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Estado de Minas A LITERATURA DE LUTO

Morre aos 98 anos Lygia Fagundes Telles

Escritora era membro da Academia Brasileira de Letras, da Academia Paulista de Letras e do PEN Club do Brasil


03/04/2022 11:08 - atualizado 03/04/2022 11:37

Lygia Fagundes Telles
Escritora morreu nesta manh� em S�o Paulo, aos 98 anos (foto: Alexandre Carvalho/A2img)


Morreu na manh� deste domingo, em S�o Paulo, a escritora Lygia Fagundes da Silva Telles, de 98 anos. A informa��o foi dada pelo colunista do jornal O Globo Ancelmo Gois.

Uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos morreu em S�o Paulo, aos 98 anos. Autora de romances como “Ciranda de pedra” (1954) e “As meninas” (1973), e livros de contos como “Antes do baile verde” (1970) e “A noite escura e mais eu”) (1995), Lygia nasceu na capital paulista e era integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela recebeu os pr�mios Jabuti, APCA e Cam�es, distin��o maior em l�ngua portuguesa pelo conjunto da obra. 

Frases marcantes de Lygia

“Sou escritora e sou mulher – of�cio e condi��o duplamente dif�ceis de contornar, principalmente quando me lembro como o pa�s (a mentalidade brasileira) interferiu negativamente no meu processo de crescimento como profissional.”
“Algumas das minhas fic��es se inspiraram na simples imagem de algo que vi e retive na mem�ria, um objeto, uma casa, uma pessoa...”

“O escritor pode ser louco, mas n�o enlouquece o leitor. Ao contr�rio, pode at� desvi�-lo da loucura. O escritor pode ser corrompido, mas n�o corrompe. Pode ser solit�rio e triste e ainda assim vai alimentar o sonho daquele que est� na solid�o.”

“Sou escritora e sou mulher – of�cio e condi��o duplamente dif�ceis de contornar, principalmente quando me lembro como o pa�s (a mentalidade brasileira) interferiu negativamente no meu processo de crescimento como profissional.”
“Algumas das minhas fic��es se inspiraram na simples imagem de algo que vi e retive na mem�ria, um objeto, uma casa, uma pessoa...”

“O escritor pode ser louco, mas n�o enlouquece o leitor. Ao contr�rio, pode at� desvi�-lo da loucura. O escritor pode ser corrompido, mas n�o corrompe. Pode ser solit�rio e triste e ainda assim vai alimentar o sonho daquele que est� na solid�o.” 
 
Lygia Fagundes Telles (1923 - 2022) foi romacista e contista, e representante do movimento P�s-Modernista. Nasceu em S�o Paulo, no dia 19 de abril de 1923. Filha do promotor Durval de Azevedo Fagundes e da pianista Maria do Ros�rio Silva Jardim de Moura, passou sua inf�ncia em v�rias cidades do interior em fun��o do trabalho do pai.
 
Aos 15 anos publicou o primeir livro "Por�o e Sobrado". Estudou no Instituto de Educa��o Caetano de Campos na capital paulista. Frequentou a Faculdade de Direito do Largo de S�o Francisco, da Universidade de S�o Paulo, onde tamb�m cursou Educa��o F�sica.
 
Colaborava com os jornais “Arc�dia” e “A Balan�a”, ambos vinculados � Academia de Letras da faculdade. Frequentava os encontros de literatura com M�rio e Oswald de Andrade. Sua  estreia oficial na literatura ocorreu em 1944, com o volume de contos "Praia Viva". Em 1947, casou-se com um de seus professores, o jurista Goffredo Telles J�nior, com quem teve um filho.
 
Produziu o romance “Ciranda de Pedra” (1954), no qual relata a hist�ria de um casal que se separa e a ca�ula vai morar com a m�e, onde vive os dramas ocultos de uma jovem de pais separados. (A obra foi adaptada para uma novela na TV Globo).
 
Em 1958, Lygia publicou o livro de contos, "Hist�ria do Desencontro", que recebeu o Pr�mio Artur Azevedo do Instituto Nacional do Livro. Em 1960 separou-se do marido. Em 1963 casou-se com o ensa�sta e cr�tico de cinema Paulo Em�lio Salles Gomes. Nesse mesmo ano, publicou seu segundo romance “Ver�o no Aqu�rio”, que recebeu o Pr�mio Jabuti.
 
