Juliette lan�a o single "Sai da frente"e anuncia �lbum com dez faixas
Cantora e ex-BBB diz que agora se sente pronta para a carreira que abra�ou ap�s o reality, que disputou quando exercia as profiss�es de advogada e maquiadora
Juliette enfrenta haters, machismo e xenofobia em seu novo single
Juliana Rocha/divulga��o
“Voc� � um fen�meno. No palco montado pelo p�blico, voc� nunca saiu do primeiro lugar”, disse Tiago Leifert para Juliette quando ela venceu o “Big Brother Brasil 21”, h� pouco mais de dois anos. Pois a paraibana nunca mais deixou esse palco, onde, nas palavras dela, trilha “o sonho de crian�a adormecido”: cantar.
Depois do EP lan�ado em 2021 batizado com seu nome, a cantora, influencer e advogada prepara seu disco de estreia com dez faixas, provavelmente no segundo semestre. O single “Sai da frente” chegou �s plataformas em 25 de maio.
“Escolhi esta m�sica pela mensagem: ‘sai da frente que eu t� chegando’, ‘eu corri mais do que falam por a�’. Vou mostrar quem sou, uma Juliette forte, assertiva e firme”, diz. A letra autobiogr�fica vem embalada pelo “pop sutil, com elementos de p�fano e tri�ngulo”, detalha Juliette.
"Pode aperrear o povo a� para me chamar - contratantes, prefeitura, governo, todo mundo. Quero conhecer cada pedacinho do Brasil e tenho carinho muito grande por Minas Gerais. Nesta fase da minha carreira, pretendo andar por mais lugares e conhecer mais pessoas e culturas"
Animada, a cantora comenta que o videoclipe “� um espet�culo � parte”. “A gente conseguiu unir tudo o que eu sou”, afirma. Ela aposta na mistura de “literatura, elementos regionais, cl�ssicos antigos e modernos, al�m de muita moda”.
Cabe at� Shakespeare no projeto de Juliette. “Ele � o meu maior �dolo, a gente fez uma releitura”. E garante: “Consegui passar a mensagem de uma forma original e muito bonita. Sou f� do clipe, ficou uma obra de arte.”
S�o muitas as refer�ncias nesse v�deo. Al�m de Shakespeare, uma outra � especial. “(O clipe) Come�a tocando p�fano dentro de um lugar como se fosse um casulo, refer�ncia a Zab� da Loca, musicista nordestina com hist�ria de resist�ncia e for�a”, pontua.
“Depois, a cortina sobe e todo mundo est� me observando, como se estivesse despida, � mostra, revelada ali”. Nesse momento, Juliette est� diante de elementos que fazem men��o aos haters, ao machismo, � xenofobia e ao preconceito que ela j� enfrentou. “Tudo isso me julgando, mas eu tentando seguir, muito firme, tendo que resistir, armada de tudo o que eu sou. O clipe � muito complexo e profundo.”
Juliette se sente lisonjeada ao ser comparada � cantora pernambucana Duda Beat. “� uma artista que admiro muito. � inevit�vel que a obra de Duda ou de artistas nordestinos t�o brilhantes quanto ela me influencie. Duda � uma refer�ncia para mim”, comenta.
A paraibana acredita que o sotaque nordestino das duas causou essa compara��o. “As pessoas n�o est�o acostumadas a escutar m�sica pop com sotaque”, observa.
Lan�ado o primeiro single, a cantora revela detalhes de seu novo disco, que vem sendo elaborado h� um ano e meio e entrou agora na fase de produ��o. Algumas can��es est�o prontas, enquanto “identidades visuais e outras coisas ainda est�o sendo constru�das”, diz ela.
A sonoridade ter� um pouco de tudo. Diversos elementos se alternam, mas estar�o conectados entre si. Podemos esperar pop, samba, pagode e funk na voz de Juliette. “Vou brincar com todos os ritmos que eu curto e gosto. Quero cantar da minha forma”, avisa ela.
Durante a conversa com o Estado de Minas, Juliette comentou que, naquele momento, se sentia inspirada por Alcione.
