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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Pe�a ''Love, love, love'' estreia hoje em Belo Horizonte

Montagem do texto de Mike Bartlett sobre conflitos geracionais cumpre temporada desta sexta-feira (18/3) a domingo, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas


18/03/2022 04:00 - atualizado 18/03/2022 06:21

As atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes sentadas cada uma num canto de um sofá branco olham em direções diferentes em cena da peça love, love, love
D�bora Falabella e Yara de Novaes dividem uma mesma personagem em fases distintas e tamb�m interpretam m�e e filha na montagem, que tem tr�s atos e 140 minutos de dura��o (foto: Jo�o Caldas/Divulga��o)

Seis anos ap�s estrear no Rio de Janeiro, a montagem brasileira da pe�a "Love, love, love", do Grupo 3 de Teatro, ser� apresentada pela primeira vez em Belo Horizonte nesta sexta-feira (18/3), �s 20h, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas. Com sess�es tamb�m no s�bado (19/3) e no domingo (20/3), o espet�culo abre a programa��o deste ano do projeto Teatro em Movimento, que completa 21 anos em 2022.

Com dire��o de Eric Lenate e elenco composto por Alexandre Cioletti, Ary Fran�a, D�bora Falabella, Mateus Monteiro e Yara de Novaes, a pe�a acompanha diferentes gera��es de uma mesma fam�lia, em tr�s atos.

O primeiro se passa em 1967, na noite em que os Beatles cantaram na TV a m�sica "All you need is love", o que entrou para a hist�ria como a primeira transmiss�o ao vivo via sat�lite.

� nesse contexto que Sandra (D�bora) tem um encontro com Henry (Mateus Monteiro), mas acaba se interessando pelo irm�o dele, Kenneth (Alexandre Cioletti).

No segundo ato, em meados dos anos 1990, Sandra (agora interpretada por Yara) e Kenneth (agora interpretado por Ary Fran�a) s�o um casal de classe m�dia com dois filhos e um casamento prestes a ruir.

No terceiro e �ltimo ato, ambientado em 2011, a fam�lia se re�ne e Rose (D�bora), a filha, exp�e suas insatisfa��es com a vida e culpa os pais por sua infelicidade.

''Sempre estamos em conversa com os produtores para levar as nossas pe�as para BH. Eu adoro me apresentar na cidade onde eu nasci. O meu pai (Rog�rio Falabella) vai em todas as sess�es, fica nos bastidores com a gente. Como o Grupo 3 nasceu a�, � sempre uma festa se apresentar em BH. D� um frio na barriga diferente"

D�bora Falabella, atriz

 

GERA��O

"� um espet�culo que se passa dentro de uma casa e mostra que, no passado, era hippie, e, aos poucos, se rendeu a tudo aquilo que eles eram contra. No �ltimo ato, aparece essa filha adulta que entra em busca de um acerto de contas. Ela � dessa gera��o que continua patinando para conquistar alguma coisa na vida", explica D�bora Falabella.


Al�m do revezamento de atores de acordo com as fases da vida dos personagens, a passagem de tempo tamb�m est� traduzida no cen�rio e no figurino, que v�o se modificando diante dos olhos da plateia, ao longo dos 140 minutos de espet�culo.

"Na montagem original, que esteve at� na Broadway, esse espet�culo tinha cen�rios grandes. N�s optamos por fazer algo mais simples e promover as mudan�as de cen�rio diante do p�blico. S�o signos que marcam a passagem do tempo. � quase como se esses anos que a pe�a retrata estivessem passando na frente de quem est� assistindo", afirma D�bora.

"Love, love, love" � o segundo trabalho do Grupo 3 de Teatro feito a partir de um texto do dramaturgo brit�nico Mike Bartlett. O primeiro foi "Contra��es", montado em 2013, que retratava a rela��o manipuladora de uma gerente com sua funcion�ria.

D�bora Falabella conta que um texto levou ao outro. "Quando come�amos a pesquisar, a nossa vontade era fazer um texto s� para duas atrizes. Eu j� tinha gostado muito desse formato. Ent�o a gente se deparou com o 'Love, love, love', que requer um elenco maior".

Para ela, as duas pe�as se relacionam porque apresentam temas bastante comuns e se passam dentro de um espa�o espec�fico. "O texto do [Mike] Bartlett conta a hist�ria de um jeito que � quase mundial e aborda temas muito ligados � nossa sociedade, mas dentro de lugares menores. 'Contra��es' se passava dentro de um escrit�rio. 'Love, love, love' se passa dentro de uma casa. � como se fosse a amplia��o de um mesmo debate", analisa.

A atriz Débora Falabella, sentada no chão, ergue um cigarro com a mão esquerda e é observada pelos atores Alexandre Cioletti e Mateus Monteiro, sentados no sofá, em cena da peça love, love, love
O primeiro ato � ambientado em 1967, na noite de apresenta��o da m�sica ''All you need is love'', dos Beatles, na TV (foto: Jo�o Caldas/Divulga��o)
 

�POCA

A atriz acrescenta que, por se passar em diferentes �pocas, o texto mostra como a vida � uma sucess�o de situa��es semelhantes. "Eu acho que, apesar de se passar em uma �poca determinada, ele mostra como a nossa hist�ria � c�clica. Quando a gente acha que acabou, volta."

