Jane (Marisa Davila) e Buddy (Jason Schmidt) em cena de  Grease: Rise of the Pink Ladies

Jane (Marisa Davila), vers�o atualizada de Sandy Olsson (Olivia Newton-John), � perdidamente apaixonada por Buddy (Jason Schmidt)

Paramount+/DIVULGA��O


Recuperar "Grease" —um dos filmes mais populares do cinema— em formato de s�rie poderia ter duas consequ�ncias: dar muito certo, ou ser um desastre completo. Os f�s do longa-metragem de 1978, estrelado por Olivia Newton-John e John Travolta, podem at� fazer vista grossa antes de conferir "Grease: Rise of the Pink Ladies", s�rie ambientada na escola Rydell High (a mesma do filme), mas a verdade � que o resultado � bem satisfat�rio.

O seriado come�ou a ser desenvolvido em 2019 pela HBO Max e acabou adquirido pela Paramount+, um ano depois. Muita gente ficou preocupada com a mudan�a, j� que a responsabilidade de desenvolver uma trama que se passa exatos quatro anos antes do romance de Sandy Olsson (Newton-John) e Danny Zuko (Travolta) � imensa. Felizmente, o seriado consegue ir al�m de um romance proibido e das diferen�as entre os jovens do instituto norte-americano.

Na produ��o, dispon�vel  no servi�o de streaming Paramount , Jane (Marisa Davila) � uma vers�o atualizada de Sandy. Perdidamente apaixonada por Buddy (Jason Schmidt), ela acaba sendo alvo de fofoca em toda a escola sobre o quanto avan�ou nos amassos com ele no banco traseiro do carro, em um drive-in.

REPRESENTATIVIDADE 

Ela fica calada? Mas � claro que n�o. Para dividir a cena com ela, temos Cynthia (Ari Notartomaso), uma garota cuja maior ambi��o � ser introduzida no T-Birds, o grupo de homens que namora as Pink Girls. Notartomaso, que � uma pessoa n�o-bin�ria, ganha brilho na s�rie por falar sobre representatividade em sua luta na hist�ria. Afinal, estamos em 1954 ou 2023?

Para completar esse anacronismo gerado em quem assiste, o grupo das meninas � completado por Olivia (Cheyenne Isabel Wells), uma garota latina que � desprezada pela escola por ter tido um relacionamento com o professor de ingl�s da escola; e Nancy (Tricia Fukuhara), que acaba escanteada porque os namorados de suas amigas n�o gostam de sua postura empoderada.

Assim, o enredo evolui com a uni�o do quarteto, que busca ajudar na elei��o de uma delas como presidente de turma. Por destoarem completamente dos padr�es "normais", elas v�o gerando indigna��o em pais, diretores e alunos conservadores por seus protestos e posturas nos corredores.

COREOGRAFIAS E CORES 

Mais do que debater temas como feminismo e representatividade, "Grease: Rise of the Pink Ladies" consegue atender �s expectativas dos espectadores sedentos por n�meros coreografados e coloridos, bem no estilo do longa original. � exatamente esse aspecto que o elenco enaltece em entrevista � reportagem.

"N�s somos t�o f�s do filme que todas filmamos e buscamos a mesma energia dos n�meros. Cuid�vamos at� com a forma que as pessoas se mexiam durante as grava��es, sempre buscando o original. Era imposs�vel n�o fazer algo sem essa refer�ncia, porque � algo brilhante", compara Cheyenne.

Tricia lembra da vez em que assistiu ao longa da d�cada de 1970 pela primeira vez, quando tinha 17 anos. Naquela vez, recorda fortemente dos detalhes das meninas, do autocuidado com maquiagens. "Acabei trazendo isso para minha atua��o como Nancy, essa coisa das meninas sempre se valorizarem", refor�a.

DEBATES 

Para Ari, o projeto refor�a o debate de se mostrar uma pessoa queer em um outro per�odo hist�rico, algo pouco vis�vel em produtos audiovisuais. "O mais legal � que n�o precisamos mudar n�s mesmas para gravar a s�rie, tem muito de n�s em cada um dos pap�is", acredita.