
Atualmente morando em Pouso Alegre, Prado Neto deixa pe�as tamb�m em outras cidades da regi�o.
E ele utiliza material recicl�vel para criar as artes, o que torna o trabalho ainda mais gratificante. O objetivo tamb�m � atingir um bom n�mero de pessoas.
“Eu percebi que muitas pessoas tinham esse desejo de possuir uma arte. Pessoas �s vezes que eu conversava no dia a dia, amigos que tinham esse desejo de ter uma obra de arte, mas n�o tinham condi��es de comprar. E foi a� que nasceu essa ideia, de pegar esses materiais que s�o descartados na rua, como garrafas, madeira, e devolver para a rua de forma po�tica. Essa � a inten��o desse projeto, poder promover a sustentabilidade e beneficiar o maior n�mero de pessoas”, conta Prado Neto.

Vidas transformadas com o projeto
Depois que deixa a arte em algum canto, Prado aguarda o contato da pessoa que pega a arte, para uma intera��o.
“J� tive muitas experi�ncias, j� ouvi muitas hist�rias atrav�s dessas artes. Inclusive teve uma pessoa que estava passando por um momento de muita dificuldade e encontrou uma, onde estava escrito: ‘n�o desista, algu�m se inspira em voc�’. E ela me mandou uma mensagem depois dando um depoimento da vida dela. Eu fiquei muito contente em saber que a arte tem essa capacidade de transformar vidas”, enfatiza.
Contemplada duas vezes
Enquanto muitas pessoas ficam na expectativa de novas artes serem deixadas nas ruas para, enfim, poderem pegar, outras conseguiram levar para casa mais de uma pe�a.
� o que conta a engenheira de produ��o Ana Tha�s Pereira Scodeler, moradora de Pouso Alegre.
“Eu tive a honra de ser contemplada, de estar no lugar certo, na hora certa, por duas vezes”, afirma.
Ana Tha�s contou que, no dia em que conseguiu pegar a primeira pe�a, teve um pouco de sorte.
Ela ainda estava despertando pela manh� quando viu que o artista havia anunciado uma nova obra nas ruas, pelas redes sociais.
Ela ent�o chamou o marido, pois estava desconfiada onde era o local. Foi a� que ela conseguiu pegar a tempo uma pe�a de Prado.
“Eu sou admiradora do trabalho dele, um trabalho feito de material sustent�vel. Al�m de ser uma obra de arte linda, ainda est� contribuindo para o meio ambiente. Eu n�o vou pegar mais porque eu quero dar oportunidade de outras pessoas pegarem e conhecerem sobre esse projeto lindo. O que eu acho bacana � isso, ele mostrar sua arte e tamb�m presentear pessoas que n�o t�m condi��es de poder comprar uma obra dele”, enfatiza a engenheira.

Paix�o e conhecimento internacional
Prado Neto se diz apaixonado pela arte. Diante de toda expressividade que ela proporciona, o artista se empenha para chegar onde jamais imaginou poder estar.
“Sou apaixonado pela arte j� h� mais de 20 anos. Sou autodidata e tudo que eu aprendi foi atrav�s de revistas, blogs e amigos artistas que me passaram muito conhecimento. E hoje eu venho desenvolvendo muitos trabalhos com pintura em acr�lica, em telas, desenvolvendo tamb�m murais de rua e trabalho sustent�vel”, conta.
E n�o � s� em Pouso Alegre que a arte dele se espalha. Ela j� cruzou fronteiras e � conhecida at� internacionalmente, com exposi��es na �ndia e na Inglaterra.
“Essas experi�ncias me tornaram um pouco mais humano”, destaca.
Hoje, o artista afirma que procura retratar em seus trabalhos pessoas que n�o t�m voz na sociedade.
E atrav�s de sua arte ele consegue torn�-las vistas. Ouvindo as pessoas, vendo experi�ncias e conhecendo hist�rias, ele espera que esse legado seja sempre lembrado e que possa ser exemplo para tantos outros artistas.
“Pra mim a arte � fazer aflorar aquilo que est� dentro de n�s. As hist�rias que v�o vindo eu tento ilustrar nos murais de rua. A maioria deles eu tento n�o deixar muito colorido ou at� mesmo preparar o fundo, porque a proposta da arte � essa, pegar o caos, um lugar onde n�o tem nada, e tentar deixar a imagem, deixar uma ilustra��o que ela vai dando a voz que est� dentro de n�s. E a arte vem para tentar trazer essas cores para alegrar o nosso dia a dia”, encerra.

Iago Almeida / Especial ao EM