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Estado de Minas M�SICA

S� & Guarabyra fazem seu primeiro show p�s-pandemia hoje em BH

Dupla se apresenta ao lado da Orquestra Opus, nesta sexta-feira (20/5), no Sesc Palladium. Neste 2022 eles comemoram 50 anos de lan�amento do primeiro �lbum


20/05/2022 04:00 - atualizado 20/05/2022 07:20

vestidos com camisa preta e segurando seus violões, Sá e Guarabyra sorriem para a câmera
A dupla S� & Guarabyra pretende lan�ar neste 2022 um disco comemorativo aos 50 anos de lan�amento de seu primeiro �lbum (foto: Nilton Fukuda/Divulga��o)

"Show com orquestra � muito bom de fazer, a massa sonora te empurra, � uma coisa bem para fora. � gostoso voc� estar inserido no meio de uma gama de sensa��es, perceber os diferentes instrumentos e se deixar levar"

S�, cantor e compositor


O momento � especial para a dupla S� & Guarabyra. Primeiro, porque em 2022 completam-se 50 anos de lan�amento de seu �lbum de estreia, “Passado, presente & futuro”, gravado quando ainda eram um trio, que se completava com Z� Rodrix (1947-2009). 

Segundo, porque a dupla reencontra seu p�blico presencialmente, pela primeira vez desde a chegada da pandemia, em grande estilo, dividindo o palco com a Orquestra Opus, em uma apresenta��o que ocorre nesta sexta-feira (20/5), no Grande Teatro do Sesc Palladium, em Belo Horizonte.

Em 2018, S� & Guarabyra tocaram pela primeira vez com a Orquestra Opus, que, desde 2011, mant�m um projeto pelo qual convida nomes da m�sica popular brasileira para shows pontuais. Segundo o maestro Leonardo Cunha, regente da Opus, esse reencontro com a dupla era para ter ocorrido em 2020, mas acabou adiado devido � pandemia. Para S�, a experi�ncia em 2018 foi muito boa e a expectativa para essa nova parceria � grande.

“Show com orquestra � muito bom de fazer, a massa sonora te empurra, � uma coisa bem para fora. � gostoso voc� estar inserido no meio de uma gama de sensa��es, perceber os diferentes instrumentos e se deixar levar”, diz. 

Segundo o m�sico, “voc� curte o som da orquestra e isso faz o seu som voar”. Isso em compara��o com outros formatos em que costuma se apresentar – com banda, por exemplo, ou s� na base das vozes e viol�es com seu parceiro de dupla. “Voz e viol�o exige uma concentra��o maior. Claro que n�o se trata de estar desconcentrado se apresentando com orquestra, mas voc� se deixa levar mais.”

"CAMA SUAVE"

Guarabyra tamb�m identifica especificidades em se apresentar num formato orquestral e, assim como seu parceiro musical, considera a experi�ncia sempre muito prazerosa. “Com orquestra voc� tem uma cama que � muito mais suave do que quando est� no palco com uma banda, e isso d� margem para demonstrar mais t�cnica e apuro vocal. � algo que envolve at� mesmo outro sentimento. Com um naipe de violinos soando junto, voc� canta com mais alma, porque � um som que traz uma aura angelical”, aponta.

Ele pondera, no entanto, que � um formato que tamb�m requer maior disciplina. “Voc� n�o pode se descuidar nunca, porque, se voc� canta com orquestra, os arranjos est�o todos escritos, ent�o voc� vira um leitor da partitura junto com os outros m�sicos. A nossa banda nos acompanha h� d�cadas, existe um entrosamento grande, ent�o voc� tem a liberdade de fazer de improviso alguma mudan�a, e eles entendem e v�o atr�s; com orquestra n�o existe essa possibilidade”, observa.

M�SICA PARA ORQUESTRA

Guarabyra diz que ter suas m�sicas vestidas com essa roupagem n�o � propriamente uma novidade. Ele recorda que, quando come�ou a carreira, entre o final dos anos 1960 e in�cio da d�cada de 1970, o mais comum era os programas de televis�o e as r�dios terem suas pr�prias orquestras para acompanhar os artistas convidados. Em fun��o disso, os m�sicos j� compunham pensando na forma��o orquestral.

