(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CINEMA

Oscar 2022: dez curiosidades sobre o Brasil na maior premia��o do cinema mundial

Neste ano, o �nico brasileiro na lista dos indicados � o diretor carioca Pedro Kos. Ele concorre na categoria de Melhor Document�rio em Curta-Metragem com Onde Eu Moro


25/03/2022 18:39 - atualizado 25/03/2022 19:33

Close de estatuetas do Oscar nas mãos de pessoas
(foto: Getty Images)

O diretor Pedro Kos, de 44 anos, estava dormindo quando saiu a lista dos indicados ao Oscar. Logo, a caixa postal de seu celular come�ou a receber uma quantidade consider�vel de mensagens e liga��es.

Quando ele finalmente soube que Onde Eu Moro (Lead Me Home, no original) estava entre os finalistas da categoria de Melhor Document�rio em Curta-Metragem, n�o acreditou: estou sonhando ou j� acordei?

Nascido no Rio, Pedro Kos se mudou para Nova Iorque aos 12 anos, com os pais. Cursou o Ensino M�dio em Miami e fez faculdade de Teatro na Universidade de Yale, em Connecticut. Estreou no cinema em 2002, como assistente de produ��o de Frida, a cinebiografia da pintora mexicana.

Em 2009, quando soube que a diretora Lucy Walker estava � procura de um montador que falasse portugu�s para trabalhar em Lixo Extraordin�rio, o diretor de fotografia Affonso Beato n�o hesitou em indicar o nome de Pedro. Dos filmes que ele montou, dois j� disputaram o Oscar: Lixo Extraordin�rio (2011) e The Square (2014).

Pedro Kos n�o pretende ir sozinho � 94ª cerim�nia de entrega do Oscar, no Teatro Dolby, em Hollywood, no pr�ximo domingo, dia 27. Vai levar dois dos 15 personagens retratados no document�rio para desfilar no tapete vermelho. A maioria deles, diga-se de passagem, j� arrumou emprego e saiu das ruas.

Onde Eu Moro vai disputar o Oscar de Melhor Document�rio em Curta-Metragem com The Queen of Basketball, Three Songs for Benazir, When We Were Bullies e Audible. Desses, tr�s j� est�o dispon�veis no cat�logo da Netflix: Three Songs for Benazir, Audible e Onde Eu Moro. Quanto aos outros dois, The Queen of Basketball e When We Were Bullies, ainda n�o h� previs�o de estreia.

1. A primeira vez que um brasileiro concorreu ao Oscar foi em 1945

O compositor Ary Barroso (1903-1964) disputou a categoria de Melhor Can��o Original com a m�sica Rio de Janeiro, do filme Brazil, de Joseph Santley. No entanto, quem levou a melhor foi Swinging on a Star, composta por James Van Heusen (1913-1990) para O Bom Pastor, estrelado por Bing Crosby.

� �poca, Walt Disney (1901-1966) chegou a convidar o autor de Aquarela do Brasil (1939) para assumir o cargo de diretor musical em sua produtora, em Hollywood. Rubro-negro fan�tico, Ary declinou do convite. E, para espanto do criador do Mickey Mouse, justificou a recusa: "Because don't have Flamengo here!".

Em 2012, outra can��o original brasileira voltou a concorrer ao Oscar. Composta a seis m�os por Carlinhos Brown, S�rgio Mendes e Siedah Garrett, Real in Rio, da anima��o Rio, concorreu com Man or Muppet, escrita por Bret McKenzie para o filme The Muppets. E perdeu.

2. O primeiro longa brasileiro a disputar Melhor Filme Internacional foi O Pagador de Promessas

Escrito e dirigido por Anselmo Duarte (1920-2009), O Pagador de Promessas conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, um dos mais prestigiados do mundo. Mas, na 35ª cerim�nia de entrega do Oscar, n�o teve tanta sorte. Perdeu para Sempre aos Domingos, do cineasta franc�s Serge Bourguignon.

Convidado para assistir � cerim�nia, Duarte recusou o convite. N�o gostou quando soube que a Academia tinha alterado o t�tulo de seu filme para The Given Word (A Palavra de Compromisso, em livre tradu��o). "Ganhei convites, passagens de avi�o, hotel pago e tudo mais", declarou, em 2004. "Recusei tudo".

Outros tr�s filmes brasileiros j� foram indicados: O Quatrilho (1996), de F�bio Barreto (1957-2019); O Que � Isso, Companheiro? (1998), de Bruno Barreto; e Central do Brasil (1999), de Walter Salles.

