Internet descobre quem � Jeffrey Dahmer com s�rie da Netflix

A s�rie ‘Dahmer: o canibal americano’ estreou na Netflix no dia 21 de setembro. Ela � protagonizada por Evan Peters e est�, desde o dia do seu lan�amento, no topo da lista de mais assistidos da plataforma de streaming.

 

A produ��o conta a hist�ria de Jeffrey Dahmer, um dos maiores serial killers da hist�ria americana. Entre 1978 e 1991, ele matou 17 homens e garotos, al�m de praticar canibalismo e necrofilia com suas v�timas. Conhecido como “o canibal de Milwaukee”, Dahmer conheceu suas v�timas em boates e as levava para sua casa, onde as drogava e mantinha rela��es sexuais com o cad�ver. Ele tamb�m esquartejava os restos mortais e usava a carne humana como ingrediente em pratos elaborados. 

Com a popularidade da s�rie, jovens de todo o mundo descobriram que o assassino aparece em diversas m�sicas da cultura pop. Confira algumas.

‘Dark horse’ - Katy Perry e Juice J

 

Um dos maiores hits da carreira de Katy Perry, “Dark Horse'', lan�ada em 2013, � uma colabora��o com o rapper Juice J.  No in�cio da rima do seu convidado, ele canta “she’s a beast / I call her Karma / She eats your heart out like Jeffrey Dahmer” (“ela � uma fera / Eu a chamo de carma / Ela come o seu cora��o como Jeffrey Dahmer).

A descoberta fez com que parte dos internautas cancelassem a diva pop e outra parte defendesse, j� que a m�sica foi lan�ada h� quase uma d�cada.

 

‘Cannibal’ - Ke$ha

Outra cantora que teve um hit resgatado foi Ke$ha. Lan�ada em 2010, a letra de “Cannibal” fala de uma mulher que “come cora��es de homens no caf� da manh�”. Mas n�o � s� essa refer�ncia ao serial killer canibal: “Be too sweet, and you’ll be a goner/ I’ll pull a Jeffrey Dahmer” (seja muito doce e voc� ser� um caso perdido/ Eu vou me transformar em Jeffery Dahmer), diz outra parte da letra. 

Em v�deos que circulam nas redes sociais, Ke$ha aparece fazendo uma performance da m�sica em um show. Um dan�arino segura um cora��o, ela pega a imita��o do �rg�o e bebe um l�quido vermelho de dentro dele, simulando sangue. A apresenta��o est� sendo criticada por internautas.

 

 

‘213’ - Slayer

Se Dahmer � citado por Ke$ha e Katy Perry, ele � personagem principal da m�sica “213”, da banda Slayer. Lan�ada em 1994, a can��o tem refer�ncia ao n�mero do apartamento em que o serial killer cometeu a maior parte dos crimes. 

Em uma letra pol�mica, a can��o fala de necrofilia e canibalismo. “Primitive instinct a passion for flesh/ Primal feeding on the multitudes of death/ Sadistic acts a love so true/ Absorbingly masticating a part of you” (Instinto primitivo, uma paix�o por carne/ Alimento primordial nas multid�es da morte/ Atos s�dicos, um amor t�o verdadeiro/ Impressionantemente mascando uma parte sua), diz um trecho da can��o.

 

Outras m�sicas

Outras bandas e cantores tamb�m se inspiraram na hist�ria do canibal americano, mas com menos men��es nas redes sociais. � o caso do grupo Soulfly, que tem uma m�sica entitulada “Jeffrey Dahmer”. “Stalking victims through the night/ Dismember every body part/ Stalking killing in the night/ Consuming every body part” (perseguindo v�timas durante a noite/ Desmembrando cada parte do corpo/ perseguindo, matan�a na noite/ Consumindo cada parte do corpo), canta a banda em um trecho.

O Pearl Jam tamb�m cita o assassino em “Dirty Frank”. A can��o foi inspirada no motorista do �nibus de turn� da banda. Em uma entrevista, os integrantes do grupo disseram que Frank era um pouco esquisito e, em uma brincadeira, sugeriram que ele provavelmente era um serial killer que comia gente. 

“Dirty Frank Dahmer, he's a gourmet cook/ Got a recipe for famous ankle soup/ Wanted a pass, so she relaxed/ Now the little groupie's getting chopped up in the back” (Frank "Sujo" Dahmer � um cozinheiro gourmet, yeah/ Eu tenho uma receita para uma sopa anglo sax�/ Ela s� queria entrar, ent�o relaxou/ Agora a pequena groupie est� sendo fatiada nos fundos), come�a a m�sica. 

J� o rapper Eminem cita Dahmer em cinco m�sicas: “Bagpipes from Baghdad”, “Brainless”, “Must Be The Ganja”, “Psycopath Killer” e “Things Get Worse”. Nas redes sociais, internautas questionam porque somente Ke$ha e Katy Perry est�o sendo canceladas por fazerem refer�ncia ao serial killer.

Tatuagem

 

A internet tamb�m resgatou a hist�ria da australiana Britnee Chamberlain, que gastou R$ 11 mil para tatuar o rosto de Dahmer e de Ted Bundy, outro serial killer e predador sexual. Ao lado do rosto do canibal, est� a frase “se n�o pode venc�-los, coma-os”; j� do Bundy, a frase “eu n�o sinto culpa por nada. Sinto pena das pessoas que sentem culpadas”. 

A jovem de 28 anos foi not�cia no final de 2021 ao divulgar os desenhos e voltou a ser criticada ap�s o lan�amento da s�rie. Britnee se pronunciou e disse que n�o concorda com os crimes, mas que as tatuagens s�o uma forma de liberdade de express�o. “Isso n�o quer dizer que eu imagino as coisas da maneira que ele faz. Mas, metaforicamente falando, � sobre n�o se sentir perseguida e derrotada pelos outros, n�o importa o qu�o dif�cil sejam as coisas para voc�”, disse, em entrevista ao jornal Daily Star. 

‘Dahmer: o canibal americano’

 

 

A s�rie apresenta, em 10 epis�dios, os crimes do serial killer e explora quest�es como racismo, homofobia, prostitui��o e discrimina��o. Assinada por Ryan Morphy, famoso por dirigir s�ries como ‘American horror story’, ‘The Ratched’ e ‘Glee’, a produ��o conta com Evan Peters, Richard Jenkins e Molly Ringwald no elenco.

 

A classifica��o indicativa � 18 anos e est� dispon�vel na Netflix.

True crime

As obras baseadas em crimes reais t�m ganhado p�blico dentro e fora do pa�s. Em artigo publicado no Jornal USP, da Universidade de S�o Paulo, o pesquisador Andr� Komatsu apontou o que desperta interesse por esse tipo de produ��o. 

“Tem gente que est� ali para ver estrat�gias de sobreviv�ncia que possam ser �teis em uma situa��o extremamente improv�vel de acontecer na vida pessoal da maior parte das pessoas”, afirma.

Ainda segundo o especialista em psicologia, o fen�menos est� ligada no interesse por entender as caracter�sticas da personalidade do criminoso, a busca por justi�a social e o envolvimento com a morte, algo que pode ser intr�nseco ao ser humano. 

No mesmo artigo, o pesquisador Marcelo Nery, doutor em psicologia, apontou que o g�nero pode apresentar alguns problemas, como a espetaculariza��o da vida alheia e a confus�o entre dramatiza��o e realidade. Ele tamb�m chama a aten��o para como a produ��o pode fazer com que o p�blico sinta empatia e at� identifica��o com o criminoso.