Abandonada pela sorte, Selminha volta para a pobreza em "T� ryca 2"

Seis anos atr�s, em “T� ryca”, a vida da frentista Selminha mudou para melhor. Ela, que praticamente vendia o almo�o para pagar o jantar, herdou uma fortuna e tirou o p� da lama, da noite para o dia. A sorte da personagem saiu da tela e virou realidade para o diretor Pedro Ant�nio. 

“Foi a minha primeira dire��o de um longa, me colocou no mercado, me fez conhecer amigos que tenho at� hoje. Devo muito ao filme”, disse, na �ltima ter�a-feira (1º/2), durante entrevista coletiva on-line sobre o lan�amento da sequ�ncia do filme, “T� ryca 2”, que chega nesta quinta-feira (3/2) aos cinemas das redes Cineart, Cinemark, Cin�polis e Cinesercla, em Belo Horizonte. 

Estrela do longa, a atriz Samantha Schm�tz comenta sobre o impacto do papel em sua carreira. “O sucesso dele me abriu possibilidades para outros filmes como protagonista. Deu certo uma vez, vem dando certo”, diz ela.

A continua��o da hist�ria de Selminha a coloca no olho do furac�o, quando surge uma mulher  hom�nima � frentista (Evelyn Castro), dizendo ser a verdadeira dona da heran�a. O caso vai parar no tribunal. De p�s e m�os atados, Selminha n�o tem a quem recorrer.  Nem mesmo ao teste de DNA, j� que o tio, dono da fortuna, foi cremado. 

Ela ent�o perde tudo, volta para a mis�ria e arrasta com ela a amiga Luane (Katiuscia Canoro), a quem tinha prometido presentear com o casamento dos sonhos com Nico (Anderson Di Rizzi). Tudo vai para as cucuias.

Pedro disse ter tido medo de voltar ao set para dar continuidade a uma hist�ria que deu muito certo. “Ao mesmo tempo, foi gratificante fazer o 2. Foi uma realiza��o muito boa”, comenta. O reencontro de Katiuscia Canoro com Luane tamb�m provocou certo temor na atriz.

“Nunca parei de fazer uma personagem e depois de um temp�o fui reencontr�-la. Mas foi t�o completo o pacote, com texto bem-escrito pelo Fil (Braz), cheio de quest�es que precisam cada vez mais serem mostradas; um diretor que, al�m de ser um amigo querido, sabe o que quer e tem dom�nio do que faz; e a parceria do elenco, que tamb�m domina aquilo que, no final, n�o doeu nada”, afirma.  

O diretor afirma que a sequ�ncia foi motivada pelo interesse em continuar contando a hist�ria das personagens. “T�nhamos o que dizer, o que contar. Nossa preocupa��o era n�o perder o esp�rito de com�dia, de entretenimento. Mantivemos muito do esp�rito do filme 1, para que tivesse equil�brio e l�gica.”  

Samantha assinala que o sucesso do primeiro filme deu � equipe confian�a para apostar na sequ�ncia. “As audi�ncias s�o boas. Na Netflix, o ‘T� ryca’ ficou quase uma semana no top 10. � um produto que a galera sabe que deu certo.”

"O sucesso dele (o primeiro filme) me abriu possibilidades para outros filmes como protagonista. Deu certo uma vez, vem dando certo"

Samantha Schm�tz, atriz

A atriz aponta que “a gargalhada � garantida”, mas diz que o longa tenta abarcar um lado de cr�tica social atrelada ao cotidiano do pa�s. Em ano eleitoral, ela aproveita para dar o seu recado: “Tem que haver interesse em eleger pol�ticos que tenham vontade de fazer, que n�o tenham hist�rico de corrup��o. Tem gente com muita vontade. Temos que fortalecer essas pessoas na hora de votar. Votar em quem vai fazer a diferen�a”.

PROJETOS

Entre seus projetos para este ano, Samantha conta que gravar� mais uma temporada do “Vai que cola”. “Depois das grava��es, como sempre fa�o, vou para Los Angeles estudar, me desafiar.” Nesse aspecto, a atriz tem muito de sua personagem. “Sou determinada, esfor�ada, sonhadora. A Selminha tamb�m.”  

Filho do cineasta mineiro Paulo Thiago (1945-2021) e da produtora Gl�ucia Camargos, Pedro n�o esconde seu amor por Minas Gerais, pela produ��o art�stica e cultural do estado. Cita o cinema de Helv�cio Ratton e a literatura de Carlos Drummond de Andrade como refer�ncias que marcaram sua inf�ncia. � do Clube da Esquina e pensa um dia filmar em Minas, assim como o pai, que fez de cidades mineiras cen�rios de seus filmes. O sonho quase foi concretizado com um filme que seria rodado em Ouro Preto. 

Ainda neste ano, Pedro deve lan�ar o longa “Fazendo meu filme”, baseado no livro da escritora Paula Pimenta. “O filme est� em fase de finaliza��o. Foi um prazer trabalhar com ela. Ela foi muito generosa, se abrindo �s minhas ideias, e eu fui entendendo como ela queria o livro transplantado para a tela. Foi surpreendentemente bom”, diz.

O diretor e Katiuscia se emocionaram quando o assunto foi “A vila”, s�rie do Multishow que tinha no elenco a atriz e Paulo Gustavo (1978-2021), e ganhou duas temporadas com a assinatura de Pedro Ant�nio.  “Sem o Paulo n�o tem sentido. Era projeto dele. A Violeta (personagem de Katiuscia) sem o Rick (personagem de Paulo Gustavo) n�o existe”, resumiu a atriz, emocionada.  “Seremos sempre �rf�os de Paulo Gustavo”, lamentou Pedro. “N�o tem como continuar”,  disse ele sobre a import�ncia de Paulo Gustavo, que morreu v�tima da COVID-19.