Junto com Paulo Em�lio, escreveu o roteiro para o filme Capitu (1967), baseado na obra Dom Casmurro de Machado de Assis, uma encomenda de Paulo C�sar Saraceni, que recebeu o Pr�mio Candango de Melhor Roteiro Cinematogr�fico.
A obra “Semin�rio dos Ratos” (1977) recebeu o Pr�mio PEN Clube do Brasil. “A Disciplina do Amor” (1980) recebeu o Pr�mio Jabuti e o Pr�mio da Associa��o Paulista dos Cr�ticos de Arte.
 
A escritora foi a terceira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira n.º 16, no dia 12 de maio de 1987. Foi eleita para a Academia das Ci�ncias de Lisboa. Em 2001, recebeu o Pr�mio Cam�es, que lhe foi entregue em 13 de outubro de 2005, durante a VIII C�pula Luso-brasileira, realizada na cidade do Porto, Portugal. Em 2016 e aos 92 anos de idade, Lygia Fagundes Telles tornou-se a primeira mulher brasileira a ser indicada para receber o pr�mio Nobel de Literatura. 

Pr�mios Liter�rios
- Pr�mio do Instituto Nacional do Livro, por Hist�rias do Desencontro (1958)
- Pr�mio Jabuti, por Ver�o no Aqu�rio (1965)
- Grande Pr�mio Internacional Feminino para Contos estrangeiros, Fran�a (1969) por Antes do Baile Verde
- Pr�mio Candango, concedido ao melhor roteiro cinematogr�fico, por Capitu parceria com Paulo Em�lio Sales Gomes (1969)
- Pr�mio Guimar�es Rosa (1972)
- Pr�mio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras; Jabuti e APCA - Associa��o Paulista dos Cr�ticos de Arte, pelo romance As Meninas (1974)
- PEN Clube do Brasil, pelo livro de contos Semin�rio dos Ratos (1977)
- Pr�mio Jabuti e APCA, por A Disciplina do Amor (1980)
- II Bienal Nestl� de Literatura Brasileira (1984)
- Pr�mio Pedro Nava, (Melhor Livro do Ano), por As Horas Nuas (1989)
- Pr�mio Jabuti; Pr�mio Arthur Azevedo, da Biblioteca Nacional e APLUB de Literatura, por A Noite Escura e Mais Eu (1995)
- Condecorada com a Ordem das Artes e das Letras pelo governo franc�s (1998)
- Pr�mio Jabuti; APCA; Concurso paralelo "Livro do Ano" e o "Golfinho de Ouro", por Inven��o e Mem�ria (2001)
- Pr�mio Cam�es, pelo conjunto da obra, Portugal - Brasil (2005)
- Pr�mio APCA, por Conspira��o de Nuvens (2007)
- Pr�mio Mulheres mais Influentes - Gazeta Mercantil (2007)
- Pr�mio Dra. Maria Imaculada Xavier da Silveira, 2008 - OAB
- Pr�mio Juca Pato 2009  (Intelectual do Ano) - Uni�o Brasileira de Escritores
- Pr�mio Conrado Wessel de Literatura 2015
 
Condecora��es
Medalha M�rio de Andrade - Governo do Estado de S�o Paulo; Medalha M�rito C�vico e Cultural - da Sociedade Brasileira de Her�ldica de S�o Paulo; Medalha do Grande Pr�mio Liter�rio de Cannes, categoria contos (1969); Medalha do Pr�mio Imperatriz Leopoldina, do Instituto Hist�rico e Geogr�fico de S�o Paulo (1969); Ordem do Rio Branco, Comendador (1985); t�tulo Personalidade Liter�ria do Ano de 1987, conferido pela C�mara Brasileira do Livro; medalha Ordre des Arts et des Lettres, Chevalier (1998) e Ordem al M�rito Docente y Cultural Gabriela Mistral, Gran Oficial (Chile). Agraciada, em mar�o de 2001, com o t�tulo de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Bras�lia (UnB).
Lygia Fagundes Telles tem participado de feiras de livros e congressos realizados n�o s� no Brasil, mas tamb�m em Portugal, Espanha, It�lia, M�xico, Estados Unidos, Fran�a, Alemanha, Rep�blica Tcheca, Canad� e Su�cia, pa�ses nos quais foram publicados seus contos e romances.


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