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Estado de Minas ARTES C�NICAS

FIT volta ao calend�rio de BH, ap�s ter edi��o 2020 suspensa pela pandemia

Festival Internacional de Teatro Palco & Rua apresentar� 36 espet�culos nacionais e estrangeiros, a partir deste s�bado (5/11) at� 11/11


04/11/2022 04:00 - atualizado 04/11/2022 00:13

Vestida com roupão chamuscado, atriz abre os braços no palco, tendo outros atores atrás de si em cena de Museu Nacional Todas as vozes do fogo'
Montagem da companhia A Barca dos Cora��es Partidos, o musical "Museu Nacional - Todas as vozes do fogo" � um dos espet�culos de palco na programa��o do festival (foto: FIT-BH 2022/DIVULGA��O)

Quando a mais recente edi��o do Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte (FIT-BH) terminou, em setembro de 2018, a Secretaria Municipal de Cultura, respons�vel por sua realiza��o, artistas e p�blico tinham a expectativa de um novo encontro em 2020, conforme o calend�rio bienal do evento, que faz parte do calend�rio da capital mineira desde 1994. 

Os planos da secretaria eram no sentido de aumentar o p�blico (de aproximadamente 25 mil pessoas em 2018) na edi��o seguinte. No entanto, com a chegada da pandemia, a edi��o 2020 do FIT n�o se realizou. O 15º Festival Internacional de Teatro Palco & Rua finalmente sai do papel e ganha a cidade a partir deste s�bado (5/11).

At� o pr�ximo dia 11/11, ser�o promovidos espet�culos e interven��es nos teatros do Sesc Palladium, Pal�cio das Artes e Viaduto Santa Tereza, no Centro; Teatro Raul Bel�m Machado, no Al�pio de Melo, na Regi�o da Pampulha; centros culturais de Venda Nova, na Regi�o Norte, e do Bairro Padre Eust�quio, na Regi�o Noroeste; Kilombo Manzo e Pra�a do Cardoso, ambos no Aglomerado da Serra, na Regi�o Centro-Sul; al�m das sedes dos grupos Pierrot Lunar e Galp�o Cine Horto, na Regi�o Leste, e ZAP 18, na Regi�o da Pampulha.

Os homenageados deste ano, por sua vez, s�o a escritora Concei��o Evaristo, o escritor e l�der ind�gena Ailton Krenak, o diretor e dramaturgo Jo�o das Neves (1935-2018), o cen�grafo e figurinista Raul Bel�m Machado (1942-2012) e o fot�grafo Guto Muniz.

Ser�o 36 pe�as e 18 atividades paralelas na programa��o, como exibi��es de filmes, videoinstala��es, oficinas, rodas de conversa e resid�ncias, tendo como maior preocupa��o a diversidade e a descentraliza��o dos espet�culos.

Abertura

 No s�bado, a abertura ser� com um cortejo em que estar�o presentes Concei��o Evaristo, Ailton Krenak, Maur�cio Tizumba, Marcelo Veronez, Grupo Tambor Mineiro, Guardas de Nossa Senhora do Ros�rio e da Irmandade Estrela do Oriente, al�m de tradicionais blocos de carnaval da cidade. O desfile, marcado para as 14h, sair� da esquina da Avenida Amazonas com a Rua Tamoios, no Centro da cidade, e seguir� em dire��o ao Viaduto Santa Tereza. 

Ainda no dia da abertura do evento, ser� apresentado o mon�logo “E.L.A”, da atriz e diretora cearense J�ssica Teixeira, no Centro Cultural Unimed-BH Minas. A pe�a trata de maneira natural da degenera��o dos corpos e, sem seguir uma linearidade com uma �nica narrativa, busca investigar o pr�prio corpo da atriz – segundo a pr�pria artista, "inquieto, estranho e disforme" – e o modo como ele interage com o mundo, no intuito de criticar os padr�es de beleza.

N�o � a primeira vez que J�ssica apresenta “E.L.A” na capital mineira. No in�cio de setembro passado, ela esteve em cartaz na cidade com o espet�culo. Na ocasi�o, afirmou ao Estado de Minas que “E.L.A” “s�o fragmentos de corpos representados em seis hiatos diferentes”. 

“N�s n�o escolhemos nascer no corpo em que estamos. Simplesmente, nascemos nele. Assim, cabe a n�s cuidar dele da melhor maneira poss�vel, at� o final de nossa vida. ‘E.L.A’, portanto, busca trazer esse tipo de reflex�o para o p�blico”, disse, � �poca.

