Confira onde ver filmes que s�o dados como certos na briga pelo Oscar 2022

Termina na pr�xima sexta-feira (31/12) o per�odo de elegibilidade do Oscar 2022. Ou seja, s� poder�o concorrer ao maior pr�mio do cinema filmes que tiverem estreado, nos cinemas ou nas plataformas de streaming, at� o �ltimo dia deste ano. 

Ainda que a 94ª cerim�nia de premia��o seja somente em 27 de mar�o, com o an�ncio dos indicados previsto para 8 de fevereiro, muitas das cartas j� est�o na mesa. No Brasil, h� diversos t�tulos com grandes chances de indica��o a melhor filme j� dispon�veis ou com estreia prevista para breve.

A lista traz longas recheados de estrelas (“N�o olhe para cima” e “Apresentando os Ricardos”), blockbusters de or�amentos alt�ssimos (“Duna”), dramas independentes (“A filha perdida” e “No ritmo do cora��o”), hist�rias biogr�ficas (“King Richard” e “Tick, tick...boom!”) e musicais (“West side story”). 

�, obviamente, uma sele��o preliminar. Outros t�tulos, ainda in�ditos no pa�s (mas que j� estrearam nos EUA), chegar�o nas pr�ximas semanas. Vale lembrar que, em tr�s meses, muita coisa pode mudar – e a crise sanit�ria alterando os planos. 

Na semana passada, a Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas de Hollywood anunciou o adiamento da cerim�nia de entrega do Oscar honor�rio, que em 2022 vai homenagear Samuel L. Jackson, Danny Glover, Liv Ullmann e Elaine May. Prevista para 15 de janeiro, a cerim�nia, em virtude da dissemina��o da variante �micron nos EUA, ainda n�o tem nova data de realiza��o.

Os f�s de Lucille Ball sabem exatamente o porqu� do t�tulo do novo drama escrito e dirigido por Aaron Sorkin. Entre 1951 e 1957, a comediante e seu marido, Desi Arnaz, viveram na TV o casal Lucy e Ricky Ricardo no cl�ssico “I love Lucy”. O filme biogr�fico acompanha uma semana definitiva na vida da dupla: ela acusada de comunismo; ele de adult�rio e uma nova gravidez a caminho. Nicole Kidman e Javier Bardem interpretam o casal central. Ambos e o diretor j� experimentaram a sensa��o de ganhar um Oscar. A Academia de Hollywood, que adora uma cinebiografia, tanto quanto filmes que falam sobre a vida em Hollywood, n�o deve deixar de fora da competi��o um filme com essas credenciais.

N�o h� uma produ��o recente que envolva tantos nomes do primeiro time de Hollywood (e Oscars na estante). Leonardo DiCaprio, Meryl Streep, Jennifer Lawrence e Cate Blanchett, apenas, mais Jonah Hill, Ariana Grande, Tyler Perry e Timoth�e Chalamet em pap�is menores. � tudo excessivo nesta s�tira de Adam McKay. O diretor de “Vice”, mais uma vez, tenta sacudir o espectador para que ele perceba o que est� acontecendo no mundo. Crise clim�tica, grandes corpora��es, polariza��o, negacionismo, tudo � colocado neste liquidificador de refer�ncias, em que a sobreviv�ncia do planeta est� amea�ada pela colis�o com um cometa gigante. Se � para cair, que seja rindo.   

Estreia na dire��o de Maggie Gyllenhaal, este drama intimista traz como personagem central uma mulher solit�ria numa cidade praiana, que se torna obcecada por uma m�e e sua filha. Olivia Colman, um Oscar e v�rios outros pr�mios na gaveta, interpreta a protagonista, que � baseada em personagem da escritora italiana Elena Ferrante. Com elenco de respeito (Ed Harris, Dakota Johnson e Peter Sarsgaard), o longa j� est� fazendo bonito no circuito independente de premia��es – venceu quatro Gothan Awards, inclusive o de melhor filme.

