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Estado de Minas M�SICA

BH � palco de novos encontros de Martinho da Vila

Sambista participa, ao lado de outros artistas como o rapper Djonga, de festival na capital mineira que marca a volta das atividades no Parque Municipal


13/08/2022 04:00 - atualizado 13/08/2022 00:58

Martinho da Vila sorri
Al�m de mostrar antigos sucessos, Martinho da Vila far� homenagem ao estado com "Quando eu vim de Minas" (foto: Albert Andrade/divulga��o)

Em tempos dif�ceis, a m�sica e a poesia devem aliviar o sofrimento e suprimir as agruras da vida. Essa � a percep��o do sambista Martinho da Vila. Aos 84 anos, o artista garante que est� em plena forma –  tendo, inclusive, lan�ado neste ano o �lbum “Mistura hegem�nica”, contrariando a promessa que havia feito de n�o gravar mais discos. Neste fim de semana, ele desembarca em Belo Horizonte para se apresentar hoje (13/8) no Festival Novos Encontros, no Parque Municipal Am�rico Renn� Giannetti, no Centro da cidade.

A proposta de Martinho � fazer com que o show seja um momento de catarse coletiva para o p�blico, principalmente porque o festival marca o retorno dos eventos no Parque Municipal. Al�m dele, se apresentar�o Mariana Aydar, Mestrinho, DJ A�da Lage, Babadan Banda de Rua, DJ Black Josie, Orquesta At�pica de Lhamas e os grupos infantis Palavra Cantada, Cora��o Palpita e Grupo Maria Cutia.

Atra��o principal do evento, Martinho da Vila sobe ao palco �s 21h. No repert�rio, al�m de sucessos, estar�o presentes can��es que fortalecem a cultura negra e que fazem alus�o a Minas Gerais.

“Uma das m�sicas que selecionei foi ‘Quando eu vim de Minas’, do Xang� da Mangueira, mas que fez sucesso na voz de Clara Nunes. Quero que, na hora em que terminar o show, as pessoas saiam felizes. Mais alegres do que chegaram”, antecipa o sambista. 

Inevitavelmente, reconhece, vai ter quem reclame por ele n�o ter cantado algum hit espec�fico de sua carreira. “Isso sempre acontece. Eu, gra�as a Deus, tenho muitos sucessos. E, infelizmente, n�o d� para colocar tudo no repert�rio. Ent�o, depois de todo show que fa�o, sempre aparece algu�m reclamando que eu n�o cantei determinada m�sica que ele gostaria de ouvir”, conta, entre gargalhadas.

Djonga no palco, de boné branco, canta ao microfone
Djonga vai cantar com Martinho da Vila a parceria da dupla, "Era de Aquarius" (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )


''O Djonga � um cara muito inteligente e talentoso. Ent�o, tratei de convid�-lo para gravar comigo e dei total liberdade para ele fazer o que quisesse''

Martinho da Vila, cantor e compositor


'Era de Aquarius": samba e rap de Djonga

Al�m de “Quando eu vim de Minas”, Martinho diz que vai cantar “Era de Aquarius”, parceria dele com Djonga, lan�ada em “Mistura homog�nea”. Ele ainda acrescenta que o rapper mineiro vai subir ao palco para dividir os vocais na interpreta��o da can��o.  

A parceria entre os dois come�ou no ano passado. Martinho havia composto “Era de Aquarius” e, na hora de gravar, recebeu como sugest�o de seu produtor a inser��o de um rap na m�sica. “Meu produtor me deu alguns nomes, mas foi meu neto quem me apresentou o Djonga", revela.

O sambista n�o conhecia o trabalho do mineiro e conta que, quando ouviu algumas de suas obras, ficou maravilhado. “Vi ali que o Djonga � um cara muito inteligente e talentoso. Ent�o, tratei de convid�-lo para gravar comigo e dei total liberdade para ele fazer o que quisesse”, conta. 

Quando recebeu de volta o material com as sugest�es de Djonga, Martinho n�o precisou mexer em nada, achou excepcional a interven��o do rapper.

