(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CINEMA E AVENTURA

Tom Cruise: a executiva brit�nica que quer mandar o ator para o espa�o

Donna Langley � a primeira brit�nica a dirigir um grande est�dio de cinema americano e uma das pessoas mais poderosas de Hollywood


05/10/2022 19:08 - atualizado 07/10/2022 10:34

Por BBC

Donna Langley
Donna Langley � a primeira brit�nica a dirigir um grande est�dio de cinema americano (foto: Getty Images)

Donna Langley � uma mulher com planos ambiciosos, inclusive enviar Tom Cruise ao espa�o.

Como presidente do Universal Filmed Entertainment Group, ela � a primeira brit�nica a dirigir um grande est�dio de cinema americano.

Isso a torna uma das pessoas mais poderosas de Hollywood. Nada mal para quem chegou a Los Angeles com 20 e poucos anos sem nenhum contato no ramo.

Trinta anos depois, Langley diz que ainda se sente "culturalmente muito inglesa, mesmo que meu sotaque varie um pouco".

Langley mudou os rumos da Universal e tem dirigido o mais antigo est�dio de cinema dos Estados Unidos em meio �s dificuldades de uma pandemia e da ascens�o das plataformas de streaming.

Ela � impressionante e p� no ch�o - mas o projeto que a Universal est� desenvolvendo com Cruise � literalmente de outro mundo.

Langley disse � BBC News que Cruise planeja levar um foguete at� a Esta��o Espacial Internacional. A trama do filme, que Cruise e o diretor Doug Liman apresentaram a ela, "na verdade, acontece na Terra, e, ent�o, o personagem precisa ir ao espa�o para salvar o dia".

A esperan�a, ela acrescenta, � que Cruise seja "o primeiro civil a fazer uma caminhada espacial fora da esta��o".


Tom Cruise
Donna Langley est� alcan�ando as estrelas com a ajuda de Tom Cruise (foto: PA Media)

Para a Universal, o filme espacial claramente ainda � uma aspira��o neste est�gio. Mais definitiva � a lista de 44 filmes anunciados para 2022/23, enquanto a ind�stria tenta voltar aos n�veis pr�-covid-19.

Haver� as franquias lucrativas (entre elas, outro filme dos Trolls; o 10º Velozes e Furiosos; e 4º Meu Malvado Favorito). Mas tamb�m h� uma gama mais criativa.

Langley atraiu Steven Spielberg de volta ao est�dio onde ele fez Tubar�o (1975) e E.T.: O Extraterrestre (1982). Os Fabelmans acaba de estrear no Festival de Cinema de Toronto. Christopher Nolan lan�ar� seu pr�ximo filme Oppenheimer com a Universal depois de trocar a Warner Bros pelo est�dio de Langley.

She Said � estrelado por Carey Mulligan como uma dos jornalistas que desvendaram o esc�ndalo de Harvey Weinstein.

'Instinto' para o sucesso


Cena de 'Minions 2: A origem de Gru'
A franquia 'Meu Malvado Favorito' tem sido extremamente lucrativa para a Universal (foto: Universal)

Escolher filmes com potencial de sucesso � "instinto". Em vez de racionalizar as decis�es atrav�s das lentes do modelo de neg�cios, trata-se de "sentir a hist�ria em um n�vel muito humano", diz ela.

Seu ponto de vista vem do aprendizado no in�cio de sua carreira sobre "fazer filmes voltados para um p�blico espec�fico", muitas vezes pessoas tradicionalmente ignoradas por Hollywood.

Ela descobriu que filmes atrativos para mulheres ou minorias �tnicas, por exemplo, eram "um bom neg�cio". "A quantidade de dinheiro que [os filmes] ganham � relativa ao que eles custam, ent�o eles s�o extremamente lucrativos."

Ela defendeu Straight Outta Compton - A Hist�ria do N.W.A. (2015), filme que retrata a ascens�o do grupo de hip-hop e que arrecadou US$ 201 milh�es (R$ 1,09 bilh�o) em todo o mundo.

Langley lutou por Mamma Mia! - O Filme (2008) quando outros n�o estavam interessados. O filme, baseado no cat�logo cl�ssico do grupo musical Abba, foi um sucesso estrondoso, com US$ 600 milh�es (R$ 3,12 bilh�es) em bilheteria.

"S�o filmes que eu n�o via como inerentemente arriscados. � f�cil para mim dizer isso hoje, quando eles j� se provaram um sucesso."

Mas, para Langley, h� um ponto comum para esse sucesso, mesmo que outros n�o o tenham visto. Eram hist�rias universais com as quais o p�blico poderia se identificar.


Ice Cube e Donna Langley
Donna Langley com Ice Cube no set de 'Straight Outta Compton' (foto: Universal)

Phyllida Lloyd, diretora de Mamma Mia!, elogia a "clareza e calma" de Langley. Ela diz que a executiva da Universal tinha "uma abordagem de neg�cios". "Ela realmente n�o se preocupava com as pequenas coisas."

Sharon Waxman, editora-chefe do site The Wrap, uma das publica��es mais influentes de Hollywood, descreve Langley como "muito respeitada". Claro que nem tudo � sucesso, e Waxman aponta para o decepcionante fim de semana de estreia de Bros - Uma Hist�ria de Amor, a com�dia rom�ntica gay da Universal, o primeiro grande est�dio a fazer um filme desse tipo.

