'Somos um pa�s, gra�as a Deus, muito brega', diz Sidney Magal
Cantor defende o artista popular, comemora meio s�culo de carreira e tem sua vida contada no teatro e cinema. Neste s�bado (2/7), ele faz show em BH
Sidney Magal convida o p�blico para cantar e dan�ar com ele, neste s�bado (2/7) � noite, no Pal�cio das Artes (foto: Julianna Torres/divulga��o)
''A gente se ama com breguice, se veste com breguice, fala nas ruas com breguice. A gente grita no restaurante. Isso � sinal de vida''
Sidney Magal, cantor
“Montei um repert�rio especial para fazer a plateia ferver”, avisa Sidney Magal, que se apresenta neste s�bado (2/7), �s 21h, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes. O cantor comemora seus 55 anos de carreira com o show “Bailamos”, com direito a bailarinos no palco, banda completa e, claro, “Sandra Rosa Madalena”, “Me chama que eu vou” e “Meu sangue ferve por voc�”, entre outros hits.
Magal costuma dizer que canta o que o povo quer ouvir. � assim que aos 72 anos, completados em junho, este carioca radicado em Salvador espalha alegria por onde passa.
Quando lhe perguntam como ser� o show, lembra que costuma responder: “Olha, se voc�s adivinharem que vou cantar ‘Sandra Rosa’, ‘Me chama que vou’, ‘Amante latino’ e ‘Meu sangue ferve por voc�’, serei obrigado a concordar. � l�gico que uso a filosofia, que acho muito v�lida, de que por mais tempo de carreira que o artista tenha, o p�blico quer sempre ouvir sucessos. E olha que j� tenho 55 anos (de palco).”
A r�dio do Magal
Ele gosta de chamar seu show de “R�dio do Magal”, pelo fato de incluir m�sicas de compositores que ouviu a vida inteira. “Artistas de quem sou f�, que curto muito. Resolvi com o meu maestro Ca�que Vandera fazer arranjos novos e cantar � minha maneira, ajeitar as m�sicas deles para mim. Obviamente, dentro dos g�neros que estou acostumado a fazer”, explica. “Fa�o um show bem comunicativo, pelo fato de todo mundo j� conhecer as m�sicas de sucesso que canto.”
Raramente h� in�ditas nos shows. E Magal n�o v� o menor problema nisso. “A can��o ‘Um brinde � vida’ � praticamente a �nica que as pessoas conhecem pouco, embora esteja no Spotify. Feita antes da pandemia, ela n�o fala exatamente sobre a doen�a, mas � uma comemora��o por termos sobrevivido a toda maluquice que estamos passando”, conta. “Inclusive, � uma composi��o do meu maestro.”
Entre os compositores do repert�rio de “Bailamos” est�o Rita Lee, Lulu Santos e Tim Maia. “Fa�o tamb�m pot-pourri da Jovem Guarda e as pessoas deliram, cantam muito”, diz.
Veja o feat de Sidney Magal e Alexandre Pires no DVD "Bailamos":
Na �rea internacional, tem “P�gate”, m�sica de Ricky Martin que ele interpreta em espanhol. “Gosto muito dela. Ouvi algumas vezes pela televis�o e a coloquei no show por achar que era a minha cara.”
“Bailamos” tem cerca de 90 minutos. “Vou interagindo com o p�blico e cantando meus sucessos”, afirma. “A novidade � a minha presen�a e a do meu bal�, quatro bailarinos maravilhosos. Inclusive, dois ou tr�s s�o de BH, por�m viajam comigo h� bastante tempo. A Camila Lobo dan�ou comigo na ‘Dan�a dos famosos’”, destaca, referindo-se � atra��o dominical da TV Globo. “Eu, os m�sicos e os bailarinos nos encarregamos de fazer a alegria do pessoal”, diz.
A banda estar� completa neste s�bado � noite em BH. Magal explica que montou espet�culos em diferentes formatos para atender a eventos corporativos, festas de casamento e shows menores.
Magal e Milton onde o povo est�
“Como diz Milton Nascimento, a gente tem de ir onde o povo est�. H� convite de uma pequena cidade do interior, por exemplo, e l� n�o tem aparelhagem muito boa. Mesmo assim, voc� tem que ir. Vai ficar negando s� porque o seu nome cresceu?”, comenta.
Ao analisar seu meio s�culo de carreira, ele destaca a import�ncia da biografia “Sidney Magal muito mais que um amante latino” (Irm�os Vitale), de Bruna Ramos da Fonte, lan�ada em 2017.
“Tenho orgulho muito grande desse livro. Caramba, sou um artista popular com esse tempo todo de carreira e as pessoas ainda t�m prazer de escrever sobre ela. � sinal de que fiz coisas muito importantes mesmo. Nos anos 1970, a gente duvidava um pouco, porque era tanto preconceito com o cantor popular, considerado brega”, relembra.
Cinco d�cadas depois, Magal est� convicto de que o Brasil assumiu a breguice. “Somos um pa�s, gra�as a Deus, muito brega. A gente se ama com breguice, se veste com breguice, fala nas ruas com breguice. A gente grita no restaurante. Isso � sinal de vida”, defende.
Del�rio nas festas de s�o-jo�o
Depois da paralisa��o imposta pela pandemia, os espet�culos presenciais foram retomados, para a alegria do cantor. “Recentemente, fiz um show espetacular em uma cidade do interior baiano, onde tem uma das maiores festas de s�o-jo�o do Nordeste. Foi um del�rio. Fiz tamb�m a Virada Cultural de S�o Paulo, outro del�rio. Quando falo em del�rio, quero dizer que � maravilhoso poder contar com o p�blico. Agora sou um senhor, j� sou av�. Caramba, tudo est� acontecendo t�o positivamente... � t�o bom, espero que seja assim em 2023 tamb�m.”