Uma prestigiada cineasta que n�o lan�a um filme h� mais de uma d�cada. Um elenco irretoc�vel, com fotografia primorosa, em um thriller travestido de western. S�o v�rias as camadas de leitura poss�veis para a hist�ria dirigida por Jane Campion, que acompanha quatro personagens solit�rios nos rinc�es dos EUA, nos anos 1920. O casamento do irm�o mais novo � o gatilho para que o mais velho, um rico fazendeiro, exploda. A chegada da mulher e de seu delicado filho vai trazer graves consequ�ncias ao reino habitado por mach�es. Benedict Cumberbatch est� em seu melhor. Sobre o t�tulo? A cena final explica tudo – e � assustador.

O t�tulo original do drama da diretora Sian Heder � “Coda”. Em ingl�s, a sigla significa children of deaf adults (filhos de pais surdos). Esta � a protagonista, a adolescente Ruby (Emilia Jones), �nica ouvinte de sua fam�lia. Mas Coda significa ainda a parte final de uma m�sica. E isso tamb�m se relaciona diretamente com Ruby, j� que ela � cantora. Talentosa, mas com dificuldades de se expressar, ela se v� dividida quando o neg�cio de pesca dos pais � amea�ado. O elenco principal � de surdos (Marlee Matlin faz a m�e). O filme vem somando uma s�rie de pr�mios desde a estreia, h� um ano, no Festival de Sundance (de onde saiu com quatro trof�us).

A cr�tica aprovou e o p�blico tamb�m, tanto que a sequ�ncia foi confirmada poucos dias ap�s a estreia nos cinemas. Nova adapta��o do romance cl�ssico de Frank Herbert, a fic��o cient�fica de Denis Villeneuve conversa de uma forma estranhamente bela com os nossos tempos. Num futuro distante, toda a humanidade depende de uma �nica fonte. Homens nobres e vil�es sujos entram em guerra pelo dom�nio da tal especiaria. E somente um messias poder� livrar um povo oprimido de sua dizima��o. Com um elenco de astros – Timoth�e Chalamet, Zendaya, Jason Momoa, entre outros – e imagens de cair o queixo, “Duna” deve ser o representante blockbuster no Oscar. 

O ator, rapper, compositor, dramaturgo e cantor Lin-Manuel Miranda j� venceu os pr�mios Pulitzer, Tony, Grammy e Emmy. Um Oscar poder� completar essa extensa lista de trof�us. Em sua primeira dire��o de longas-metragens, o criador de “Hamilton” adapta um novo musical. “Tick, tick... boom!” � baseado na pe�a autobiogr�fica de Jonathan Larson, que revolucionou o teatro com o musical “Rent”. O filme acompanha a trajet�ria dele (aqui interpretado por Andrew Garfield), ainda no in�cio da carreira. Na Nova York dos anos 1990, Larson � um compositor que paga suas contas trabalhando como gar�om em um restaurante. Prestes a apresentar seu projeto, ele corre contra o tempo: tem que lidar com a namorada, os amigos e a comunidade art�stica, assolada pela epidemia da Aids.

� muito improv�vel que Steven Spielberg (10 longas indicados a filme do ano, um deles, “A lista de Schindler”, vencedor da principal categoria) fique de fora das indica��es do Oscar. Nesta nova vers�o do cl�ssico musical, considerado por muitos o maior da hist�ria americana, ele faz uma atualiza��o. Leva o drama shakespeariano do amor proibido para as gangues de Nova York. Xenofobia, viol�ncia urbana e preconceito est�o na pauta do filme, que coloca um grupo de jovens brancos rivalizando com outro de porto-riquenhos. Com elenco majoritariamente latino e desconhecido (a exce��o � Ansel Elgort), Spielberg ainda homenageia Rita Moreno, que participou do filme de 1961, aqui mais conhecido como “Amor, sublime amor” (e por ele ganhou um Oscar de coadjuvante, o primeiro vencido por uma atriz latina) e volta com outro personagem.

Mais uma produ��o biogr�fica, uma hist�ria vitoriosa de luta e perseveran�a. A trajet�ria das maiores estrelas mundiais do t�nis, as irm�s Serena e Venus Williams, � vista sob o �ngulo do pai das atletas, Richard Williams. No longa-metragem de Reinaldo Marcus Green, Will Smith, num desempenho muito elogiado pela cr�tica internacional, interpreta um homem que, utilizando m�todos nada convencionais, est� determinado a criar as mais extraordin�rias atletas da hist�ria desse esporte. J� com duas dezenas de pr�mios, o filme est� indicado a quatro Globos de Ouro.