“Fui ao Pr�mio da M�sica (Brasileira, realizado em 31 de maio) e vi a hist�ria inteira da Alcione. Ela pode cantar o que quiser, mas � sempre a Alcione. Com as devidas propor��es e respeito, quero cantar e que as pessoas entendam que � a Juliette ali”, diz.
Tend�ncia mundial na cena da m�sica, a imagem � fundamental no projeto da ex-BBB. “Algumas faixas do �lbum ter�o visualizers e talvez tenhamos outros clipes. A gente s� est� decidindo as formas, vai ser tudo conectado”, adianta.
Tamb�m haver� a participa��o de outros artistas. “Acho que quatro feats bem variados, de diversos estilos, com pessoas com quem tenho conex�o”, ela deixa escapar.
O objetivo de Juliette � que as pessoas sintam o �lbum como um todo, degustando-o por partes. “A cada m�sica que escutarem, ter�o consci�ncia de que aquilo � um pedacinho de um projeto maior”, comenta ela.
Desafio
Consolidar a carreira como cantora � algo desafiador para esta advogada e maquiadora de 33 anos. Durante o “Big brother”, ela soltou a voz, fazendo com que can��es como “Deus me proteja”, de Chico Cesar, e “Dona Cila”, de Maria Gad�, ganhassem adeptos nas plataformas digitais. N�o deu outra: com o fim do reality, o p�blico quis continuar ouvindo aquele timbre suave.
Nesse processo, Juliette teve de se reinventar. “Foi tudo muito diferente, depois dos 32 anos reaprender uma profiss�o, uma rotina, um universo totalmente novo, com que eu nem sonhava. Todos os dias foram um aprendizado, uma li��o. Um erro, um acerto aqui, e a gente vai se adaptando”, afirma.
Ela jura que n�o chegou ao “BBB” com a inten��o de ser cantora. “Gostava de reality musical quando era crian�a, mas era um sonho muito adormecido. Sabe quando voc� � crian�a e sonha em ser astronauta, cantora, diva pop? Esse sonho ficou dormindo enquanto eu precisei acordar, estudar e trabalhar”, relembra.
Cantar durante o programa era uma forma de buscar companhia, diz ela. “Queria me conectar com o povo aqui de fora. Acabou que as pessoas se conectaram com a minha m�sica. Quando eu sa� (do “BBB”) e vi que j� me enxergavam como cantora, uma artista, fico emocionada. Viram o sonho que estava dentro de mim quando crian�a. Costumo dizer que viram a minha crian�a.”
Poucos meses depois da final do “BBB 21”, ela lan�ou EP com seis faixas. “Ele estava semipronto quando sa� do reality. Tinha algumas escolhas minhas, a equipe selecionou outras. Fiz o filtro final, alterei algumas coisas de ritmo, letra, sonoridade e a gente lan�ou”,conta.
Atualmente, Juliette v� aquele trabalho como algo “introspectivo”. “Eu estava um pouco fragilizada. Mas escuto o EP em um lugar de carinho, como se estivesse olhando para a Juliette machucada, um pouco mais fr�gil, tentando se encontrar e cantando como se fosse boia de salva��o. Parece que uma crian�a machucada canta ali”, comenta. “Hoje me empoderei, me sinto mais segura e canto com o peito aberto.”
A ex-BBB paraibana conquistou muitos f�s em Minas. No Spotify, por exemplo, Belo Horizonte aparece em terceiro lugar no ranking de seus ouvintes mensais, que somam quase 1 milh�o no total. Ela pede aos “cactos” mineiros (apelido dos f�s) que se empenhem em pedir shows de Juliette no estado.
“Pode aperrear o povo a� para me chamar – contratantes, prefeitura, governo, todo mundo. Quero conhecer cada pedacinho do Brasil e tenho carinho muito grande por Minas Gerais. Nesta fase da minha carreira, pretendo andar por mais lugares e conhecer mais pessoas e culturas, me conectar. � s� mandar me contratar que eu vou”, garante.
“SAI DA FRENTE”
Single de Juliette
Can��o de Carol Biazin, Paiva, Lucas Vaz Nave, Pump Killa e Nairo
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