Bateria de direito USP e Chris Martin, do Coldplay

Chris Martin, do Coldplay, convidou a bateria de direito da USP para o show no Morumbi, em S�o Paulo

Reprodu��o/Twitter
Chris Martin, vocalista do Coldplay, estava passeando pelo Parque do Ibirapuera, em S�o Paulo, quando ouviu uma bateria tocando em algum lugar distante. Minutos depois, o m�sico, que est� no Brasil em turn� com sua banda, encontrou os integrantes da bateria da Faculdade de Direito da Universidade de S�o Paulo, a USP.

 

"Quem nos abordou primeiramente foi um seguran�a dele, e eu at� me assustei achando que ele ia reclamar do ensaio, de barulho", diz Kau� Oliveira de Paula, mestre de bateria da Bateria de Agravo de Instrumento da S�o Francisco, a Baisf. "A� ele falou: ‘Estou aqui com o vocalista do Coldplay, que queria ouvir voc�s tocarem um pouco, ele pode?’"

 

O encontro acabou rendendo um convite para que os m�sicos universit�rios tocassem em um dos seis shows que o Coldplay fez este m�s no est�dio do Morumbi, em S�o Paulo —o do �ltimo s�bado, dia 18.

A banda agora segue para Curitiba, onde toca duas vezes, a partir desta ter�a, dia 21.

 

Entre o chamado e a apresenta��o, os ritmistas viveram uma semana intensa de ensaios e ainda tiveram que mudar o arranjo em cima da hora. 

No dia que conheceu a bateria, Chris Martin ficou alguns minutos ouvindo os estudantes tocarem e dan�ando como eles, diz de Paula. Depois, eles conversaram um pouco, o vocalista explicou como os achou durante seu passeio pelo parque, e fez o convite.

 

 

"Da� para frente foi uma loucura", diz o mestre bateria. "A produ��o entrou em contato, come�amos a pensar o que �amos fazer —quem vai tocar, como tocar, qual seria o arranjo. Conversamos bastante internamente e, a partir de quarta-feira, ensaiamos todos os dias at� o show. Foram umas 13 horas de ensaios bem intensos."

 

A princ�pio, a Baisf tocaria em "Hymn for the Weekend", m�sica do �lbum "A Head Full of Dreams", de 2015, com uma batida um pouco mais acelerada. Mas, depois, os ritmistas ficaram sabendo que, na verdade, faria outras duas can��es —o sucesso "Fix You", do �lbum "X&Y", de 2005, e a recente "Biutyful", do �lbum que d� nome � turn�, "Music of the Spheres", de 2021.  

Nos dois casos, s�o m�sicas mais lentas e cadenciadas, o que dificultou o trabalho dos estudantes e ex-estudantes da bateria, acostumados a tocar samba —em suas cerca de seis apresenta��es anuais—, e embalar as equipes esportivas do curso de direito em jogos universit�rios. "Entramos em desespero", diz de Paula. "N�o combinava nada com o que a gente faz no nosso dia a dia."

 

Eles tiveram que retrabalhar o arranjo, num esquema de erro e acerto, e mandavam v�deos tocando para os integrantes do Coldplay, que aprovaram o trabalho em progresso. Os universit�rios s� tiveram contato com os m�sicos ingleses na passagem de som do show de s�bado, j� no est�dio do Morumbi, onde tocaram horas depois.

 

A Baisf, que tem cerca de 50 integrantes ativos, al�m de ex-membros que os ajudam, levou 36 instrumentistas ao palco do Coldplay. Desses, poucos j� s�o formados na faculdade, enquanto a maioria dos que tocaram no Morumbi s�o estudantes de direito na USP atualmente.  

De Paula afirma que os �ltimos dias foram "uma loucura", ou seja, "intensos, estressantes, mas bem emocionantes". "Choramos de tristeza e de felicidade", ele conta. "Tivemos todas as emo��es poss�veis essa semana. E no fim deu tudo certo. Eles gostaram. Compensou. Com certeza valeu a pena."

 

 

 

Depois dos seis shows em S�o Paulo, o Coldplay se apresenta em Curitiba, em duas noites, no est�dio Couto Pereira, a partir de ter�a, dia 21. Depois, segue para o Rio de Janeiro, com tr�s shows no est�dio Nilton Santos, o Engenh�o, entre os dias 25 e 28 deste m�s.