Atualmente, o candidato do Brasil ao t�tulo de Melhor Filme Internacional � selecionado por uma comiss�o da Academia Brasileira de Cinema (ABC). J� foi escolhido, entre outros, pela Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme) e pela Secretaria do Audiovisual, do Minist�rio da Cultura. O recordista em indica��es � Cac� Diegues: Xica da Silva (1977), Bye Bye Brasil (1980), Um Trem Para as Estrelas (1987), Dias Melhores Vir�o (1989), Tieta do Agreste (1997), Orfeu (2000) e O Grande Circo M�stico (2019).

O Brasil foi o primeiro pa�s da Am�rica do Sul a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional. No entanto, nunca levou a estatueta dourada. At� o momento, a Argentina ganhou duas — A Hist�ria Oficial (1986) e O Segredo dos Seus Olhos (2010) — e o Chile, uma — Uma Mulher Fant�stica (2018).

At� 2019, a categoria era chamada de Melhor Filme Estrangeiro.

3. Fernanda Montenegro concorreu a Melhor Atriz


Fernanda Montenegro
A atriz Fernanda Montenegro concorreu ao Oscar de Melhor Atriz em 1999 (foto: EURIVALDO BEZERRA)

Concorreu com Gwyneth Paltrow, de Shakespeare Apaixonado; Cate Blanchett, de Elizabeth; Meryl Streep, de Um Amor Verdadeiro; e Emily Watson, por Hilary and Jackie. A grande vencedora foi Gwyneth Paltrow.

Fernanda Montenegro foi a primeira atriz latino-americana a concorrer ao Oscar de Melhor Atriz. Depois dela, vieram Salma Hayek, mexicana, por Frida (2002); Catalina Sandino Moreno, colombiana, por Maria Cheia de Gra�a (2005), e Yalitza Apar�cio, mexicana, por Roma (2019).

4. Orfeu Negro ganhou Melhor Filme Internacional em 1960

O filme � falado em portugu�s, se passa em uma favela do Rio de Janeiro e tem m�sicas de Tom Jobim (1927-1994) e Luiz Bonf� (1922-2001). Mas, n�o � um filme brasileiro. Trata-se de Orfeu Negro, adaptado por Marcel Camus (1912-1982) a partir da pe�a Orfeu da Concei��o, de Vin�cius de Moraes (1913-1980).

Em 1960, Orfeu Negro ganhou o Pr�mio de Melhor Filme Internacional e levou a estatueta para a Fran�a. Conquistou, ainda, a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Globo de Ouro de Melhor Filme em l�ngua estrangeira.

Vin�cius assistiu � vers�o de Camus, mas n�o aprovou o resultado.

5. Nenhum outro filme brasileiro ganhou tantas indica��es quanto Cidade de Deus

Foram quatro: Diretor (Fernando Meirelles), Roteiro Adaptado (Br�ulio Mantovani), Edi��o (Daniel Rezende) e Fotografia (Ces�r Charlone). N�o levou nenhuma.

Meirelles disputou a estatueta de Melhor Diretor com Peter Jackson (O Senhor dos An�is: O Retorno do Rei); Clint Eastwood (Sobre Meninos e Lobos); Peter Weir (Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo); e Sofia Coppola (Encontros e Desencontros). Naquele ano, n�o deu para ningu�m. O filme de Peter Jackson conquistou as 11 estatuetas que disputou. Inclusive a de Melhor Diretor.

Em 2020, Dois Papas concorreu em tr�s categorias: Melhor Ator (Jonathan Pryce), Melhor Ator Coadjuvante (Anthony Hopkins) e Melhor Roteiro Adaptado (Anthony McCarten). Meirelles n�o foi indicado a Melhor Diretor.

6. Dois brasileiros j� subiram ao palco durante uma cerim�nia do Oscar

Anunciada por Goldie Hawn como "uma das mais glamourosas do mundo", a atriz paranaense apresentou, ao lado do ator Michael Douglas, os indicados ao pr�mio de Melhor Curta-Metragem.

Durante o an�ncio, Douglas perguntou a Braga se, no Brasil, as pessoas gostam de assistir ao Oscar. A estrela de O Beijo da Mulher Aranha (1985) respondeu que sim e aproveitou para mandar um recado, em portugu�s, aos f�s brasileiros: "Estou com saudades".

J� o cantor baiano foi apresentado pelo ator mexicano Gael Garc�a Bernal como "o brasileiro mais incr�vel" que j� conheceu. Caetano dividiu o palco do Teatro Dolby, em Los Angeles, com a cantora mexicana Lila Downs. Juntos, cantaram Burn it Blue, composta por Elliot Goldenthal e Julie Taymor, para Frida (2002). Indicada ao Oscar de Melhor Can��o, perdeu para Lose Yourself, cantada por Eminem, para Rua das Ilus�es.

