
Mas o livro de Joe Hill que inspirou o roteiro assinado pelo diretor e ainda por C. Robert Cargill (“A entidade”) quer mesmo � chegar � perturbadora figura do mascarado personagem de Ethan Hawke, que, motorista de obscura van, ainda se agarra a um punhado de bal�es pretos (se algu�m lembrou da franquia “It”, vale destacar que James Ransone, que tomou parte de “Cap�tulo 2”, em “O telefone preto” vive Max...) Um dos problemas no filme � a abertura de v�rias frentes de suspense que investem em viol�ncias f�sicas e psicol�gicas, sem dispensar aspectos sobrenaturais. Criado no �mbito da produtora Blumhouse, o filme d� a impress�o de tirar uma lasquinha de cada filme anterior que levou a marca, entre os quais “Chamas da vingan�a”, “Fragmentado, Ourija” e “Atividade paranormal”.
O sequenciado desaparecimento de jovens de Denver, em que � situada a hist�ria, ronda a casa de Finney, que vivencia problemas de bullying e presen�a a irm� espancada, por ela insistir na cren�a de press�gios e em comunica��es sobrenaturais. Na vizinhan�a, some o menino que se destaca nos esportes; o outro, que � entregador de jornal e tamb�m o mexicano Robin (Miguel Cazares Mora, em boa participa��o), esse, preocupado no crescimento de Finney, incapaz de se defender sozinho. Enquanto passa a escutar os sonhos, Gwen lida com o desespero de ver Finney sumir, sem deixar rastros. Dispensando demora, o roteiro do filme passa a se assemelhar a um jogo – mais precisamente, um escape room: tem cadeado, tem armadilha, fugas e castigos.
RASO
Depoisde abandonar a linha quanto mais sangue, melhor; a maior for�a gr�fica � deixada para a cena da machadada e a do menino comendo tal qual um animal, “O telefone preto” tem escancarado o defeito de n�o vir embasado por sentido. Mascarado, morgado e nada altivo, o personagem de Ethan Hawke, progressivamente, se assemelha a um minotauro. De resto, embalado em cap�tulos – em que jovens mortos-vivos municiam o protagonista para uma fuga do por�o (num embalo de terror psicol�gico), “O telefone preto” � bem raso.