A can��o dos dois reflete o sentimento de esperan�a em meio ao caos em que os brasileiros t�m vivido nos �ltimos anos, com crises pol�tica e econ�mica que tornaram �rdua a vida das pessoas. “O futuro do pa�s est� bem pr�ximo/Conservadores ser�o liberais/Os raivosos v�o ficar d�ceis/E as doces mais adocicadas/Quando a era de Aquarius chegar”, canta a dupla.

“Desde que me entendo por gente, ou�o falar nesse neg�cio de ‘Era de Aqu�rio’. Diziam que seria o in�cio de um novo ciclo no qual avan�os sociais ocorreriam. Resolvi, ent�o, aproveitar isso para trazer uma mensagem positiva �s pessoas nestes tempos dif�ceis que estamos vivendo”, diz Martinho.

Pol�tica, show e protesto

A mensagem positiva proposta por ele, no entanto, acabou fazendo coro a um fato marcante e relevante dos �ltimos dias: enquanto Martinho concedia entrevista ao Estado de Minas, estava sendo lida a “Carta �s brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democr�tico de direito!”, documento elaborado pela Faculdade de Direito da Universidade de S�o Paulo (USP) que faz men��o ao manifesto de 1977 contra a ditadura militar, em diversas cidades do Brasil. Em Belo Horizonte, a leitura do texto foi feita na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Martinho da Vila, no entanto, n�o acredita que a g�nese da cria��o musical deve ser pautada pela manifesta��o pol�tica. Para ele, a associa��o das m�sicas com movimentos sociais – e eventualmente �s mudan�as decorrentes desses movimentos – deve ocorrer de maneira org�nica e natural.

“O artista tem que pensar em arte, e n�o em engajamento. Se ele deixa de se preocupar com a est�tica, com o belo para focar no vi�s pol�tico, ele vai fazer um material panflet�rio, e n�o arte propriamente dita”, afirma.

Esse debate sobre manifesta��es pol�ticas em obras e performances art�sticas ganhou for�a desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) classificou como propaganda eleitoral as manifesta��es pol�ticas feitas por Pabllo Vittar e Marina em suas apresenta��es no Lollapalooza, em mar�o deste ano. Na ocasi�o, o ministro Raul Ara�jo proibiu que artistas se manifestassem “a favor ou contra qualquer candidato” no evento e determinou que a organiza��o do festival pagasse multa no valor de R$ 50 mil.

Sandra Peres, de vestido verde, e Paulo Tatit, de blusa bege, seguram brinquedos coloridos
Sandra Peres e Paulo Tatit prometem anima��o para a garotada (foto: Jo�o Caldas/divulga��o)

Palavra Cantada convoca a crian�ada para cantar

Ainda neste s�bado (13/8), haver� a apresenta��o da dupla Palavra Cantada na programa��o do Festival Novos Encontros. O duo, que completa 28 anos neste m�s, composto por Sandra Peres e Paulo Tatit, traz para BH o show “Vem cantar com a gente” para a crian�ada.

“Fazer um show gratuito � o melhor dos mundos”, afirma Sandra. “Nossa ideia � justamente fazer o p�blico cantar com a gente, proporcionando �s pessoas um momento de comunh�o e, sobretudo, gratid�o � vida.”

A apresenta��o ser� o retorno do Palavra Cantada aos palcos, desde que tiveram que suspender as atividades presenciais devido � pandemia da COVID-19. At� ent�o, todos os shows da dupla eram realizados em formato de lives.

"N�o reclamo desse formato on-line, mas ele tem certa limita��o na troca de experi�ncia e de energia entre o artista e o p�blico. Essa nossa apresenta��o em Belo Horizonte, portanto, vai ser muito importante para n�s, porque vai nos possibilitar ter com o p�blico essa troca humana", destaca a cantora.

No setlist, adianta Sandra, n�o v�o faltar sucessos do Palavra Cantada, como “Sopa” e “Crian�a n�o trabalha”.

FESTIVAL NOVOS ENCONTROS 2022

Neste s�bado (13/8) e domingo (14/8). Parque Municipal,  Av. Afonso Pena, 1.377, Centro. Ingressos � venda por R$ 40, em www.novosencontros.com.br. Para a programa��o diurna, a partir das 10h, a entrada � franca. Programa��o noturna a partir das 18h. Informa��es: @novos.encontros, no Instagram


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