totalmente bem-vindo."
Como Helen Lewis aponta, no entanto, a TV parece ter descoberto o que o cinema ainda precisa descobrir: como lidar com uma batata quente. "Na BBC, [a s�rie] I May Destroy You mostrou recentemente cenas gr�ficas de sexo - mas elas n�o eram excitantes no velho significado de 'expl�cito', elas eram dif�ceis, desconfort�veis e corajosas", diz ela. "Eu acho que o cinema est� come�ando a enfrentar essa conversa: 'O que esta cena de sexo est� fazendo aqui? Para quem �?".
Esse questionamento tamb�m levou, inegavelmente, a mudan�as positivas em torno da representa��o do desejo feminino nas telas. Frances Rayner � fundadora do site The Clit Test (O teste do clit�ris), que examina o cinema e a televis�o perguntando se suas cenas de sexo retratam o prazer e a sexualidade femininos honestamente. Ela diz: "Enquanto a maioria das cenas de sexo ainda � bastante heteronormativa, houve um aumento percept�vel em atos sexuais que privilegiam o prazer sexual feminino, como cunnilingus. E temos visto um aumento de cenas de mulheres se masturbando - algo que era previamente not�vel por sua aus�ncia".
Tamb�m h� menos sensualidade?
Para os retratos de sexo serem progressistas, eles precisam primeiro ser inclu�dos nos filmes. Em geral, ser� que em pouco mais de um s�culo de cinema americano, os filmes realmente podem ter ficado mais perto do puritanismo, mesmo com a sociedade mais ampla tendo ficado mais aberta sexualmente falando? O estudo de Hagen sobre cenas de sexo sugere isso, com base em evid�ncias, embora valha a pena lembrar que essas estat�sticas apenas se referem a exibi��es literais de sexo na tela, n�o os pequenos momentos de sensualidade crua que n�o podem ser quantificados em nenhuma m�trica. Falando de forma cinematogr�fica, o carnal pode tamb�m estar ligado a alus�es e sugestionamentos. Uma mordida num exuberante p�ssego de ver�o ou um vestido decotado de cetim sobre um ch�o acarpetado.
A sugest�o aparece no cinema num n�vel molecular; � um dos princ�pios por tr�s de todo o conceito de montagem. Nossas mentes d�o saltos laterais, de uma imagem para outra, juntando suas implica��es t�o rapidamente que � quase inconsciente. E, quando se trata de sugestionamentos sexuais, o cinema dos Estados Unidos sempre teve de ser um pouco dissimulado. A censura em Hollywood foi dominante de 1932, com a instala��o do C�digo de Produ��o Hays, at� sua lenta dissolu��o no final dos anos 1950. Muito do c�digo concentrava-se em proibir rela��es antes do casamento e impedir a exibi��o de casais, mesmo casados, juntos na cama, muito menos mostrar uma mulher visivelmente gr�vida, um relacionamento interracial ou a sugest�o de homossexualidade.
Nada disso significou que cineastas inteligentes n�o podiam tentar ignorar o c�digo com 1 milh�o de insinua��es e olhares para os lados.
�s vezes aquilo que era sexual era feito de forma deliciosamente metaf�rica, como no cl�ssico filme de Sangue de Pantera (1942), de Jacques Tourneur, em que a sexualidade feminina descontrolada � literalmente predat�ria. Mas nudez genu�na, ou a "cena de sexo" como n�s a conhecemos, simplesmente n�o existiu no grande cinema americano at� o in�cio dos anos 1960. Muito da hist�ria do sexo de Hollywood era contrabandeado, sugerido ou gestual; pouco era expl�cito, at� a revolu��o sexual dos anos 1960 e 1970.
A hist�ria nos mostrou que n�o precisamos de cenas expl�citas de sexo para passar deduzir frisson sexual. Como disse uma vez o cineasta mestre de Hollywood Ersnt Lubitsh (diretor de S�cios no Amor, Ninotchka e v�rios outros audaciosos e loucos cl�ssicos dos anos 1930 e 1940): "Trate seu p�blico com respeito… Deixe que ele some dois mais dois… Ele amar� voc� para sempre".
Entretanto, a preocupa��o � que, assim como existe menos representa��es expl�citas de sexo nos filmes hoje em dia, tamb�m tem havido uma perda mais geral de sensualidade — o que, novamente, pode ser interpretado como tendo uma motiva��o econ�mica.
Como Stephen Galloway, jornalista da revista The Hollywood Reporter, disse: "Hollywood simplesmente n�o se dedica mais � atividade de criar dramas de personalidades de or�amento mediano que podem incluir ou n�o uni�o f�sica".
Frequentemente, com o decl�nio tanto de dramas rom�nticos como de com�dias rom�nticas enquanto g�neros cinematogr�ficos, isso significa n�o apenas que o sexo est� fora de cena, mas tamb�m o tipo de qu�mica quente entre estrelas que h� tempos � um dos maiores encantos do cinema enquanto meio.
Hollywood est� numa encruzilhada. Armada com o conhecimento de erros do passado, de sexismo e homofobia, a ind�stria tem como melhor esperan�a que artistas respondam � representa��o de sexo e sexualidade com maior ci�ncia e sensibilidade do que antes. E, enquanto alguns podem ficar perguntando se a cena de sexo � desnecess�ria, outros podem tamb�m responder: as melhores coisas tamb�m n�o s�o?"
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