Com o fim dessa era – porque era oneroso para os ve�culos de comunica��o manter uma orquestra – � que a dupla come�ou a mudar o estilo de composi��o at� desaguar na est�tica que se convencionou chamar rock rural, que marca, sobretudo, os primeiros �lbuns que lan�aram, segundo Guarabyra. 

“Passamos a fazer coisas que funcionavam melhor com banda, mas com o encontro com a Opus, em 2018, a gente p�de constatar que mesmo as m�sicas criadas dentro desse espectro n�o perderam a voca��o para serem orquestradas, o que foi uma grande surpresa para a gente.”

Se por um lado as m�sicas de S� & Guarabyra permitem essa roupagem sem maiores desconfortos, por outro, a Orquestra Opus tem uma forma��o pensada para uma abordagem da m�sica popular, segundo Leonardo Cunha. Ele diz que a estrutura instrumental do grupo – que inclui a cl�ssica “cozinha” de bateria e contrabaixo, por exemplo – fornece um bom alicerce para artistas da seara popular que est�o habituados a se apresentar acompanhados por banda.

vestidos de preto, músicos da Orquestra Opus tocam seus instrumentos no palco
A Orquestra Opus tem agenda de apresenta��es com convidados da MPB fechada at� agosto. Fl�vio Venturini � o pr�ximo convidado (foto: Naiara Napoli/ divulga��o)

"Com orquestra voc� tem uma cama que � muito mais suave do que quando est� no palco com uma banda, e isso d� margem para demonstrar mais t�cnica e apuro vocal. � algo que envolve at� mesmo outro sentimento. Com um naipe de violinos soando junto, voc� canta com mais alma, porque � um som que traz uma aura angelical"

Guarabyra, cantor e compositor



“A gente faz esse trabalho de ir ao encontro da m�sica popular desde 2011, ent�o temos experi�ncia. Um receio recorrente de alguns artistas que se apresentam com a gente � que a sonoridade fique suave demais, mas a gente consegue dar uma vestimenta para as melodias e harmonias que eles criam com a mesma tonalidade, as mesmas estruturas, s� que com uma sonoridade diferente”, comenta.


Ele � quem assina os arranjos, criados especialmente para essa apresenta��o. “Primeiro a gente escolheu junto as can��es que ir�amos trabalhar, depois fui buscar as grava��es originais para entender o estilo, saber por qual caminho a gente poderia seguir melhor com os arranjos. Depois de escritos, eu apresentava as propostas para eles. Todas foram muito bem recebidas pela dupla”, afirma.

O roteiro do show inclui grandes sucessos da carreira de S� & Guarabyra, como “Sobradinho”, “Roque Santeiro”, “Dona”, “Tabuleiro”, “Espanhola” e “Ca�ador de mim”, mas o repert�rio tamb�m contempla temas menos conhecidos, como “Harmonia”, “Ziriguidum Tchan”, “Can��o dos piratas”, “Barulhos” e “Cinamomo”. 

“A gente tentou buscar as can��es mais famosas da carreira deles, mais emblem�ticas, que n�o podiam ficar de fora, e eles tamb�m deram sugest�es de m�sicas que poderiam ficar mais interessantes com orquestra”, diz o maestro.

“Tem sempre essa coisa engra�ada, que � meio uma disputa entre o que o artista quer fazer e o que o p�blico quer escutar. A gente que � m�sico, que segue compondo, quer apresentar as coisas novas, que n�o s�o ainda t�o conhecidas, e o p�blico quer os sucessos consagrados, a repeti��o daquilo que ele j� aprendeu a gostar. Pensando nisso, fizemos um apanhado geral de carreira e tamb�m inclu�mos coisas que gostar�amos que nosso p�blico conhecesse melhor”, aponta Guarabyra.

RETORNO AOS PALCOS

Ele se diz muito empolgado com o retorno aos palcos, especialmente com o “acompanhamento luxuoso” da Orquestra Opus. Guarabyra refor�a que, afinal, estava desde 14 de abril de 2020 – quando a dupla fez seu �ltimo show antes de se recolher no isolamento – sem o contato direto com o p�blico. 

