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Estado de Minas SOUL

Nina Simone, na voz de Laiona Michelle, volta a brilhar nos palcos

'Little girl blue' emociona o p�blico em Nova York, embora o detentor dos direitos autorais de can��es da estrela n�o tenha liberado o repert�rio autoral dela


30/03/2022 04:00

No palco, a atriz A atriz Laiona Michelle, usando vestido laranja, ergue os braços ao cantar e interpretar Nina Simone em musical em cartaz em Nova York
A atriz Laiona Michelle se prop�e a "responder a algumas perguntas" sobre a personalidade da cantora com "Little girl blue", em cartaz em Nova York (foto: Angela Weiss/AFP)

A quem pertence Nina Simone? Em Nova York, um musical d� vida � rainha do soul, a suas lutas e feridas �ntimas. Mas, nos bastidores, h� uma batalha jur�dica pela propriedade das m�sicas emblem�ticas da cantora e compositora norte-americana, que se tornou tamb�m �cone antirracista.
 
“Sempre disseram a Nina Simone para sentar e ficar quieta: 'Voc� faz muito barulho!', 'Voc� � uma negra brava'. Minha miss�o era trazer todo esse barulho para o palco e responder a algumas perguntas: por que ela era t�o inst�vel, brava e triste?”, afirma Laiona Michelle, que canta, dan�a e interpreta a diva afroamericana em “Little girl blue”, em cartaz em um pequeno teatro do New World Stages.

 “Feeling good”, “Ain't got no – I got life”, “Love me or leave me”, “Don't let me be misunderstood”. Durante duas horas, a atriz, que tamb�m escreveu o espet�culo, encanta o p�blico com sua voz calorosa e hits que esculpiram a lenda de Nina Simone.

A montagem tamb�m explora a vida fora do comum de Eunice Waymon, nome verdadeiro da artista, nascida em 1933 na Carolina do Norte. 

Talentosa para o canto e piano cl�ssico, teve que desistir da carreira profissional como pianista depois de n�o conseguir ingressar em um conservat�rio na Filad�lfia. Magoada, Nina Simone sempre culpou o racismo pelo fato de n�o ter se tornado concertista.

Radical 
O espet�culo n�o romantiza a prova��o de Nina, as agress�es de seu marido e empres�rio Andrew Stroud e seus problemas mentais. Tamb�m mostra a artista radical, que n�o escondeu ser contra a “n�o viol�ncia”. Durante apresenta��o em 1969, ela perguntou ao p�blico: “Povo negro, voc�s est�o dispostos a incendiar pr�dios?”.

No entanto, o musical, que come�a durante um show em abril de 1968, com todos chocados devido ao assassinato do l�der negro Martin Luther King Jr., n�o incluiu as can��es que Nina Simone fez e se tornaram emblemas do movimento pelos direitos civis.

� o caso de “Mississipi goddam”, escrita por ela em rea��o ao inc�ndio causado em 1963 por membros da Ku Klux Klan em uma igreja no Alabama, no qual quatro jovens negras morreram.

Isso se deve � impossibilidade de obter os direitos autorais da can��o.

 A equipe de “Little girl blue” culpa o advogado californiano Steven Ames Brown, que aconselhou Nina Simone no fim de sua vida.

Brown se apresenta como o administrador, desde 1988, do cat�logo musical de Nina Simone, que morreu em 2003 e cedeu seus direitos a um fundo de caridade que ainda existe.

O advogado n�o poupa cr�ticas a “Little girl blue”, segundo ele, espet�culo “fict�cio, superficial e que n�o faz justi�a” a sua “amiga”.

Sem especificar datas, pede aos f�s que aguardem “a pe�a baseada em sua autobiografia que ser� apresentada em Nova York e Londres”. De acordo com Brown, “um espet�culo fiel � sua vida como ela a manifestou.”

 A equipe de “Little girl blue” defende a vers�o em cartaz, alegando que Nina Simone tamb�m fez sua carreira interpretando can��es escritas por outras pessoas, mais acess�veis em termos de cess�o de direitos autorais.

Fato � que depois de ouvir 17 can��es, incluindo a melanc�lica “Little girl blue” e “Black is the colour”, o p�blico aplaude de p� o musical. 


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