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Estado de Minas LUTO

De Marisa Monte a Emicida: Erasmo teve muitos parceiros e gravou at� o fim

Ao contr�rio de Roberto, que se repete h� d�cadas, Tremend�o lan�ou v�rios discos com in�ditas, diversificando seu repert�rio


22/11/2022 16:12 - atualizado 22/11/2022 20:19

Cantor e compositor Erasmo Carlos, de camisa amarela e cinza, toca violão em meio a um jardim
Erasmo Carlos em fotografia em 2014 (foto: Ana Paula Migliari/Divulga��o)
Erasmo Carlos
renasceu 21 anos atr�s. “Pra falar de amor” (2001), lan�ado pela extinta gravadora Abril Music, foi um marco. Na �poca escanteado, ele n�o gravava um disco havia cinco anos. De in�ditas ent�o, era uma d�cada sem novas m�sicas. Mais importante que isto: o disco de 11 novas faixas o apresentava �s novas gera��es com nomes de peso: Marisa Monte, Carlinhos Brown e Marcelo Camelo, ent�o um dos nomes de frente do Los Hermanos.
  
Suas duas �ltimas d�cadas foram muito produtivas – em discos e parcerias. “Sou um compositor. Se n�o for com o Roberto, vai ser com outro. Se for com o Roberto, �timo, temos uma vida quase inteira juntos. O que n�o posso � ficar sem parceiro”, ele me disse em 2015.
 
Na �poca, havia quase dez anos que a dupla Roberto e Erasmo n�o compunha uma can��o. E Roberto, tanto naqueles anos quanto agora, continuava em cima do pedestal que � dele e de mais ningu�m, mas repetindo-se � exaust�o, num eterno looping, em discos e shows.
 
Erasmo, n�o. “Tudo � um risco”, ele continuou, lembrando-se do �mpeto de compor, “assim com um m�dico tem que trabalhar”. A fase mais rica destes �ltimos anos trouxe os temas de sempre, amor e sexo, em tr�s �lbuns tamb�m prol�ficos em novas can��es e parceiros.
 
 
“Rock’n’roll” (2009), “Sexo” (2011) e “Gigante gentil” (2014) s�o discos de rock em ess�ncia, que v�o de encontro � pr�pria trajet�ria de Erasmo, mas que o colocaram no presente. Enquanto Roberto continuava (como at� hoje) a distribuir rosas no final de cada apresenta��o, Adriana Calcanhotto, parceira e autora da letra de “Seu homem mulher”, o deixou confort�vel para cantar que ele era o sujeito que “n�o manda rosas, que n�o ouve as rosas”.
 
J� se aproximava dos 70 quando enumerou posi��es sexuais em “Kamasutra”, na esperta letra de Arnaldo Antunes. “O orgasmo � o �nico cansa�o mais gratificante do que o da estrada”, ele se saiu com esta tamb�m em entrevista a esta rep�rter. Ligado na produ��o contempor�nea, o �lbum “Amor � isso” (2018) teve como primeiro single uma can��o da banda Maglore, “N�o existe saudade nos cosmos”. Com Emicida, tamb�m neste disco, dividiu a grava��o de “Termos e condi��es”. 
 
Ainda que tenha sua trajet�ria indelevelmente ligada ao rock, Erasmo foi muito al�m. Um de seus �ltimos �lbuns, “Meus lados B” (2015), gravado ao vivo, recuperou sua fase setentista, num misto de samba (“Cacha�a mec�nica”) e soul (“Dois animais na selva suja da rua”), que Taiguara deu de presente a ele e � mulher Narinha).
 
Assim como alguns de seus contempor�neos, Caetano, Gil, Milton e Gal, que neste s�culo tamb�m fizeram um movimento de aproxima��o de jovens plateias, Erasmo tirou qualquer poeira e passou a subir no palco como um artista de seu tempo.
 
 
Continuava fervendo, como diz “Vem quente que eu estou fervendo” (Eduardo Ara�jo e Carlos Imperial), obrigat�ria em qualquer show. Lan�ado em fevereiro, “O futuro pertence �... Jovem Guarda”, que lhe deu o Grammy Latino de melhor �lbum de rock em l�ngua portuguesa nesta semana, coloca seu antigo repert�rio numa roupagem atual. J� no fim da vida, fez seu reencontro definitivo com o passado. Com todas as gl�rias que o presente lhe deve. 


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