Por falar em O Beijo da Mulher Aranha, o filme, dirigido por Hector Babenco, um argentino naturalizado brasileiro, � uma coprodu��o Brasil e Estados Unidos. Indicado em quatro categorias, o longa premiou William Hurt (1950-2022) com o Oscar de Melhor Ator. S�nia Braga concorreu ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante, mas n�o foi indicada ao Oscar pela Academia.

7. Estatueta 'um pouco brasileira'

Uma das tr�s estatuetas que o filme ingl�s Retorno a Howard's End ganhou em 1993 — Atriz Principal (Emma Thompson), Roteiro Adaptado (Ruth Prawer Jhabvala) e Dire��o de Arte (Luciana Arrighi) — � um pouco brasileira.

Filha de pai italiano e m�e australiana, Luciana Arrighi nasceu no Rio de Janeiro, em 1940. No entanto, saiu do Brasil com apenas dois anos de idade e passou boa parte da inf�ncia na Austr�lia.

Em seu curr�culo, est�o filmes como Vest�gios do Dia (1993), Raz�o e Sensibilidade (1995) e Anna e o Rei (1999).

Em 2012, o nome da categoria mudou: de Dire��o de Arte para Design de Produ��o.

8. Categoria Melhor Document�rio com mais indicados


Exposição do artista plástico Vik Muniz, montada ao lado do Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, mostra painéis com sete cenas do filme Lixo Extraordinário, indicado na categoria de melhor documentário ao Oscar de 2011
O filme 'Lixo Extraordin�rio', que mostra o trabalho de Muniz, concorreu ao Oscar de melhor document�rio em 2011 (foto: Valter Campanato/Ag�ncia Brasil)

S�o cinco, quatro coprodu��es: Raoni (1979), El Salvador: Another Vietnam (1981), Lixo Extraordin�rio (2011), O Sal da Terra (2015) e Democracia em Vertigem (2020).

Raoni � uma parceria entre Brasil, Fran�a e B�lgica. Foi escrito e dirigido pelo belga Jean-Pierre Dutilleux em parceria com o brasileiro Luiz Carlos Saldanha. Em ingl�s, o document�rio sobre o l�der ind�gena � narrado por Marlon Brando (1924-2004) e, em portugu�s, por Paulo C�sar Pereio.

J� El Salvador: Another Vietnam (1981) � co-dirigido por uma brasileira, Tet� Vasconcellos, a primeira a concorrer ao Oscar, e um norte-americano, Glenn Silber.

Outra coprodu��o � o anglo-brasileira Lixo Extraordin�rio (2011), sobre o trabalho do artista pl�stico Vik Muniz. Dois dos tr�s diretores s�o brasileiros: Jo�o Jardim e Karen Harley.

O Sal da Terra (2015) � um document�rio �talo-franco-brasileiro sobre o fot�grafo Sebasti�o Salgado. A dire��o � assinada pelo alem�o Wim Wenders e pelo brasileiro Juliano Salgado, filho de Sebasti�o. N�o levou o Oscar, mas, em compensa��o, ganhou o C�sar, o pr�mio mais importante do cinema franc�s.

Dos cinco docs indicados ao Oscar, o �nico que n�o � uma coprodu��o � Democracia em Vertigem (2020). Dirigido por Petra Costa, retrata os bastidores do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o julgamento de Luiz In�cio Lula da Silva, a elei��o do candidato Jair Bolsonaro e a crise pol�tica do Brasil.

9. O �nico brasileiro com duas indica��es

Famoso pelas franquias A Era do Gelo e Rio, o cineasta Carlos Saldanha � o �nico brasileiro com duas indica��es: Melhor Anima��o em Curta-Metragem por Aventura Perdida de Scrat (2004) e Melhor Filme de Anima��o por Touro Ferdinando (2018).

Nascido e criado no Rio de Janeiro, Saldanha mora, desde 1991, em Nova Iorque.

10. Brasileiros ajudam a selecionar os melhores

Sim, h� artistas, produtores e executivos do Brasil entre os mais de 10 mil membros da Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas, em Los Angeles. Para fazer parte dela, precisa ser indicado por dois jurados.

Em 2021, a lista de jurados aumentou. Foram convidados mais 395 nomes, de 49 pa�ses. Entre eles, alguns brasileiros como o ator Wagner Moura, os produtores Fabiano Gullane, Paula Barreto e Andrea Barata Ribeiro, os documentaristas Jo�o Atala e Karen Akerman, a maquiadora Anna Van Steen e a roteirista Carolina Markowicz.

No passado, outros brasileiros j� foram convidados a votar no Oscar: a atriz Alice Braga, o ator Rodrigo Santoro, o produtor Rodrigo Teixeira, o diretor Kleber Mendon�a Filho, o compositor Carlinhos Brown, a documentarista Petra Costa…

Sabia que a BBC est� tamb�m no Telegram? Inscreva-se no canal.

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)