
O Bloco Pele Preta, que se dedica � execu��o da m�sica baiana e dos ritmos afro-brasileiros, de modo geral, � o convidado do M�sica de Domingo, projeto que o Circuito Municipal de Cultura promove no Teatro Francisco Nunes, com apresenta��es quinzenais. A apresenta��o deste domingo (27/3) integra uma edi��o especial intitulada “Ritmos percussivos”, que teve in�cio no �ltimo dia 13 e segue at� 24 de abril.
Apesar do nome – que diz mais respeito a uma aspira��o –, o Bloco Pele Preta �, na verdade, uma banda, criada em 2019, a partir do encontro de quatro artistas negras, com trajet�rias que passam por grupos como Tambolel�, Xicas da Silva, Coletivo Negras Autoras e Tambor Mineiro, e tamb�m pela organiza��o do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte (FAN-BH).
A vocalista, Vivi Coelho, diz que o Pele Preta surgiu da vontade dessas mulheres de se colocarem como protagonistas na execu��o de um repert�rio relacionado � cultura afro-brasileira. “Quisemos formar uma banda com o objetivo de trazer centralidade para as mulheres negras, porque queremos e precisamos estar nesses lugares de destaque, no centro do palco.”
O grupo seria o n�cleo de um bloco carnavalesco que estava sendo formado para sair �s ruas em 2020 – o que acabou n�o acontecendo. “Nosso objetivo era estrear o bloco em 2020, mas n�o conseguimos concretizar; preferimos firmar o trabalho da banda, que somos eu, Ju�ara, Karu Torres e D�bora Costa”, diz a cantora. Dedicado principalmente �s vers�es de m�sicas de outros artistas, mas com uma produ��o autoral incipiente, o Pele Preta transita por v�rios g�neros da m�sica brasileira, segundo Vivi.
RELEITURAS
“Fazemos releituras de can��es que t�m a ver com a nossa cultura. O ax� � uma vertente que traz m�ltiplos ritmos ligados a ela, como o ijex�, o afox�, o samba reggae, o samba duro. Al�m da m�sica baiana, tamb�m fazemos vers�es de outros artistas pretos, como Jorge Ben Jor, Chico C�sar e Gilberto Gil”, aponta.
Vivi diz que o grupo j� est� trabalhando na divulga��o de uma primeira composi��o pr�pria, que ela assina juntamente com Ju�ara, que tamb�m atua como vocalista na banda. “Na verdade, j� temos muitas composi��es, s� que ainda est�o guardadas. A gente espera a possibilidade de mais shows para poder ir mostrando esse trabalho. Quando pensamos numa m�sica para o Pele Preta, eu e Ju�ara vamos somando ideias e entregamos para a D�bora, que � percussionista e cuida dos arranjos. � uma constru��o que passa por n�s tr�s”, diz.
Ela ressalta que a expectativa para o show deste domingo � grande, pois ser� o primeiro com plateia ap�s dois anos sem a possibilidade do encontro presencial entre o grupo e seu p�blico. ‘Vamos apresentar um repert�rio com muita m�sica preta para dan�ar, com releituras de cl�ssicos do ax� e da MPB. Vai ser um show bastante emocionante, a gente acredita que o p�blico vai se envolver bastante.”
Agora, com um cen�rio de arrefecimento da pandemia, os planos do Bloco Pele Preta s�o, segundo a vocalista, ocupar mais espa�os da cidade cujas programa��es comportem o tipo de proposta do grupo. “Tamb�m queremos ir para outras cidades, apresentar esse trabalho que � todo concebido por mulheres pretas. E queremos mesmo botar o bloco na rua, quem sabe no pr�ximo carnaval. A ideia � ocupar os espa�os para que a gente possa dizer o que tem que ser dito, a partir da arte”, destaca.
O M�sica de Domingo tem como pr�ximas atra��es o bloco Pena de Pav�o de Krishna, no dia 10 de abril, e o bloco Funk You, no dia 24 de abril.
PELE PRETA
Show do bloco, neste domingo (27/3), �s 17h, no Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, 1.321, Centro). Entrada franca, mediante retirada antecipada pelo link https://www.diskingressos.com.br/ ou na entrada do evento, sujeito � lota��o.