Festival Palco Hip Hop promove encontro de gera��es do rap nacional

H� tr�s anos sem realizar a��es presenciais por causa da pandemia, o festival Palco Hip Hop volta � carga neste fim de semana. Guiada pelo tema “50 anos de hip hop no mundo, 40 anos de hip hop no Brasil”, a vasta programa��o joga luz sobre as origens do movimento que despontou no Bronx, em Nova York (EUA), em 1973.

A edi��o 2023 do Palco Hip Hop – que, desde seu surgimento, h� 12 anos, vem se consolidando como um dos mais importantes eventos do g�nero no pa�s – vai contar com debate sobre o in�cio do movimento no Brasil, no CCBB-BH; encontro de DJs em baixo do viaduto Santa Tereza e celebra��o do g�nero no domingo (21/5), reunindo os elementos que comp�em essa cultura: dan�a urbana, grafite, DJs e MCs.

 

 

Importantes nomes ligados � hist�ria do hip hop estar�o presentes, como o rapper Tha�de (SP), a dupla OsGemeos (SP), MC Jack (SP), Roger Dee (MG), Eduardo S� (MG) e Roger Deff (MG). Representantes do atual cen�rio em Belo Horizonte, como Monge, DJ Kingdom, Pat Manoese, Douglas Din e Max Souza, entre outros, tamb�m integram a programa��o.

Um dos destaques � o show que vai reunir domingo (21/5), no Sesc Palladium, MCs que participaram da colet�nea “Hip hop cultura de rua” (1988), disco pioneiro do rap no Brasil: Tha�de, O Credo, MC Jack e C�digo 13.

 

Tamb�m se apresenta o primeiro grupo de rap de Belo Horizonte, Uni�o Rap Funk. As a��es no CCBB-BH e no viaduto Santa Tereza, neste s�bado (20/5), s�o gratuitas. Os ingressos para os shows t�m pre�os populares.

 

 

O produtor Victor Magalh�es, criador do Palco Hip Hop, diz que o desejo � prestar homenagem aos artistas que, a partir de 1983, come�aram a dar forma ao movimento no Brasil. “S�o muitos os precursores, mas nem todos seguiram carreira. A gente quis trazer as pessoas que estavam l�, naquele momento inaugural para ouvir diretamente delas relatos sobre essa hist�ria”, diz.

 

 

“Fizemos a curadoria pensando em promover o di�logo entre os pioneiros e os expoentes desta cultura hoje, como Douglas Din, DJ Kingdom e DJ Bebela, a nova safra, nomes muito importantes na manuten��o da cultura hip hop”, destaca.

Respons�vel por mediar o debate de hoje no CCBB-BH, o MC, jornalista e pesquisador Roger Deff destaca o car�ter espont�neo da origem do movimento no Brasil. Em Belo Horizonte, Roger Dee e Eduardo S� criaram o pioneiro grupo de dan�a Break Crazy logo ap�s o lan�amento do filme “Flashdance”. “Essa mesma movimenta��o acontecia em S�o Paulo, sem que as duas cenas tivessem contato uma com a outra”, diz Deff.

 

 

Magalh�es observa que o hip hop expandiu seu raio de a��o, pautando a m�sica mundial, a moda, o comportamento e o entretenimento. “Ditou rumos, mas tamb�m foi sendo moldado nesse processo”, diz, chamando a aten��o para o lugar de destaque que Minas Gerais ocupa hoje nesse cen�rio.

“O estado se tornou celeiro de talentos, o que vem a partir do reconhecimento e da proje��o do Duelo de MCs, que possibilitou uma difus�o maior da cena. Nomes como Djonga, FBC e Clara Lima foram bem presentes nesse processo, e hoje desfrutam de prest�gio nacional. Minas quebrou certa hegemonia do eixo Rio-S�o Paulo”, aponta.

Roger Deff afirma que o hip hop mudou e foi mudado ao longo de seu desenvolvimento. “Quando surgiu, enquanto cultura de rua, era pequeno, envolvia poucas pessoas, ent�o era mais coeso em termos de proposi��es. Na medida em que ganhou visibilidade midi�tica, isso se perdeu um pouco. Mas � uma cultura que se mant�m forte. Vou ao viaduto Santa Tereza hoje e vejo a garotada na faixa de 18 anos dan�ando break. � uma cultura enraizada”, ressalta.