
Uma competi��o animada divertiu as pessoas que estavam na Pra�a da Esta��o, Regi�o Central de BH, na tarde deste domingo (4/9). O Campeonato Interdrag de Gaymada, promovido pela Cia. Toda Deseo come�ou pouco depois do meio-dia, sob forte calor. O evento � uma das atra��es da 7ª edi��o da Virada Cultural de BH.
Os membros da companhia - formada por atores, atrizes e drag queens - come�ou o evento fazendo um aquecimento com as equipes que se inscreveram para participar do campeonato. Ap�s o aquecimento, o mestre de cerim�nias da Toda Deseo, David Maurity, convocou a equipe para o desfile das bandeiras e fez um discurso de protesto, lembrando as dificuldades por que passa o setor cultural no pa�s.
"Como criar em um pa�s com milh�es passando fome e celebrar a vida de jovens negros, travestis e pessoas trans s�o mortas todos os dias?", perguntou.
"Estamos aqui porque toda arte � pol�tica e para rir na cara de quem quer nos calar", completou. Ele foi aplaudido pelos presentes.

Quatro times se inscreveram para a disputa: Time Imperial, Tropa da Faladeza, As bonitas e Lulal�. Elas se enfrentaram entre si e a vencedora disputa a final contra a equipe da Cia. Toda Deseo.
Momento de celebrar
A atriz e drag queen, Nickary Aycker, de 37 anos, participa da companhia h� quatro anos e destaca a import�ncia do evento na Virada Cultural de BH. "Estar hoje neste lugar � muito importante. A virada proporciona a possibilidade de mostrar nossa arte e nossa cultura."
O Campeonato Interdrag de Gaymada acontece em v�rios estados e est� na programa��o da Virada h� tr�s anos, segundo Aycker. Ela diz que a sensa��o de poder voltar a participar do evento ap�s a pandemia de COVID-19 � surreal.
"Vivemos muito tempo enclausurados, sem poder sair, sem poder trocar, sem poder estar presente. Hoje n�s estamos aqui, celebrando as nossas vidas e a das pessoas que n�s amamos. Isso � muito importante."
Ela ressalta ainda a import�ncia da arte neste momento do pa�s. "� bem complicado saber que n�s estamos fazendo arte e ainda somos censurados."
O ator e dan�arino Ronny Stevens, de 36 anos, � um dos organizadores do campeonato e destaca a import�ncia de ocupar os espa�os da cidade. "Deixar nossos corpos na rua para todo mundo ver que a gente existe e estamos aqui, nos divertindo. A Virada tem uma propor��o gigantesca, � um movimento que une as pessoas, todo tipo de gente. T� todo mundo aqui para se divertir."
Ele afirma ainda que a volta do evento depois da pandemia d� uma sensa��o de liberdade.
�gua para refrescar
Enquanto o campeonato acontecia pr�ximo ao palco montado no centro da pra�a, nas margens da Avenida dos Andradas um caminh�o pipa jogava �gua nas pessoas que queriam se refrescar do forte calor que fazia na tarde deste domingo.