A aposentadoria do vov�, ali�s, est� descartada. “Minha voz aguenta ainda uma d�cada”, garante Sidney, dizendo que convites t�m chegado com frequ�ncia. “Acabei de fazer um comercial maravilhoso para a Caixa Econ�mica Federal com a Simaria e a Joelma. Voc� ser chamado para fazer algo, hoje em dia, � a coisa mais importante.”
Ele destaca a import�ncia do f� para o artista que tem mais de 60, 70 anos. “Se o p�blico continua fiel, � lindo. J� fiz shows no Pal�cio das Artes, � sempre uma vibra��o, com o pessoal dan�ando e pedindo bis. Muito bacana. A minha realiza��o � isso”, explica. “N�o quero gravar disco novo, com m�sica nova para estourar na parada e ir para a Am�rica Latina competir com outros artistas.”
Magal conta que o que o deixa mais feliz � chegar a um lugar e ouvir do contratante: “Quero voc� de volta aqui no ano que vem”.
“Enquanto estiverem me querendo de volta, estarei com o meu show completo seja em BH ou em todos os lugares do Brasil. Enquanto eu aguentar, claro. De BH parto para S�o Paulo, onde fa�o tr�s, em 8, 9 e 15 de julho. Fa�o de cinco a seis shows por m�s, o que � muito legal”, finaliza.
“BAILAMOS”
Show de Sidney Magal. Neste s�bado (2/7), �s 21h, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Inteira: R$ 200 (plateias 1 e 2) e R$ 170 (plateia superior). Meia-entrada na forma da lei. Ingressos adquiridos para o show de 27 de novembro, que foi remarcado, s�o v�lidos para hoje e devem ser apresentados na entrada do teatro. Informa��es: (31) 3236-7400.
Sidney Magal mostra fotos antigas em cena do document�rio "Me chama que eu vou", dirigido por Joana Mariani (foto: Vitrine Filmes/divulga��o)
MARIA DA PENHA "ENQUADRA" SIDNEY MAGAL
A can��o “Se te agarro com outro te mato”, acusada de estimular o feminic�dio, saiu do repert�rio de Sidney Magal. “N�o quero ter problemas com a Lei Maria da Penha”, brinca ele. “Na verdade, houve uma pol�mica grande na internet por causa dela, ent�o achei melhor n�o cant�-la, embora seja apenas uma for�a de express�o, uma fic��o. Enfim, � melhor assim, pois evita fadiga”, diz o cantor.
“ONDA MAGAL” TEM MUSICAIS E FILMES
Filipe Bragan�a e Giovana Cordeiro, o casal Magal e Magali do filme 'Meu sangue ferve por voc�'
(foto: Mar Filmes/reprodu��o)
Sidney Magal � o “muso” de v�rios projetos. A maioria remete a hits que lhe deram fama. “Um deles � para o ano que vem, o filme baseado no t�tulo de uma das minhas m�sicas, 'Meu sangue ferve por voc�'. O diretor Paulo Machline terminou de filmar no m�s passado, em Salvador. Entre os atores est�o Emanuelle Ara�jo, Filipe Bragan�a e Caco Ciocler”, comenta ele.
Trata-se da hist�ria da paix�o de Sidney por Magali West, com quem est� casado h� mais de 40 anos.
“O filme fala esporadicamente sobre a minha carreira, mas fala tamb�m dessa rela��o de amor, uma hist�ria muito bonita, que � exemplo para muita gente. Ainda falta terminar algumas pequenas coisas dentro dos est�dios e laborat�rios cinematogr�ficos. Gra�as a Deus, o que j� vi do filme est� me deixando muito feliz”, elogia.
Outra boa-nova � “Me chama que eu vou” (2022), dirigido por Joana Mariani. “O document�rio foi feito em 2021 e terminou no in�cio deste ano. Foi apresentado no Festival de Gramado e ganhou o Kikito de melhor montagem. Fiquei hiperfeliz. Me disseram que at� o fim deste ano ele entra em alguma plataforma de streaming”, informa.
Exposi��o
Para surpresa do astro, Rodrigo Magalh�es, filho dele, est� articulando outro projeto. “� uma exposi��o sobre a vida de Sidney Magal que acontecer� em S�o Paulo”, adianta. “Ter� roupas, programas de TV, desenhos nos quais fiz dublagem e musicais de que participei. Fala sobre a minha vida, o que me deixa muito feliz por saber que tenho material para isso.”
Recentemente, saiu de cartaz o musical “Quero v�-la sorrir”, apresentado no Teatro Claro, no Rio de Janeiro. M�rcio Louzada interpretou Magal.
“Ele se baseou no livro da Bruna. Ficou em cartaz durante um m�s e meio. Temporada curta, mas com bilheteria esgotada, sess�es extras e tudo mais. Fiquei muito feliz tamb�m, pois o resultado foi excelente”, diz ele.
Pensa que acabou?
Em S�o Paulo, vem sendo montado o musical “Sidney Magal, muito mais que um amante latino”. “� uma superprodu��o. O espet�culo do Rio de Janeiro foi mais modesto, algo para curta temporada. Agora � com uma produtora de S�o Paulo. Meu maestro Ca�que Vandera j� est� fazendo a sele��o dos cantores, principalmente de quem vai fazer o Sidney Magal. O musical est� prometido para o final do ano. Espero que ele aconte�a. Digo que � coisa demais, estou at� com medo disso”, diz Magal.
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