Mas ela credita isso ao fato de ela correr riscos. Bros, por exemplo, "n�o � um filme para o qual todos os est�dios dariam o sinal verde".

F� do Abba

Contar hist�rias (e o Abba), diz Langley, foi uma parte importante de sua inf�ncia. Seu pai biol�gico era eg�pcio, e ela foi adotada ainda beb�. Sua m�e era uma ativista ("ela me fez bater lata na rua em nome do Greenpeace ou do desarmamento nuclear"), enquanto seu pai trabalhava para a Autoridade de Avia��o Civil, �rg�o que regula o setor no Reino Unido.

Ir ao cinema n�o era um evento familiar comum, embora ela se lembre de sua irm� lev�-la para ver um filme do show do Abba na d�cada de 1970 (que foi como "90 minutos no c�u, eu estava t�o feliz"). Em vez disso, a fam�lia lia muito, e talvez isso a atraiu para o cinema.

"Como brit�nicos, crescemos com um profundo amor pela literatura", diz ela. Livre para passear na Ilha de Wight, onde cresceu, "minha imagina��o corria solta com a hist�ria do lugar, fosse contrabandistas ou aristocracia".

Na ilha, sua descend�ncia significava que ela era vista, como diz maliciosamente, como "ex�tica", acrescentando: "Isso me deu uma sensa��o de independ�ncia". Ela diz que foi "um pouco perseguida" na escola e achou no humor uma forma de lidar com os "momentos mais dif�ceis".


Cena de 'Mamma Mia!'
Abba, que inspirou os filmes 'Mamma Mia!', era o grupo musical favorito de Langley quando crian�a (foto: Universal)

Ent�o, como aquele garota se tornou t�o um nome t�o importante em Hollywood? Langley me disse que "n�o via futuro" para si mesma no Reino Unido no in�cio dos anos 1990, embora "n�o tivesse ideia de que eu iria trabalhar no cinema". Ela admite "Eu tenho momentos em que olho para tr�s e penso 'como tudo isso aconteceu?'".

Langley tinha apenas 22 anos quando chegou a Los Angeles com uma carta de apresenta��o para um agente liter�rio, planejando ficar apenas alguns meses. Mas "ficou �bvio que eu precisava ficar". Ela achou os Estados Unidos "menos restritivos", me dizendo que enquanto a Gr�-Bretanha era muito hier�rquica, na Am�rica, "se voc� tem uma ideia, uma �tica de trabalho, voc� pode faz�-lo".

Ela teve sua primeira chance enquanto trabalhava em uma boate no Sunset Boulevard de Hollywood. Um dos frequentadores a contratou para o est�dio New Line Cinema. Ela credita seu sucesso a "um pouco de autoconfian�a delirante" e muito trabalho duro, embora a Hollywood da �poca n�o fosse "para os fracos de cora��o, voc� tinha que ter alguma ousadia".


Cena de 'Jurassic World: Domínio'
'Jurassic World: Dom�nio', da Universal, foi filmado nos arredores de Londres (foto: Universal)

Langley est� comprometida com o cinema brit�nico. Jurassic World: Dom�nio (2022), da Universal, filmado nos arredores de Londres, foi o primeiro blockbuster de Hollywood a retomar as filmagens durante a pandemia, e, em breve, come�ar� a produ��o de Wicked no Reino Unido.

Ben Roberts, presidente do British Film Institute, organiza��o que promove a ind�stria cinematogr�fica brit�nica, me disse que ela � "uma das executivas brit�nicas de maior sucesso no ramo - e estamos muito satisfeitos que a Universal tenha decidido produzir tantos de seus filmes aqui no Reino Unido".

Com o futuro do cinema ainda em jogo, Langley aceita que o streaming de filmes veio para ficar. Ela ganhou a f�ria das redes de cinema quando decidiu durante a pandemia lan�ar o novo Trolls direto em uma plataforma deste tipo. Ela diz que foi um "momento divisor de �guas". Certamente rompeu a tradi��o de grandes filmes chegarem primeiro aos cinemas.


Cena de 'Velozes e Furiosos'
Vin Diesel � a estrela da franquia de sucesso 'Velozes e Furiosos' (foto: Universal)

Waxman acredita que os maiores desafios de Langley agora s�o "reabastecer o pipeline da Universal com os tipos de sucessos de bilheteria, como a franquia Velozes e Furiosos, que gerar�o sucessos globais de bilh�es de d�lares".

Para Langley, a "quest�o de US$ 100 bilh�es" � o que atrair� o p�blico de volta aos cinemas. Ela aceita que parte disso acontecer� com "os grandes filmes de efeitos especiais... mas o que mais?".

Enquanto "o n�vel de exig�ncia est� ficando mais alto" para os tipos de filmes que as pessoas querer sair de casa para assistir, ela acredita que "para os filmes serem importantes, para faz�-los se conectarem com o zeitgeist cultural, para criar estrelas de cinema e para criar diretores e carreiras, realmente precisa se oferecida uma experi�ncia cinematogr�fica", diz ela.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63152257

Sabia que a BBC est� tamb�m no Telegram? Inscreva-se no canal.

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)