Cura BH: artistas do MST s�o convidados para pintar mural em edif�cio

Com a tem�tica da terra, toda a programa��o do Cura 2022 ser� baseado neste elemento, levantando quest�es de territorialidade, agricultura respons�vel e ancestralidade. “Fizemos aquela narrativa conceitual de sair da Rua Sapuca� e chegar � Pra�a Raul Soares. Para isso, passamos por toda a Avenida Amazonas, com a narrativa da for�a das �guas e do Rio Amazonas, toda curadoria foi feita em torno disso. Este ano, o Cura chega em terra firme”, afirmou Priscila Amoni, uma das idealizadoras do projeto. 

Segundo ela, ser�o destacados n�o somente algumas ‘faces’ da terra, como o barro, a argila e o tijolo, mas tamb�m o elemento como uma quest�o central da solu��o do Brasil e lan�a luz sobre distribui��o territorial. “Vamos abordar a popula��o trabalhadora, ind�gena e negra. A terra participar� tanto na sua plasticidade e cores quanto em quest�es sociais.”

Al�m disso, s�o convidados do evento a artista baiana Selma Calheira, o anfitri�o do festival Pedro Neves, morador de Betim, Regi�o Metropolitana da capital, e Sueli Maxakali, que integra o povo ind�gena Maxakali ou Tikmu’un, localizado em uma regi�o entre Minas Gerais, Bahia e Esp�rito Santo. J� a artista selecionada na convocat�ria foi Willand Cabal, moradora do Aglomerado da Serra. 

O Primeiro Empena do MST, que contar� com a participa��o de artistas da Escola de Artes Jo�o das Neves, segundo Priscila, � parte de uma constru��o coletiva. “Fomos convidas, em julho, para darmos uma oficina e compartilhar o nosso conhecimento sobre ocupa��o do espa�o p�blico. Foi uma experi�ncia transformadora, pois fomos convidados pelo MST e tivemos a chance de descobrir artistas incr�veis que integram o movimento”, afirmou.

Para ela, o coletivo poder� relatar parte de sua hist�ria, a agroecologia, seguran�a alimentar e dar destaque para trabalhadores rurais do MST, no evento art�stico. “Acreditamos que � um marco muito grande para o Cura poder ter a honra de fazer o primeiro pr�dio e mural de um movimento t�o importante para o Brasil. O festival tamb�m est� muito relacionado com a agricultura sustent�vel, inclusive j� fizemos feiras de agroecologia”, explicou. 

A escola de artes do MST foi fundada pelo dramaturgo Jo�o das Neves. Entre os artistas que guiam o projeto, atualmente est�o S�rgio Perer�, Gu� das Neves e a cantora Titane. “Eles fazem v�rias a��es para que os artistas do movimento possam ter ferramentas para guiar a sua arte”, contou a idealizadora do Cura. 

Al�m disso, para fechar o festival, foi convidado o cantor Mateus Aleluia, que far� um show gratuito na Pra�a Raul Soares, �s 18h, no �ltimo dia do evento. “O nosso sexto elemento � a terra em forma de m�sica. A ancestralidade e a for�a de Aleluia tem um papel significativo e est� muito ligada � proposta do evento deste ano”. 

Outra novidade do Cura 22 � que o artista convocado foi selecionado a partir de uma obra digital com NFT (Non Fungible Token) — Token n�o fung�vel, na tradu��o literal. A arte se tornar� f�sica, por meio de um p�ster lambe-lambe e ocupar� a fachada do Hotel Sorrento, na Pra�a Raul Soares. 

“A gente apostou nessa pegada de introduzir o mundo digital no festival. A ganhadora � uma pessoa n�o-bin�ria e dan�arina de Vogue. Ela trar� um pouco desta modalidade art�stica t�pica das periferias, al�m de ressaltar a presen�a LGBTQIAPN+ no territ�rio da Raul Soares, que � t�o tradicional”, contou Priscila. 

J� o edif�cio Copacabana, tamb�m localizado na Pra�a, ter� o mural do artista Pedro Neves, enquanto o Edif�cio Roma, na Avenida Paran�, vai expor o trabalho de Sueli Maxakali, que traduz, em imagens, as viv�ncias de um povo que, h� v�rias gera��es, vive e cuida da terra.

� a primeira vez que os artistas v�o pintar um mural em edif�cio. “Todos os artistas est�o estreando sua atua��o em pintura de pr�dios e, para isso, temos uma equipe que j� tem expertise nisto. Garantimos essa inclus�o e damos a oportunidade para esses artistas amostarem sua arte de modo diferente”, afirmou Priscila. 

J� a artista Selma Calheira far� o Levante, que conta com cerca de 30 esculturas de bonecos de barro dispostas na Raul Soares. Al�m disso, o festival contar� com a estreia da Loja CURA, apresenta��es musicais e de dan�a.