Matheus Herm�genes*
As “crian�as” com mais de 50 anos devem se lembrar com carinho de um 12 de outubro em especial. Em 1972, foi ao ar neste dia o primeiro epis�dio da vers�o brasileira da s�rie infantil “Vila S�samo”, baseada no programa norte-americano “Sesame Street”.
Exibida pela Globo, a atra��o estreou sob a dire��o de Claudio Petraglia e Ant�nio Abujamra, com elenco de primeira: Aracy Balabanian, Milton Gon�alves, Fl�vio Migliaccio, Fl�vio Galv�o, Paulo Jos� e S�nia Braga, al�m Laerte Morrone no papel do p�ssaro Garibaldo, s�mbolo de “Vila S�samo”.
Na d�cada de 1980, o mineiro Rodrigo de Oliveira ganhou do pai a “Enciclop�dia do estudante”, cujo quinto volume trazia verbete ilustrado por uma foto da “Vila S�samo”.
Desde ent�o, ele passou a colecionar artigos relacionados a essa bem sucedida experi�ncia da TV brasileira, que deixou de ser produzida em 1977.
De sebo em sebo, o colecionador foi se abastecendo de revistas, discos, fitas K7 e VHS de “Vila S�samo”. “Infelizmente, sobrou muito pouco dos acervos das emissoras. Cada temporada tinha 130 epis�dios”, conta Rodrigo.
“A primeira fase foi feita pela TV Cultura e pela TV Globo, entre 1972 e 1973. De 1974 para a frente, a Globo passou a produzir sozinha. O programa, que durava 55 minutos, caiu para meia hora, ganhou outra abertura e novo formato com a cara da Globo”, diz ele.
Livro n�o p�de sair
Formado em letras e estudante de jornalismo, Rodrigo � pesquisador de “Vila S�samo”, “A turma do Bal�o M�gico” e “Cocoric�”, entre outros programas infantis. Escreveu um livro sobre Garibaldo e sua turma, mas ele n�o foi publicado devido aos direitos autorais.
Entre as emo��es durante a pesquisa est�o a entrevista que Rodrigo fez com o ator Milton Gon�alves e os contatos postais e por e-mail dele com Aracy Balabanian e S�nia Braga.
“O momento com o Milton Gon�alves foi muito marcante, pois foi o �nico do elenco que falou por telefone comigo. Fiquei encantado com esse grande ator”, diz.
Boa parte do material reunido por Rodrigo tem origem nos bastidores da TV Cultura, durante a produ��o da segunda vers�o da “Vila S�samo”, nos anos 2000.
O pesquisador conta que a vers�o brasileira de Garibaldo foi escolhida a segunda melhor entre as adapta��es da franquia, perdendo apenas para a original americana.
Ali�s, as penas azuis do Garibaldo brasileiro surgiram da necessidade, na grava��o em preto e branco, de driblar a falta de contraste entre as originais amarelas e o cen�rio. A cabe�a pesava 5kg, demandando imenso esfor�o do int�rprete do divertido p�ssaro.
Musiquinha, chamariz da crian�ada
“Inf�ncia � lugar muito sagrado”, diz Rodrigo. “As pessoas que t�m mais de 40 anos contam, com muito carinho, que era s� come�ar a musiquinha de ‘Vila S�samo’ e elas corriam para a frente da TV. Laerte Morrone, que fazia o Garibaldo, dizia que o programa come�ou a ser assistido por determinada faixa et�ria, mas dali a pouco era visto por crian�as dos 3 aos 80.”E acrescenta: “A Aracy e o Laerte Morrone falaram que a 'Vila S�samo' foi o trabalho mais importante da carreira deles.
* Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria