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"Bem-vindos ao Clube da Sedu��o" conta hist�ria de boate para mulheres

Produ��o da Star+ mostra trajet�ria do imigrante indiano que criou casa noturna com dan�arinos como atra��o principal, no fim dos anos 1970, nos EUA


05/12/2022 04:00 - atualizado 04/12/2022 19:48

O ator Kumail Nanjiani em cena de 'Bem-vindos ao Clube da Sedução'
Kumail Nanjiani vive o protagonista na produ��o da Star+ e diz que trama tem a ver com quest�es atuais da sociedade norte-americana, como os conceitos de sucesso e estrangeiro (foto: Star+/divulga��o)

"No meu primeiro dia, tinha que fazer um solo", lembra Quentin Plair, de 34 anos, que faz o papel do stripper Otis na s�rie "Bem-vindos ao Clube da Sedu��o", dispon�vel no servi�o de streaming Star+. "T�nhamos uma cena em que todos precisavam ficar em sil�ncio, baixaram a m�sica e as pessoas tinham que ficar fingindo que ela continuava tocando. Isso coincidiu com a primeira vez em que tive que tirar minhas cal�as."

Foi imposs�vel gravar a cena naquele momento, diz o ator. "Todo mundo come�ou a gritar, n�o dava nem para ouvir o diretor gritando: 'Corta'. Eu estava extremamente nervoso porque n�o � algo a que estou acostumado, mas, quando dancei pela primeira vez e senti a energia das pessoas, entrei no personagem. Foi estranhamente empoderador."

O relato d� o tom dos bastidores das grava��es dos oito epis�dios em que se divide a trama, centrada na boate Chippendales. Fundada em 1979, ap�s tentativas de fazer vingar um bar falido em Los Angeles, ela fez sucesso nos anos 1980 e entrou no imagin�rio americano como um lugar hedonista, que subvertia a f�rmula tradicional de objetifica��o do corpo feminino.

O criador foi o imigrante indiano Somen Banerjee, que adota o nome Steve nos Estados Unidos. Na s�rie, ele � vivido por Kumail Nanjiani, de 44. Nascido no Paquist�o, ele diz acreditar que a origem do empres�rio � muito importante para entender o desenrolar da hist�ria (baseada em fatos reais), que envolve supera��o e criatividade, mas tamb�m crimes.

"Na realidade, [a s�rie] � sobre o que significa fazer sucesso nos Estados Unidos e o tipo de coisa que voc� faz para isso, especialmente se voc� for estrangeiro", afirma Nanjiani. "Apesar de se tratar de um per�odo muito particular, acho que ainda � aplic�vel nos dias de hoje. A ideia que os americanos t�m de sucesso � muito espec�fica, assim como a interpreta��o de quem n�o � americano. Ent�o, exploramos tudo isso. Os homens dan�ando para as mulheres � um b�nus (risos)."

O int�rprete analisa o que levou Steve a fundar essa esp�cie de precursor do Clube das Mulheres. "Ele criou esse espa�o onde as mulheres podiam expressar livremente a pr�pria sexualidade de uma forma que n�o existia antes, mas essa n�o foi a motiva��o dele", explica. "Ele s� estava tentando ganhar dinheiro. Isso era o principal para ele, que, meio que por acaso, se deparou com uma grande ideia no momento certo."

Explosivo

Vencedor do Emmy por "The white lotus" (HBO Max), Murray Bartlett, de 51, d� vida ao core�grafo Nick De Noia, que transformou as apresenta��es da Chippendales em verdadeiros espet�culos visuais. "Eu via a Chippendales como um show de striptease masculino exagerado e divertido, mas n�o tinha ideia da complexidade das hist�rias que havia por detr�s", comenta. "Todos esses personagens s�o ricos e t�m hist�rias individuais fascinantes, ent�o, quando colidem uns com os outros, � explosivo."

O ator contou que � um dan�arino mediano, mas que isso foi suficiente para a s�rie. "Como sou o core�grafo, n�o preciso dan�ar t�o bem quanto os dan�arinos", diz. "Quando me convidaram, eu pensei: 'S�rio, voc�s querem que eu dance?'. Mas fiquei animado. Ningu�m nunca tinha me pedido para fazer isso. N�o sou bailarino, mas adoro dan�ar e me diverti muito."

Criador da trama, Robert Siegel se baseou no livro "Deadly dance: The Chippendales murders" ("Dan�a mortal: Os assassinatos da Chippendales", em tradu��o livre). "Eu n�o sabia de nada do que tinha acontecido l� quando descobri a hist�ria", conta. "S� o fato de o cara por tr�s da Chippendales ser um imigrante indiano j� � fascinante e surpreendente. Temos ainda uma conex�o com a [revista] Playboy e com a morte da [playmate e atriz] Dorothy Stratten. Ent�o, � quase um cruzamento de todo o universo estendido dos anos 1980."

O roteirista afirma que tem algumas partes da trama que ele adoraria ter inventado, mas que aconteceram de fato, por mais inacredit�vel que pare�am. "Temos os homens tirando a roupa, mas tamb�m tocamos na natureza do sonho americano, do capitalismo, da segunda onda do feminismo, do racismo...", enumera. "E temos muitas interse��es interessantes entre todos esses temas, como o fato de o feminismo ser afetado pelo capitalismo."

Juliette Lewis, de 49, interpreta a figurinista Denise, respons�vel por introduzir nos shows a cal�a especial que os homens arrancam de uma s� vez no palco. A atriz e cantora diz que chegou a ir a um show da Chippendales, em Las Vegas. "Na verdade, eu obriguei a minha banda a ir comigo, porque era o tipo de coisa que n�s gost�vamos de fazer (risos)", lembra. "Para mim, tudo parecia muito engra�ado."

"Nos anos 2000, n�s j� vimos de quase tudo, mas nos anos 1980 eu imagino que era como quando o Elvis [Presley] come�ou a rebolar e os programas de TV s� o filmavam da cintura para cima", compara. "Eles achavam que a libido masculina era perigosa, mas esperem at� excitar as mulheres! � uma energia completamente diferente."

J� a atriz Annaleigh Ashford, de 37, vive a contadora Irene, que � cheia de ideias para aumentar os lucros do neg�cio e acaba se casando com Steve. Com uma carreira que inclui diversos sucessos na Broadway, ela lembra que algumas das coreografias vistas na tela fazem pequenas homenagens a musicais como "A chorus line" e filmes como "All that jazz – O show deve continuar" (1979).

Ashford conta que as grava��es tinham praticamente apresenta��es de verdade ocorrendo diariamente. "Nossas figurantes maravilhosas come�avam a gritar, e isso nos fazia sentir como se estiv�ssemos de volta a 1979", comenta. Ela tentava ficar na personagem, mas n�o julga quem n�o conseguia. "Quanto a ver homens dan�ando todos os dias, eu sempre direi: 'Sim, por favor, e muito obrigada!' (risos)." (Vitor Moreno/Folhapress)


"BEM-VINDOS AO CLUBE DA SEDU��O"
• S�rie em oito epis�dios, dispon�vel sob demanda na Star  


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