Janaina Morse no palco, de maiô,na peça Brisa beach
A montagem mineira "Brisa - beach", de Janaina Morse, que recorre � tradi��o da palha�aria, integra a grade de espet�culos de rua da mostra teatral (foto: FIT-BH 2022/DIVULGA��O)

Espet�culos

Dos 36 espet�culos que ser�o apresentados no FIT, 15 s�o produ��es de companhias e artistas solo de Belo Horizonte, como Grupo Galp�o, Oficcina Multim�dia, Toda Deseo, Palha�a Brisa, entre outros. 

Tamb�m integram a programa��o atra��es internacionais, como “Solil�quio”, do argentino Tiziano Cruz; "Fuego rojo", do chileno Coletivo La Patogallina; "Trewa", do tamb�m chileno Kimvn, e "Tijuana", dos mexicanos Largatijas Tiradas al Sol.

O principal desafio desta edi��o, no entanto, foi a produ��o do evento em curto espa�o de tempo. Isso porque, em junho deste ano, Eliane Parreiras assumiu o cargo de secret�ria municipal da Cultura no lugar de Fab�ola Moulin. Parte do FIT j� estava planejada pela antiga gest�o, mas coube � nova titular da pasta dar seguimento ao planejamento e realiza��o do evento.

Algumas mudan�as foram feitas, como a inclus�o de regionais mais distantes da Centro-Sul na lista de locais onde os espet�culos ser�o apresentados e a realiza��o de rodadas de negocia��es, na qual os artistas far�o contato com curadores de diferentes locais para criar network.

Diversidade

Com curadoria de Andreia Duarte, Marcos Alexandre e Yara de Novaes, outra preocupa��o para esta edi��o do FIT foi trazer espet�culos que t�m como tem�tica quest�es caras aos movimentos negro, feminista e LGBTQIA+.

Um dos destaques da edi��o deste ano � o musical “Museu Nacional – Todas as vozes do fogo”, da companhia carioca Barca dos Cora��es Partidos. Escrita pelo diretor, dramaturgo e m�sico Vin�cius Calderoni, e com dire��o musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, o musical tra�a um paralelo entre o inc�ndio ocorrido no Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 2018, e o momento pol�tico que o Brasil vivia – e ainda vive – de sucateamento das pol�ticas p�blicas voltadas para a cultura.

“Quando vi as imagens do inc�ndio, pensei que aquilo era a s�ntese do momento que n�s viv�amos no Brasil”, diz Calderoni, referindo-se a epis�dios como o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a extin��o do Minist�rio da Cultura pelo ent�o presidente Michel Temer e o projeto pol�tico de Jair Bolsonaro – na �poca, candidato com maior inten��o de votos –, que deixava as pol�ticas culturais em segundo plano.

Tendo como base parte dos 20 milh�es de itens do acervo queimado, Calderoni prop�s que os personagens do espet�culo fossem as pe�as que se perderam do museu. A pe�a come�a com Luzia – f�ssil mais antigo encontrado nos escombros do museu e que precisou ser reconstitu�do depois do inc�ndio –, levando o p�blico a fazer uma viagem pela hist�ria, ressaltando como a influ�ncia de negros e ind�genas na forma��o do Brasil foi negligenciada pela historiografia oficial.

“Foi um dos trabalhos mais dif�ceis que eu fiz na vida”, afirma Calderoni. “Escrever hist�rias de pessoas � mais tranquilo, porque voc� parte de algo s�lido e escolhe o momento em que voc� vai partir para contar aquela hist�ria. J� o museu, n�o. Ele � um deposit�rio de hist�rias, de modo que a gente tinha que achar um recorte que fizesse sentido.” 

A companhia, contudo, ousou no roteiro, apostando nas consequ�ncias da derrota de Bolsonaro nas elei��es deste ano. “Se o resultado (das elei��es) fosse outro, ter�amos que mudar o final do texto. Foi uma aposta que fizemos, que torcemos para que acontecesse e acabou dando certo”, afirma o diretor.


FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO PALCO & RUA DE BELO HORIZONTE

• Deste s�bado (5/11) a 11/11. 
• Mais de 30 atra��es nacionais e internacionais. 
• Ingressos estar�o � venda no Sympla e Eventim. 
• Mais informa��es aqui 




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