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A s�rie que deixou Netflix 'aliviada' por perder s� 1 milh�o de assinantes

Sucesso de 'Stranger Things' ajudou a reduzir �xodo de telespectores, mas aumento de pre�os, compartilhamento de senhas e concorr�ncia s�o desafios


21/07/2022 14:41 - atualizado 21/07/2022 14:41

Atores Gaten Matarazzo, Finn Wolfhard e Sadie Sink na quarta temporada de 'Stranger Things'
Atores Gaten Matarazzo, Finn Wolfhard e Sadie Sink na quarta temporada de 'Stranger Things' (foto: Netflix)
Depois de desfrutar de um longo reinado, a Netflix luta para manter sua coroa. A plataforma perdeu quase 1 milh�o de assinantes entre abril e julho. Mas a gigante do streaming temia perder mais.

 

Questionado sobre o impediu uma queda ainda maior nas assinaturas, o presidente-executivo da empresa, Reed Hastings, disse: "Se houve uma �nica coisa, poder�amos dizer que foi Stranger Things".

 

A quarta temporada da s�rie foi um sucesso fenomenal e pode ter ajudado a conter o �xodo de clientes da Netflix.

 

A empresa relatou em abril sua primeira perda de assinantes desde 2011, not�cia que foi seguida por centenas de cortes de empregos e uma queda acentuada no pre�o de suas a��es.

 

A empresa perde assinantes por causa do crescimento de seus rivais e dos aumentos de pre�os de seu servi�o.

 

A nova perda de assinantes relatada na ter�a-feira (19/7) foi a maior da hist�ria da empresa. Estados Unidos e Canad� lideram no n�mero de cancelamentos, seguidos pela Europa.

 

Guy Bisson, diretor executivo da Ampere Analysis, disse que � "inevit�vel" que a Netflix comece a perder a sua posi��o proeminente no mercado.

 

"Quando voc� � o l�der, h� apenas uma dire��o a seguir, especialmente quando surge uma grande quantidade de concorrentes, que � o que a Netflix viu nos �ltimos dois anos", disse ele.

 

Isso representa uma mudan�a radical para a empresa, que desfrutou de anos de um crescimento que parecia impar�vel e que revolucionou a maneira como as pessoas ao redor do mundo consumem entretenimento.

 

Sua posi��o como gigante global foi consolidada na pandemia, em 2020. Foi quando as pessoas ficaram presas em casa com poucas outras op��es de entretenimento e passaram a ver s�ries como Round Six e The Crown.

 

Mas, � medida que a pandemia vai ficando para tr�s, a Netflix tem lutado para atrair novos assinantes — e tamb�m para manter a lealdade dos existentes, especialmente com uma crise quase mundial de aumento do custo de vida.

 

A empresa tamb�m enfrenta forte concorr�ncia de empresas como Apple TV, HBO Max, Amazon Prime e Disney+.

Aumentos de pre�os mais 'arriscados'

A decis�o da Netflix de aumentar os pre�os do seu servi�o afastou alguns assinantes.

 

Um plano "padr�o" nos Estados Unidos — que permite que pessoas na mesma casa assistam em dois aparelhos simultaneamente — agora custa US$ 15,49 (cerca de R$ 83).

 

Em janeiro, esse pre�o era de US$ 14 (R$ 75); em 2019, US$ 11 (R$ 59). No Brasil, os planos padr�o custam R$ 32,90.


Cena de 'Round Six'
Em 2021, a s�rie 'Round Six' se tornou a s�rie mais assistida globalmente na hist�ria da Netflix (foto: Noh Juhan | Netflix)

 

"Em algum momento, eles v�o atingir um limite em que um n�mero significativo de pessoas vai dizer 'basta'", disse Bisson. "Por causa da disponibilidade de outros servi�os no mercado, aumentar pre�os � uma estrat�gia arriscada."

 

Pesquisas sugerem que a Netflix est� conseguindo atrair de volta uma parcela maior de assinantes que haviam cancelado o servi�o do que seus rivais.

 

Muitas fam�lias tamb�m continuam dizer que, se tivessem que escolher apenas um servi�o de streaming para assinar, optariam pela Netflix.

 

No final de junho, a empresa tinha cerca de 220 milh�es de assinantes — muito acima do concorrente mais pr�ximo.

 

Mas a empresa, h� muito acostumada a registrar crescimento de dois d�gitos, est� enfrentando sua desacelera��o mais acentuada em anos, com receita de US$ 7,9 bilh�es (R$ 43 bilh�es) entre abril a junho, um crescimento de apenas 8,6% em rela��o ao ano anterior.

 

O pre�o das a��es da empresa caiu mais de 60% at� agora neste ano, com os investidores fazendo previs�es pessimistas sobre seu futuro.

 

"A perda de assinantes da Netflix era esperada, mas segue sendo um ponto sens�vel para uma empresa que depende totalmente da receita de assinaturas dos seus clientes", diz Ross Benes, analista da Insider Intelligence.

 

"A Netflix ainda � l�der em streaming de v�deo, mas a menos que encontre mais franquias que conquistem grande popularidade, a empresa vai ter dificuldades para ficar � frente dos concorrentes que querem sua coroa."

 

As a��es subiram mais de 7% ap�s a divulga��o dos resultados, com al�vio de investidores pelo fato de as perdas divulgadas n�o terem sido maiores. A empresa havia alertado que poderia perder at� 2 milh�es de assinantes.

 

A Netflix disse que quer lan�ar um novo plano que cont�m propagandas. E tamb�m proibir o compartilhamento de senhas — que faz a Netflix perder US$ 6 bilh�es (R$ 32,7 bilh�es) por ano, segundo um estudo.

 

A Netflix j� est� cobrando mais pelo compartilhamento de contas em alguns pa�ses da Am�rica Central e do Sul. Ela espera replicar esse modelo em todo o mundo. Em sua confer�ncia com acionistas, a empresa disse que foi "encorajada por nossos aprendizados iniciais" na Am�rica Latina.

 

A empresa disse esperar que sua op��o mais barata — que conter� propagandas — seja lan�ada no in�cio de 2023, come�ando em "poucos mercados onde os gastos com publicidade s�o significativos".

 

"Como a maioria de nossas novas iniciativas, nossa inten��o � implementar, ouvir e aprender", diz a empresa.

 

O plano com propagandas tem potencial de atrair tanto clientes existentes inclinados a cancelar devido a aumentos de pre�os, quanto novas fam�lias que hesitam em se comprometer com uma assinatura, disse Bisson.

Conte�do forte � fundamental

"Supondo que eles acertem — e por acertar quero dizer o pre�o e a quantidade de propagandas no plano —, pode ser uma jogada estrat�gica forte da empresa", disse Bisson.

 

Mas ele disse que a tarefa fundamental � garantir que a Netflix sempre tenha um conte�do forte a que as pessoas queiram assistir — um trabalho que se torna mais dif�cil � medida que a empresa se esfor�a para alcan�ar um p�blico cada vez mais amplo.

 

Novas assinaturas nos Estados Unidos, por exemplo, est�o vindo de um p�blico cada vez mais velho, com gostos diferentes dos espectadores mais jovens, que j� haviam adotado o streaming quando a tecnologia surgiu.

 

"Eles est�o competindo cada vez mais por esse p�blico geral, ent�o a amplitude do conte�do necess�rio se torna muito maior, e � por isso que acho que muitos est�o reclamando agora que 'tem muitas coisas [no cat�logo] que eu n�o gosto'", disse Bisson. "� um desafio muito grande."

 

A Netflix precisa de "sucessos mais frequentes", diz Eric Steinberg, da Whip Media. Ele diz que a Netflix tamb�m pode estudar lan�ar suas s�ries ao longo de um per�odo — em vez de temporadas inteiras de uma vez s� — para manter assinantes mais tempo na plataforma.

 

A empresa j� deu passos nessa dire��o ao lan�ar epis�dios da quarta temporada de Stranger Things em duas fases este ano, mas a concorr�ncia � grande hoje em dia, disse ele.

 

"Eles n�o est�o mais sozinhos nesse jogo", disse ele. "Em um ambiente de infla��o como o em que estamos e tamb�m uma �tima programa��o [nas plataformas rivais], as pessoas v�o reavaliar o quanto est�o dispostas a pagar."

 

- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62234753

 

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