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Estado de Minas FILME

Porta dos Fundos d� sossego a Jesus e toca o terror em Papai Noel

Especial de Natal traz o Bom Velhinho como ningu�m jamais imaginou, avisa F�bio Porchat. Estreia ser� na pr�xima quarta (21/12), na plataforma Paramount+


15/12/2022 04:00 - atualizado 14/12/2022 23:45

Elenco do Porta dos Fundos tem os rostos com expressão de medo e susto em cena do especial O espírito de Natal
Susto n�o vai faltar no especial "O esp�rito de Natal", com a trupe do Porta dos Fundos, que estreia na plataforma Paramount+ (foto: Laura Campanella/divulga��o)

Esque�am temas que possam provocar atritos religiosos. Desta vez, o especial de Natal do Porta dos Fundos deixa os dogmas de lado. Nem por isso, o nono trabalho, que marca o fim de ano da produtora, vai dar paz �s figuras natalinas.

Papai Noel, que s� perde em popularidade para o Menino Jesus, � a estrela do novo filme do Porta, “O esp�rito de Natal”, que estreia na pr�xima quarta-feira (21/12), na plataforma Paramount+, com dire��o de Rodrigo van Der Put.

Garoto-propaganda dos c�us

F�bio Porchat, que repete pelo segundo ano consecutivo a parceria no roteiro com Jonathan Marques, afirma que religi�o ainda � tema que interessa ao Porta. Inclusive, minidoc traz Jesus chateado por n�o ser mais garoto-propaganda do especial natalino.

O humorista descarta qualquer press�o de grupos religiosos para que o tema deixasse, pelo menos por ora, o especial.

H� tr�s anos, v�spera de Natal, a sede da produtora, no Rio de Janeiro, foi atingida por um coquetel molotov em protesto ao “Especial de Natal Porta dos Fundos: A primeira tenta��o de Cristo”, que mostrava Jesus voltando do deserto acompanhado do namorado. Religiosos defenderam a censura do filme.
 
 

Em “O esp�rito de Natal”, um grupo de amigos foge das comemora��es de fim de ano e se hospeda em um chal� perdido no meio da floresta. Tudo vai bem at� uma pessoa misteriosa invadir a casa. A rea��o da turma � imediata e tr�gica. Figuras do imagin�rio natalino, como renas e an�es, d�o um toque a mais na trama de suspense, mist�rio e, claro, muito sangue.

Porchat conta que a ideia partiu da vontade de contar uma hist�ria que nunca havia sido apresentada. “Se for fazer alguma coisa no Porta, penso: o que s� o Porta poderia fazer? O que a gente n�o poderia ver em outro lugar?”, diz ele ao Estado de Minas.

“J� que tenho uma produtora que pode fazer o que ela quiser, vou tentar uma coisa diferente, ousada, estranha. E a� tive a ideia: o que nunca aconteceu com o Papai Noel?”.

O Natal do Porta n�o ostenta a est�tica tradicional das comemora��es de fim de ano. O vermelho e o verde, cores da festa, est�o opacos. Papai Noel surge empoeirado e Mam�e Noel, enlouquecida. F�bio diz que a ideia � n�o deixar os personagens �bvios. “At� porque, se fosse o Papai Noel de cara, aquele grupo de amigos diria: � o Papai Noel!”.

De acordo com ele, o legal � a d�vida dos amigos naquele chal�. “Ser� que � o Papai Noel? Ser� que � um homem? N�o, � um cara, � um bandido. � um assaltante. Ent�o, ele est� l� meio de vermelho, tem um saco, est� parecendo um ladr�o mesmo. Assim eles se defendem.”

Antônio Tebet tem Fábio Porchat deitado em seu ombro em cena do especial O espírito de Natal
Ant�nio Tebet e F�bio Porchat, que atua e tamb�m assina o roteiro do especial (foto: Laura Campanella/divulga��o)
 
Ter Papai Noel como tema n�o � a �nica novidade do especial do Porta. Trata-se de uma hist�ria de terror, bem ao estilo daqueles filmes adorados por quem j� passou dos 50 quando era jovem. Ao contr�rio da com�dia, � um terreno em que o audiovisual brasileiro ainda est� tateando.

Porchat observa que, apesar de o p�blico brasileiro gostar tanto de filme de terror, o Brasil ainda n�o tem tradi��o no g�nero. Ele espera que a qualidade do longa sirva de exemplo.

“O filme � resultado da vontade de sempre fazer tudo bem-feito. Desde o in�cio do Porta, l� em 2012, as pessoas falam: ‘Nossa, nem parece internet, eles fazem com qualidade de TV’”, observa.

“Esp�rito de Natal” tem 35 minutos. A escolha que n�o foi proposital, apesar de F�bio reconhecer que o p�blico n�o tem muita paci�ncia de encarar uma tela por muito tempo.

“Realmente, as pessoas n�o aguentam ficar mais de uma hora na tela. Por ser um especial, produ��o nossa, a gente pode fazer o que bem entender, no tempo que a gente quiser. Se a gente quisesse fazer 15 minutos, dava; se fizesse uma hora, dava tamb�m. N�o � preciso ficar preso ao tamanho”, afirma. No primeiro corte, eram 45 minutos.

“Quando as arma��es da hist�ria come�am a acontecer, est� tudo acontecendo t�o r�pido, mas t�o r�pido, que acaba. 'Caraca, j� acabou, que loucura!'. Acho isso bom, d� o gostinho de 'ser� que vai ter o 2?”

