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Estado de Minas CINEMA

Tapa de Will Smith ofuscou vit�ria hist�rica do streaming no Oscar

Ap�s sucessivas tentativas frustradas da Netflix, uma plataforma de streaming venceu pela primeira vez a estatueta de melhor filme, com "No ritmo do cora��o"


12/04/2022 04:00 - atualizado 11/04/2022 20:04

Atriz Emilia Jones se despede da família usando linguagem de sinais na janela de carro em cena de Coda
Filmado de modo independente e com baixo or�amento, o filme de Sian Heder foi adquirido pela Apple, que investiu estimados US$ 10 milh�es na campanha para levar a estatueta (foto: Pathe/Divulga��o)

Ofuscada pelo tapa de Will Smith em Chris Rock, a premia��o do Oscar 2022 terminou com uma vit�ria hist�rica: uma empresa de streaming ganhou a estatueta de melhor filme. 

Se Smith n�o tivesse agredido Rock, o triunfo da Apple TV+ com "Coda – No ritmo do cora��o" teria sido o assunto mais comentado sobre a cerim�nia, pois eram os grandes est�dios que sempre conquistavam o maior pr�mio de Hollywood.

"Est� claro que os servi�os de streaming romperam a barreira, e acredito que � algo importante", disse Kendall Phillips, professor da Universidade de Syracuse, especializado em cultura pop.

Meses antes da cerim�nia no Teatro Dolby, em Los Angeles, o crescimento das plataformas de streaming e a qualidade de seus conte�dos eram um dos principais assuntos nas rodas de conversa sobre o Oscar deste ano. 

Os analistas viam como grande favorito aos principais pr�mios o filme da diretora Jane Campion "O ataque dos c�es", uma produ��o da Netflix que aborda a masculinidade t�xica no Oeste dos Estados Unidos nos anos 1920. 

O western protagonizado por Benedict Cumberbatch no papel de um vaqueiro sexualmente reprimido havia sido fortemente promovido pela gigante do streaming, que buscava o selo de aprova��o de Hollywood.

DRAMA 
Por�m, "No ritmo do cora��o" estourou e o p�blico se comoveu com um elenco entrosado e com sua mensagem de esperan�a por meio das adversidades enfrentadas por uma fam�lia na qual apenas a adolescente Ruby (Emila Jones) � ouvinte. 

As plataformas de streaming come�aram a triunfar nas principais premia��es de Holywood em 2017, quando "Manchester � beira-mar", protagonizado por Casey Afleck e Michelle Williams, foi indicado a melhor filme. 

O longa foi derrotado por "Moonlight: Sob a luz do luar" na cerim�nia em que "La la land" foi incorretamente anunciado como o filme vencedor. 

Desde ent�o, a Netflix se converteu em uma presen�a constante na categoria mais importante do Oscar, com produ��es como "Roma", "O irland�s", "Hist�ria de um casamento", "Mank", "Os 7 de Chicago" e "N�o olhe para cima", neste ano tamb�m indicado a melhor filme, al�m de “Ataque dos c�es”. 

Durante os �ltimos sete anos, a Netflix conquistou mais indica��es que qualquer outra distribuidora. Somente em 2022, totalizou 27, mas apenas uma vit�ria: a de melhor dire��o para Jane Campion. 

Diferentemente da concorrente, a Apple TV recebeu a primeira indica��o ao Oscar no ano passado e ganhou tr�s das seis categorias que disputava em 2022. 

De acordo com a Variety, a Apple investiu mais de US$ 10 milh�es em sua campanha ao Oscar, quase o mesmo que custou filmar "Coda – No ritmo do cora��o". 

A Netflix n�o ficou para tr�s e gastou bastante em sua aposta para tentar levar a estatueta dourada: Los Angeles esteve durante meses emoldurada com cartazes do filme, mas, para alguns especialistas, tanta propaganda era muito para digerir. 

"A qualquer lugar em que voc� fosse em Los Angeles se via um cartaz dizendo que era 'o melhor filme do ano'", disse um diretor, sob anonimato, � Indiewire. "Se algu�m tem culpa � a pr�pria Netflix por pressionar tanto com esse filme". 

RELUT�NCIA 
Tamb�m foram registradas algumas queixas extraoficiais de alguns membros da Academia, que sentiam que n�o podiam votar em um filme de streaming devido a certa relut�ncia com esse formato. 

Muitos cineastas lamentam o solit�rio formato de consumo de produ��es em uma pequena tela em casa e falam com nostalgia da experi�ncia de compartilhar uma sala de cinema com outros amantes da s�tima arte. 

A nostalgia ficou evidente com o discurso de Kevin Costner, um dos mais eloquentes da noite, ao anunciar o Oscar de melhor dire��o. 

"H� um tempo, eu tamb�m fui crian�a, nesse castelo m�gico da hist�ria e da narrativa, minha cadeira estava na escurid�o cintilante da imagina��o", disse. 

Por�m, o p�blico ultimamente privilegia o conte�do, opina o professor Phillips, e as plataformas de streaming cumprem o objetivo. 

"� muito dif�cil determinar de onde vem um filme, se � de uma produ��o de streaming ou de um grande est�dio. A linha t�nue provavelmente estar� difusa para sempre", disse. 
O p�blico que assistiu a "Coda – No ritmo do cora��o" no cinema n�o est� interessado em saber quem o produziu, opinou. 

"A fronteira na qual de um lado est� a experi�ncia do cinema e do outro a experi�ncia de transmiss�o dentro de casa, creio que provavelmente nunca se restabelecer�, ao menos como era, durante muitas d�cadas", acrescentou. 

Os pr�prios cineastas est�o cada vez menos preocupados com isso. "A Netflix n�o � o que eu queria historicamente, mas � um pouco como os M�dicis de nossa �poca", disse Jane Campion ao jornal Los Angeles Time no ano passado, referindo-se � influente fam�lia que patrocinou artistas do Renascimento.  


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