“Tenho a impress�o de que a gente vai ter at� que reaprender alguma coisa, porque foram f�rias muito longas”, graceja. “� como ficar dois anos sem andar; voc� sabe que � capaz de andar, mas quando recome�a, sente que tem que reaprender alguma coisa”, completa.

S� faz coro com o parceiro Guarabyra: “Eu estava louco para reencontrar o p�blico. E estrear assim, com orquestra, � muito legal. Desde o nosso primeiro encontro, a gente estabeleceu uma rela��o muito boa com o Leo Cunha, com a orquestra toda, ent�o tem a� tamb�m quase que um clima de confraterniza��o”. 

Durante a pandemia, mais precisamente no final de 2020, S� se mudou com a fam�lia para Portugal, depois de uma temporada morando em Belo Horizonte. Ele n�o acredita que isso v� ser propriamente um empecilho para a manuten��o das atividades com o parceiro. 

“Por aqui estava tudo parado por causa da pandemia, minha mulher queria fazer um mestrado l� em Portugal, ent�o aproveitamos e levamos a fam�lia inteira embora. Agora devo ficar na ponte a�rea, mas tudo bem, s�o 9 horas de voo o trecho de Porto a Belo Horizonte. N�o estou t�o longe assim, � como se estivesse indo de �nibus de BH para S�o Paulo”, diz.
 
Confira S� e Guarabyra cantando 'Roque Santeiro' no programa 'Viola, minha viola', da TV Cultura:
 
 
 

TRABALHOS INDIVIDUAIS

Ainda que o plano seja manter a dupla com Guarabyra ativa – sobretudo neste momento de celebra��o pelo cinquenten�rio do �lbum de estreia –, S� aponta que est� com projetos pr�prios, que vinha esbo�ando desde antes da chegada da pandemia. S� est� com um disco solo pronto, com nove m�sicas in�ditas e duas regrava��es, apenas aguardando o momento oportuno para o lan�amento.

Para o pr�ximo ano, ele diz que pretende lan�ar um �lbum em parceria com Gabriel Sater, com quem tem trocado algumas figurinhas musicais. Guarabyra, por sua vez, tamb�m est� trabalhando num �lbum solo. 

Ele conta que, durante a pandemia, investiu mais na literatura, divulgando um livro de cr�nicas que tinha acabado de lan�ar e come�ando a escrever um romance, mas tamb�m andou compondo com Fl�vio Venturini e Renato Corr�a, dos Golden Boys, um antigo parceiro, com quem fez o sucesso “Casaco marrom”.

Sobre o disco comemorativo pelos 50 anos do debute fonogr�fico, S� diz que j� tem tr�s m�sicas prontas feitas a quatro m�os com Guarabyra e que, mesmo com a dist�ncia, a ideia � que continuem criando novos temas at� ter o suficiente para um �lbum. 
“Vamos celebrar muito esse marco. ‘Passado, presente & futuro’ foi lan�ado em 1972, eu ou�o hoje e acho bastante atual, mesmo com as defici�ncias t�cnicas da �poca em que foi gravado. Sem falsa mod�stia, acho um trabalho primoroso. Embora com a falta do nosso querido Z� Rodrix, vamos comemorar. Eu e Guarabyra n�o lan�amos in�ditas h� muito tempo, ent�o acho que vai ser um belo presente para nossos f�s.”

J� a Orquestra Opus, que durante a pandemia se dedicou a fazer uma s�rie de lives patrocinadas, tem no horizonte outros shows ao lado de artistas de renome da MPB. No dia 10 de junho o convidado � Fl�vio Venturini; em 18 de junho a orquestra recebe Vanessa da Mata no Pal�cio das Artes; em 8 de julho sobe ao palco do Cine Theatro Brasil Vallourec com Wilson Sideral; toca com Maria Gad� em duas ocasi�es, em Itabira e em Belo Horizonte; encontra Sandra de S� no dia 16 de julho em S�o Gon�alo do Rio Abaixo; e fecha o que tem de agenda at� o momento com Arnaldo Antunes, no dia 11 de agosto, no Pal�cio das Artes.

ORQUESTRA OPUS CONVIDA S� & GUARABYRA

Nesta sexta-feira (20/5), no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, 31.3270-8100). Ingressos para a plateia 1 esgotados; para as plateias 2 e 3 a R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia), pelo site Sympla


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