A chegada da pe�a em BH demorou principalmente por conta da pandemia. Apesar de ter estreado em 2017, "Love, love, love" seguiu sendo encenada at� o in�cio da crise sanit�ria. Nesse meio tempo, D�bora acumulou outros trabalhos, como a miniss�rie "Se eu fechar os olhos agora" e a s�rie "Aruanas", o filme "Depois a louca sou eu" (2021) e a pe�a "Neste mundo louco, nesta noite brilhante", do Grupo 3.

"Tem uma s�rie de fatores que explicam essa demora. E um deles � a dificuldade de continuar fazendo teatro do Brasil. As leis de incentivo � cultura est�o cada vez mais dif�ceis. Al�m disso, a gente ficou parada dois anos, justamente um per�odo em que est�vamos planejando uma viagem com o repert�rio do grupo", comenta a atriz.

Apesar disso, ela afirma que pretende retornar a Belo Horizonte em breve, com "Neste mundo louco", cujo texto � de Silvia Gomez e a dire��o � de Gabriel Fontes Paiva. Enquanto isso, ela tamb�m se prepara para a estreia do filme "Bem-vinda, Violeta", de Fernando Fraiha.

"Sempre estamos em conversa com os produtores para levar as nossas pe�as para BH. Eu adoro me apresentar na cidade onde eu nasci. O meu pai [Rog�rio Falabella] vai em todas as sess�es, fica nos bastidores com a gente. Como o Grupo 3 nasceu a�, � sempre uma festa se apresentar em BH. D� um frio na barriga diferente", ela afirma.

"No fim das contas, todo mundo tem muito a dizer, mas sempre h� pouco espa�o para ouvir. E o mais brilhante (do texto) � que, no final, todo mundo tem raz�o. N�o d� para tomar partido porque n�o existe raz�o inexor�vel. Todo mundo tem os seus porqu�s"

Eric Lenate, diretor


CONVITE

Convidado para dirigir "Love, love, love", o diretor e ator Eric Lenate conta que sempre acompanhou o trabalho do Grupo 3 de longe, com admira��o. A rela��o ficou mais estreita depois que ele dirigiu a pe�a "Mantenha fora do alcance do beb�", com D�bora Falabella no elenco.

"Eu acompanho o grupo desde o primeiro trabalho deles. Tinha uma certa proximidade, mas n�o passava de coleguismo. Depois que eu trabalhei com a D�bora e ela conheceu o meu trabalho de perto, essa rela��o ficou mais estreita. Foi a� que surgiu o convite para fazer o 'Love, love, love'", ele diz.

Sem apresentar o espet�culo por dois anos, o grupo precisou retomar o ritmo para se preparar para a nova temporada. Segundo Eric, o fundamento da pe�a � o jogo de cena entre os atores e tamb�m os di�logos.

"Quando as pessoas assistem, ficam com a sensa��o de que todo mundo fala, mas ningu�m se ouve. Esse � um tipo de espet�culo em que � necess�rio manter em sala de ensaio. Sempre. Quando estamos em temporada, isso n�o � necess�rio, a pr�tica vai se desenrolando no palco. Mas quando estamos em turn�, � sempre bom ensaiar mais uma vez", ele afirma.

Segundo o diretor, "Love, love, love" � um coment�rio sobre conflitos geracionais e a desilus�o com ideologias. Em cena, o que impera s�o as ang�stias de cada um, sem que necessariamente se chegue em algum lugar.

"O autor tra�a um panorama hist�rico de conflito de gera��es e mostra uma disfuncionalidade nisso. Os filhos, que teoricamente deveriam ter tomado o lugar dos pais, n�o conseguiram chegar at� l�", ele diz.

"No fim das contas, todo mundo tem muito a dizer, mas sempre h� pouco espa�o para ouvir. E o mais brilhante � que, no final, todo mundo tem raz�o. N�o d� para tomar partido porque n�o existe raz�o inexor�vel. Todo mundo tem os seus porqu�s", Eric acrescenta.

Para ele, o texto de "Love, love, love" permite "grandes atua��es". "� um texto muito bom, muito bem escrito. Ele permite atrair grandes atua��es. E � totalmente calcado em uma grande dramaturgia. O primeiro ato come�a bagun�ado e, aos poucos, ele vai ganhando um aspecto ass�ptico. Tudo isso na frente do p�blico."

Al�m do espet�culo com o Grupo 3, Eric Lenate assina a dire��o do espet�culo "Misery – Louca obsess�o", adaptado da obra do autor norte-americano Stephen King, com Mel Lisboa e Marcello Airoldi no elenco.

"Estamos terminando uma temporada em S�o Paulo, depois faremos uma temporada no Rio de Janeiro e ent�o a gente deve fazer outras cidades. Acredito que a pe�a chegue em BH em 2023", ele adianta.

“LOVE, LOVE, LOVE”

Nesta sexta (18/3) e s�bado (19/3), �s 20h, e domingo (20/3), �s 18h, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 80 (inteira – plateia 1) e R$ 50 (inteira – plateia 2). Vendas pelo site Eventim e na bilheteria do teatro. Mais informa��es: (31) 3516-1360


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