L� Borges diz que n�o frustra o p�blico de suas apresenta��es e canta "todas do 'Clube da Esquina'", entremeadas com can��es de sua produ��o mais recente
Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
"Em 2003, quando lancei 'Um dia e meio', dei uma olhada no retrovisor para a minha discografia e, mesmo com discos importantes, achei ela meio pouca coisa. 'Quero fazer mais', pensei. Era uma �poca de muita estrada e pouca m�sica. Inverti a l�gica: hoje s�o menos shows e mais m�sicas. A estrada cansa, essa fase rom�ntica de jovem que faz m�sica depois do show no quarto de hotel n�o existe mais"
L� Borges, cantor e compositor
Ao ver o filho do meio, sexto dos 11, tocar, Salom�o Borges (1916-2014) falava com L�: “Meu filho, voc� tem o dom. Mas isto a gente ganha de Deus. O que acho legal � que voc� trabalha seu dom tocando insistentemente. A isto chamo virtude”.
Aos 71 anos, L� Borges tem levado a virtude ao m�ximo. Desde 2019, lan�a um �lbum de in�ditas por ano. O deste 2023, que veio a p�blico em janeiro, � “N�o me espere na esta��o”, cole��o de 10 can��es compostas na guitarra. Nove delas t�m letra de C�sar Maur�cio, j� que o �lbum � encerrado com a instrumental “Setentones” (refer�ncia n�o s� � chegada da nova d�cada mas tamb�m � sonoridade).
L� retorna ao Pal�cio das Artes na noite desta sexta-feira (24/3) para show em que vai apresentar algumas in�ditas. N�o s� deste �lbum, mas dos anteriores – "Rio da Lua" (2019), com letras de Nelson Angelo; "D�namo” (2020), com Makely Ka; "Muito al�m do fim” (2021), em que retomou, ap�s uma d�cada, a parceria com o irm�o M�rcio Borges, e "Chama viva" (2022), com Patr�cia Ma�s.
Gato escaldado, e autor de m�sicas emblem�ticas do cancioneiro nacional, como “Um girassol da cor do seu cabelo” e “O trem azul” (ambas com M�rcio Borges), sabe que seu p�blico quer cantar junto.
CLUBE DA ESQUINA
“O show mistura o lan�amento do disco e minha trajet�ria de 50 anos na m�sica. N�o frustro o p�blico, toco todas do ‘Clube da esquina’ (1972) e uma de cada um dos discos recentes”, diz L�, que se apresenta ao lado da banda formada por Henrique Matheus (guitarra), Robinson Matos (bateria), Renato Valente (baixo) e Felipe D´Angelo (teclados).
Mas ele olha para o passado sempre com o olho no futuro. Est� sempre com um disco � frente. O �lbum de 2024, o sexto em seis anos, est� pronto, inclusive. Vai se chamar “A estrada” e traz, mais uma vez, letras de M�rcio Borges. “Este � tem�tico, com as letras contando uma viagem que fez. Mas como tenho que respeitar o disco vigente, que � o ‘N�o me espere na esta��o’, s� no final do ano devo lan�ar um novo single.”
� muita inspira��o para tanto disco. No entanto, tem transpira��o demais tamb�m para que saiam a contento, L� diz: “Normalmente, a inspira��o vem quase que cotidianamente. Mas tenho que botar a m�o na massa, trabalhar por horas com o instrumento nas m�os, fazendo 10 grava��es de um tema at� que ele chegue ao disco.”
A discografia de L�, em cinco d�cadas, re�ne v�rios �lbuns relevantes, al�m do cl�ssico dividido com Milton Nascimento: “L� Borges” (o chamado “disco do t�nis”, de 1972), “A Via-L�ctea” (1979), “Sonho real” (1984). A produ��o, outrora mais pontual, foi se intensificando com a chegada da maturidade.
“Em 2003, quando lancei ‘Um dia e meio’, dei uma olhada no retrovisor para a minha discografia e, mesmo com discos importantes, achei ela meio pouca coisa. ‘Quero fazer mais’, pensei. Era uma �poca de muita estrada e pouca m�sica. Inverti a l�gica: hoje s�o menos shows e mais m�sicas. A estrada cansa, essa fase rom�ntica de jovem que faz m�sica depois do show no quarto de hotel n�o existe mais. Durmo cedo, acordo cedo, fa�o gin�stica. Ent�o estou superdescansado para compor.”
O per�odo de recolhimento da pandemia foi essencial para intensificar a produ��o. Foram 50, 60 m�sicas. A crise sanit�ria acabou, mas n�o a compuls�o. “Semana retrasada fiz sete m�sicas em cinco dias. Hoje tenho mais discos do que minha capacidade para lan��-los”, comenta L�.
O Guinness Book est� em vista? Ele ri da brincadeira. “N�o me acho fod�o porque componho pra caramba. Sou um compositor como os outros, mas a minha dedica��o � que n�o � muito comum. Fazer can��o para mim � t�o fundamental como tomar �gua”, diz. E at� 2027, ele garante, consegue lan�ar um �lbum de in�ditas por ano.
L� BORGES
• Show nesta sexta-feira (24/3), �s 21h • Pal�cio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400). • Ingressos: Plateia 2 – R$ 140 e R$ 70 (meia); Balc�o – R$ 120 e R$ 60 (meia). Plateia 1 esgotada. • � venda na bilheteria e no site Eventim.
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