"J� que tenho uma produtora que pode fazer o que ela quiser, vou tentar uma coisa diferente, ousada, estranha. E a� tive a ideia: o que nunca aconteceu com o Papai Noel?"

F�bio Porchat, humorista e roteirista

Pol�tica e cultura

Bem-humorado, Porchat afirma que o Brasil voltou a se unir e agora a vov� cat�lica pode assistir ao especial. Otimista, acredita que depois de tanta briga pol�tica resultando em amizades desfeitas, dentro e fora da fam�lia, as coisas voltaram ao normal. Destaca que o que foi desprezado pelo atual governo entra na ordem do dia.

“A cultura volta a ter valor, volta a ser aliada, e n�o inimiga do povo brasileiro. A cultura traz dinheiro para o pa�s, d� dinheiro para o governo, para a educa��o e a sa�de. O que � investido na cultura volta com inje��o fiscal”, afirma.

“T�nhamos um governo que queria se vingar dos artistas, que n�o pensava na cultura e n�o pensava no retorno financeiro, porque retorno precisa de investimento, n�? Ano que vem, quando a gente parar de brigar, de ter um l�der que incentiva a briga, grita o dia inteiro xingando jornalista, falando mal, agredindo, s� de poder tirar este ser da frente j� acalma tudo”, acredita.

“Sinto que agora a gente respira um pouco mais aliviado, deixando o �nimo penetrar. N�o � que parou de haver cobran�a, mas agora a gente segue num caminho mais leve”, afirma.

Quando o especial de Natal entrar no ar, a quarta temporada de “Que hist�ria � essa, Porchat?” ter� chegado ao fim. Dois produtos diferentes, mas com a marca deste apresentador, roteirista e ator, sempre de olho em tudo.
 
"Sou centralizador e cuidadoso, gosto de ver o melhor produto poss�vel. Como escrevo, gosto que as coisas saiam do jeito que eram na minha cabe�a. Mas quem dirige � o diretor, com quem tenho conversa muito boa, di�logo aberto. � claro que a vis�o dele entra, ele decide coisas para as quais n�o estou nem a�. S� fico muito em cima para que seja o mais bem-feito poss�vel, o mais engra�ado poss�vel ou o mais aterrorizante poss�vel.”

Porchat aprova todas as hist�rias do programa e os cortes finais, garantindo que n�o interfere na dire��o e na edi��o. A pr�xima temporada estreia em mar�o, no GNT, com 40 epis�dios at� o final de 2023.

Ao longo dos �ltimos quatro anos, o formato do programa nunca se repetiu, observa. “Em 2019, ele estreou como eu queria, perfeito, e funcionou. Em 2020, com a pandemia, teve de ser virtual. Em 2021, foi sem plateia e sem os convidados poderem se aproximar. Em 2022, volta metade da plateia com m�scara. No ano que vem, a gente volta a fazer o programa como foi pensado em 2019. Ele volta com f�lego e for�a total”, afirma.

Caminhando para o quinto ano, “Que hist�ria � essa, Porchat?” n�o se desgastou, acredita o apresentador. “Com hist�rias muito boas, o programa tem f�lego”, diz, garantindo que n�o quer brilhar mais do que os convidados, famosos ou an�nimos.

“O que mais gosto � quando algu�m fala pra mim: ‘Adorei o programa da Roberta Miranda!’. Voc� v�, o programa n�o � meu, o programa � da Roberta Miranda. � o maior elogio que posso receber, pois consegui deixar a pessoa t�o � vontade ali, t�o tranquila contando a hist�ria dela, que o programa � dela.”
 
Ator do Porta dos Fundos abre a porta e elenco faz cara de assustado em cena de especial de Natal do grupo
Especial do Porta dos Fundos se inspirou nos filmes trash que adolescentes adoram (foto: Laura Campanella/divulga��o)
 

P�-frio no est�dio

Esta entrevista foi feita antes da elimina��o da Sele��o Brasileira na Copa do Mundo. Porchat ganhou fama de p�-frio. “Sou o Mick Jagger brasileiro”, brincou, referindo-se � fama do astro brit�nico – ali�s, o stone estava no Mineir�o, acompanhando o filho Lucas, quando o Brasil perdeu de 7 a 1 para a Alemanha.

“O problema � no est�dio. N�o posso ir ao est�dio. De quatro jogos de Copa do Mundo que assisti no Brasil, tr�s o Brasil perdeu. Lancei a campanha falando que sou p�-frio, e o engra�ado � que pegou. No fim das contas, � muito saud�vel e engra�ado. Divertido.”

Porchat aponta seus jogadores favoritos: “Vin�cius J�nior � excelente, ele � uma m�quina, domina muito bem a bola. Tem uma calma, uma tranquilidade, � muito o esp�rito do Brasil. Casemiro tamb�m � muito centrado, muito firme, absoluto ali na sua posi��o.”

Em mar�o, o humorista entra em cartaz com o stand up “Hist�rias do Porchat”, em S�o Paulo, contando hist�rias de viagens. No pr�ximo ano, tamb�m deve rodar dois filmes que est� escrevendo para serem lan�ados em 2024. “Vem bastante coisa por a�”, adianta.

“O ESP�RITO DE NATAL”

Especial do Porta dos Fundos. Estreia na pr�xima quarta-feira (21/12), na plataforma Paramount









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