
Uma trag�dia pessoal � o mote do espet�culo “Death lay – Na vida tem jeito para tudo”, que estreia nesta quinta-feira (14/4), �s 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil. Dez anos atr�s, Val�ria Vieira foi atropelada quando ia para sua festa de anivers�rio de 65 anos. Em estado vegetativo desde ent�o, ela tem como respons�vel legal sua filha, a atriz e diretora Anna Campos, fundadora do Grupo Oriundo de Teatro.
Nesse per�odo, os cuidados com Val�ria e os dois filhos tiraram Anna de cena. Em seu retorno, a atriz exp�e, no palco, sua hist�ria e a de sua m�e.
“Acredito que levei para o espet�culo mais quest�es de vida que de morte, porque, afinal de contas, ela est� viva. Convido o p�blico a enxergar essa pessoa e a me enxergar tamb�m. Expondo o meu caso, tenho a inten��o de levar o p�blico a refletir sobre as pessoas invis�veis, pois n�o t�m voz, n�o se manifestam, n�o exigem seus direitos”, comenta.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
A dramaturgia � assinada por Antonio Hildebrando, tamb�m do Oriundo. “Estamos juntos enquanto grupo desde 2007, ent�o tudo o que aconteceu comigo afetou muito o Oriundo. O processo de escrita do texto partiu de muitas perguntas (que Hildebrando lhe fez). Ele apresentava um texto com as minhas respostas, a gente discutia na sala de ensaio, revia, experimentava”, continua Anna.
O t�tulo “Death lay” tem dois significados. O primeiro � literal: “morte no leito”. Death lay � tamb�m o movimento de alta complexidade do pole dance (quando a pessoa se mant�m presa no topo do mastro apenas pela for�a das coxas), que Anna pratica h� 11 anos.
O mastro est� o tempo todo em cena – a atriz tamb�m divide o palco com uma boneca, em tamanho real, criada pelo artista pl�stico Eduardo F�lix, com as fei��es de Val�ria.
“Quando minha m�e sofreu o acidente, procurei a ajuda de v�rias pessoas. Uma psiquiatra me disse que antes de me medicar, gostaria que eu praticasse um esporte. Pole dance j� era uma coisa de que eu gostava muito, e a� entrou na minha vida para n�o mais sair. Al�m disso, tenho pai, irm�o, marido e dois filhos. Minha fam�lia � toda masculina, minha m�e era o elo feminino. O pole dance foi um lugar em que encontrei, al�m da atividade f�sica, um ambiente feminino”, acrescenta.
"� err�nea a imagem passada pelas novelas e pelo imagin�rio popular da Bela Adormecida, que a pessoa vai acordar e levar uma vida normal''
Anna Campos, atriz e diretora
Complementando o texto e a atua��o, a montagem ainda traz �udios, fotografias, v�deos e objetos pessoais de Anna e Val�ria.
“� err�nea a imagem passada pelas novelas e pelo imagin�rio popular da Bela Adormecida, que a pessoa vai acordar e levar uma vida normal. O p�blico n�o tem, e n�o tem como ter, conhecimento de como realmente �”, afirma Anna. Atualmente, Val�ria est� em uma cl�nica vizinha � casa da atriz.
Anna, que nos �ltimos 10 anos atuou mais nos bastidores do Oriundo, n�o consegue exprimir em palavras o que a montagem significa para ela. “Qualquer coisa que eu disser ser� pequeno. (O espet�culo) Reflete no meu sentimento por minha m�e, na vida. Acho que s� em cena conseguirei me expressar”, finaliza.
“DEATH LAY – NA VIDA TEM JEITO PARA TUDO”
Estreia nesta quinta-feira (14/4), �s 20h, no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, Pra�a da Liberdade, 450, Funcion�rios. Temporada de quinta a domingo, �s 20h, at� 24 de abril. Aos s�bados (16 e 23/4), sess�es com tradu��o em libras. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), � venda na bilheteria e no site Eventim (www.eventim.com.br). Informa��es: (31) 3431-9400