Banda mineira de rock lan�a clipe com cr�ticas �s manipula��es sociais

Moda, pol�tica e religi�o s�o os principais temas criticados no videoclipe da m�sica ‘Cogito Ergo Sum’, da banda mineira Brujar, lan�ada no dia 15 de novembro, no canal oficial do grupo no YouTube. Com imagens e letras provocativas, a obra convida o espectador a pensar sobre as ideologias que manipulam a sociedade. 

O trabalho audiovisual faz parte do primeiro �lbum da banda, intitulado "Epilogo I - O cotidiano", que tem o conceito de criticar comportamentos sociais baseados em viv�ncias dos integrantes da Brujar. 

“N�s trazemos uma vis�o apol�tica. N�s estamos cientes de tudo o que est� acontecendo e tudo o que aconteceu”, explica o guitarrista e fundador da banda Jo�o So�za.

O guitarrista lembra da responsabilidade de fazer uma arte que tem uma cr�tica social. “O que a gente procura � uma postura consciente para fazer cr�ticas, seja para direita, esquerda ou centro. Por isso, somos apol�ticos", completa.

Ao som das batidas de rock da can��o, o v�deo de ‘Cogito Ergo Sum’ expressa as cr�ticas sociais com imagens marcantes. Para desenvolver o t�pico ‘religi�o’, a atriz J�ssica Manoela aparece com vestimentas que remetem ao culto de v�rias cren�as, como o budismo e o catolicismo.

J� a ‘moda’ � usada para falar sobre o “mundo de apar�ncias” e, tamb�m, criticar o machismo da sociedade. 

A cr�tica mais clara � contra a pol�tica. Entre par�dias de conversas no whatsapp de pol�ticos e anima��es que remetem aos seus seguidores, a banda aponta as problem�ticas de acreditar cegamente em um pol�tico. 

A mensagem � clara: n�o importa se o pol�tico � de direita, esquerda ou centro, tenha um posicionamento cr�tico e esteja em alerta. 

O v�deo tamb�m faz v�rias refer�ncias ao fil�sofo e matem�tico franc�s Ren� Descartes, que � o autor da frase “Cogito Ergo Sum” (Penso, logo existo, em tradu��o do latim para o portugu�s), que d� nome � can��o. 

“O personagem central do clipe � Descartes. A letra procura, logo na primeira estrofe, que a deixe claro: ‘Raz�es aos meus porqu�s’. Porque dentro da linha filos�fica de Descartes, a raz�o � o norte”, diz. 

"N�s tamb�m falamos sobre a dualidade: sim e n�o; direita e esquerda. Brasil com ‘s’ e Brazil com ‘z’”, completa. 

Na cena final, Jo�o conta que a roteirista do projeto, Bianca Rolff, amarrou as ideias. A atriz aparece com tr�s vendas cobrindo seus olhos: uma escrito ‘status’, outra com ‘gnosis‘ e a �ltima vazia. O frame em seguida � ela com uma balan�a que pesa o valor do conhecimento e uma quantidade de ‘likes’.

“O que a gente quis falar � que essa busca por likes, a vaidade, vale mais do que a busca pelo conhecimento. N�o � toa que a cena a seguir � que o peso dos apetrechos sociais seja maior do que o livro”  

“O rock sempre faz cr�tica. Em ess�ncia, o rock deve ser apol�tico. Se n�o, vira bajulador e perde o sentido”, comenta Jo�o. O guitarrista cita as bandas brasileiras O Rappa, e Charlie Brown Junior como exemplos de artistas que produzem um conte�do de rock coerente.

“Esse � o papel social do rock: cr�tica, atitude e apoio”, completa o artista.

Lan�ada no Dia Nacional do Motociclista, em 2019, a m�sica "Viver em extin��o" homenageou os amantes do motociclismo, que s�o uma grande parte do p�blico apoiador da banda. “N�s fomos abra�ados pelos motociclistas muito antes de escrever a letra”, comenta Jo�o. 

A can��o ganhou um clipe que, assim como os outros projetos da banda, tem uma mensagem. “N�s trouxemos um protagonismo feminino, que � uma primeira cr�tica a sociedade machista, e ela tamb�m � negra, o que faz a alus�o de que todos n�s somos iguais”, explica So�za.  

Com 12 faixas totalmente autorais, o primeiro �lbum da Brujar "Ep�logo I - O Cotidiano". “Atrav�s da nossa pr�pria linguagem, que � �cida, n�s temos as narrativas”, comenta Jo�o. Segundo ele, cada can��o do �lbum se comunica com um p�blico da banda, como o 'Viver em extin��o' com os motociclitas.  

Para alguns apoiadores da banda, algumas faixas n�o ser�o novidades. Conforme Jo�o, algumas m�sicas autorais, como ‘Precisa-se’, j� estavam sendo cantadas nas apresenta��es ao vivo do grupo e foram gravadas em est�dio para serem inclu�das no disco.

 

Para completar o conceito, a tracklist segue uma linha estrat�gica: o �lbum tem a estrutura de um artigo acad�mico, com ‘introdu��o’, ‘justificativa’, ‘desenvolvimento’ e ‘conclus�o’. (Veja a tracklist no fim da mat�ria)

Apesar de ainda n�o ter uma data de lan�amento concreta, o guitarrista explica que a banda desenvolveu uma estrat�gia de divulga��o do �lbum. “Vamos lan�ar single por single, depois um EP e, por fim, um �lbum”.

Inicialmente, todas as artes do projeto ser�o publicadas exclusivamente no canal do YouTube da Brujar. As can��es ser�o disponibilizadas em outras plataformas de streaming, como Spotify, Deezer e Apple Music, ap�s o lan�amento do primeiro EP. 

Ap�s deixarem um grupo musical de Betim, em 2002, Jo�o e Bruno Santiago se uniram para formar uma nova banda, chamada ‘Vertikal’. Em 2005, com uma repaginada, o time de m�sicos recebeu o nome atual: Brujah, que � o t�tulo de um cl� de vampiros da s�rie de jogos de RPG ‘Vampire: The Masquerade’. 

O grupo precisou readaptar o nome porque uma banda norte-americana j� havia patenteado, em 1982, o “Brujah”. Assim, os integrantes decidiram o ‘Brujar’, com a letra ‘R’ no final.  

A forma��o atual da Brujar trabalha junto desde 2013, sendo composta por Bruno Santiago, Paulo S�rgio, Robson Chuckson e Jo�o So�za. 

A Brujar voltar� a se apresentar ao vivo para grandes plateias em maio de 2022. A banda tem shows confirmados em Curvelo (MG), S�o Louren�o (MG), B�zios (RJ) e  Natal (RN).

 

Para conferir as datas, os interessados devem acessar as redes sociais da Brujar.