Juca Chaves e seu ala�de em Bras�lia, em setembro de 2011
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press/15/9/11
Juca Chaves, o “Menestrel Maldito”, morreu aos 84 anos, na noite do �ltimo s�bado (25/3). Ele estava internado havia 15 dias no Hospital S�o Rafael, em Salvador, com problemas cardiorrespirat�rios. O corpo do artista foi cremado neste domingo (26/3), no Cemit�rio Bosque da Paz, na capital baiana.
Unindo humor � m�sica, Juca Chaves se notabilizou por incomodar a ditadura militar, nos anos 1960, com suas modinhas e trovas. Entre as composi��es mais conhecidas dele est�o "Caixinha, obrigado!", "Take me back to Piau�" e "A c�mplice".
Exilado na d�cada de 1970, o artista foi morar em Portugal, onde tamb�m desagradou o regime pol�tico da �poca, a ditadura salazarista.
Num show no Teatro Tivoli, irritou as autoridades portuguesas, fazendo piada com o ditador Ant�nio de Oliveira Salazar. Os �rg�os de repress�o repudiaram sua arte, e Chaves rumou para um novo ex�lio, agora na It�lia.
Juca Chaves era figura constante nos est�dios do SBT. Na foto, o m�sico participa do "Clube dos artistas", apresentado por Lolita Rodrigues
Detinho Oliveira/SBT
Nascido no Rio de Janeiro numa fam�lia judaica, Jurandyr Czaczkes Chaves teve forma��o em m�sica erudita, compondo, aos 12 anos, sua primeira modinha. Ainda na inf�ncia, se mudou para S�o Paulo e passou a frequentar o Clube Pinheiros. Ali conheceu Ana Maria, sua musa, para quem dedicou v�rias can��es.
Sempre acompanhado do ala�de, ganhou do poeta Vinicius de Moraes o apelido de “Menestrel Maldito”. No in�cio da carreira, novamente no Rio de Janeiro, montou um circo nos arredores da Lagoa Rodrigo de Freitas. No local, recebia empres�rios, pol�ticos e moradores de uma favela vizinha.
Vinte anos depois, fez sucesso se apresentando em programas de r�dio e televis�o. Na mesma �poca, fundou sua pr�pria gravadora. Ficou conhecido pelos bord�es, entre eles o mais famoso era "v� ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar". Segundo Jorge Amado, Chaves tinha "a voz mais livre do Brasil".
Aventura na pol�tica
Em 2006, Juca Chaves tentou ingressar na pol�tica. Foi candidato ao Senado pelo PSDC e fez poemas para tentar angariar votos."Desta vez baiana gente, baiano de toda cor, o seu voto inteligente com justi�a com amor, n�o ser� voto comprado, se tivermos no Senado Juca Chaves senador". Acabou terminando as elei��es em quarto lugar.
Nove anos depois, voltou aos holofotes, satirizando a pol�tica brasileira e defendendo a Opera��o Lava-Jato. H� duas d�cadas, morava em Itapu�, em Salvador.
Durante a carreira, sempre ironizou a m�dia, tendo com a imprensa uma rela��o tensa. Em dado momento, chegou a ser boicotado por jornais e revistas.
Desde 1975, era casado com Yara Chaves. Ele deixa duas filhas, Marina Morena e Maria Clara.
Com can��es que satirizavam o cen�rio pol�tico nacional, "Juca Chaves, o menestrel do Brasil" foi exibido pelo SBT/Alterosa em 1988
Jo�o Batista da Silva/SBT
SBT lamenta morte do Menestrel
O SBT, emissora na qual Juca Chaves comandou o humor�stico “Juca Chaves, o menestrel do Brasil”, em 1988, divulgou nota de pesar, lembrando que ele participou de diversas atra��es do canal como convidado.
“Juca deixa as melhores lembran�as e ser� sempre reverenciado por fazer parte de nossa hist�ria. A emissora se solidariza com a esposa Yara e suas filhas Maria Morena e Maria Clara”, diz o texto.
Em “Juca Chaves, o menestrel do Brasil”, o humorista entoava cantigas que satirizavam o cen�rio pol�tico e os assuntos em voga. O cen�rio, um c�u estrelado com a grande lua onde Juca se sentava com seu ala�de, ficou marcado pela est�tica minimalista, destacando exclusivamente o talento do apresentador.
Juca tamb�m tinha paix�o por futebol. S�o-paulino de carteirinha, ele deixou marchinha em homenagem ao clube, chamada “S�o Paulo, meu amor”. (Comreda��o)
*Para comentar, fa�a seu login ou assine