J�lia Branco lan�a "Fim e come�o", primeiro single de seu segundo �lbum
Cantora e compositora mineira conta que d� mais peso � instrumenta��o nos arranjos e trata da passagem do tempo nas letras no novo disco, previsto para agosto
O novo disco de J�lia Branco tem 10 faixas, com produ��o de Ana Frango El�trico; h� uma releitura de Caetano Veloso e uma can��o in�dita de Arnaldo Antunes e M�rcia Xavier
Sillas H./Divulga��o
Com seu primeiro �lbum solo, "Soltar os cavalos" (2018), J�lia Branco causou rebuli�o: figurou nas listas de melhores do ano de jornais de circula��o nacional, ganhou pr�mio do BDMG Cultural e chamou a aten��o de nomes como Arnaldo Antunes e do incensado produtor Andr� Midani. Passados cinco anos, uma gravidez e a chegada da filha Cora, atualmente com 1 ano e 7 meses, a artista e a m�e se amalgamam para trazer � luz um novo trabalho.
O cart�o de visitas � o single "Fim e come�o", que acaba de chegar �s plataformas. Parceria com Siso, a m�sica prenuncia o novo disco, cujo nome Julia prefere n�o revelar ainda, mas que est� previsto para agosto, j� com todas as 10 faixas - nove can��es e uma introdu��o - finalizadas. Essa introdu��o, ali�s, traz uma "participa��o especial" de Cora.
Julia diz que o tempo � o assunto principal do novo trabalho, mas que a maternidade ocupa uma camada importante dentro das reflex�es propostas. "Tudo caminhou muito junto para mim. Aprovei o projeto de grava��o desse segundo �lbum solo no dia em que descobri que estava gr�vida", diz.
Ela explica que a gravidez e a pandemia influenciaram diretamente no processo de produ��o, que teve in�cio no come�o de 2021. O �lbum foi gravado no Est�dio 304, de Chico Neves, que produziu "Soltar os cavalos", mas, desta vez, a cantora e compositora acabou delegando a fun��o para a carioca Ana Frango El�trico.
Contexto de pandemia
"Trabalhar com Chico � maravilhoso, mas teve essa quest�o do tempo, entendemos que n�o daria para ele fazer. Para o primeiro disco, a gente ficou muito tempo em est�dio. Agora, nesse contexto de gravidez e de pandemia, ficou complexo conciliar as agendas", destaca J�lia.
Ele n�o produziu, mas de certa forma marcou presen�a no trabalho, em aspectos que v�o desde a escolha dos microfones para a grava��o at� pitacos nas composi��es, conforme diz J�lia. Ela conta que j� acompanhava com admira��o o trabalho de Ana Frango El�trico, que aceitou prontamente o convite para capitanear a feitura do �lbum.
O lan�amento de "Fim e come�o" marca a abertura de um novo cap�tulo, o encerramento de uma etapa e a renova��o de ciclos, segundo Julia. O novo �lbum tamb�m fala sobre encontrar um lugar. "O segundo disco traz sempre um desafio, um estigma. 'Soltar os cavalos' me abriu muitos caminhos, mas n�o quis, agora, fazer uma continua��o dele. Queria que fosse um disco em que eu pudesse experimentar outras coisas", diz.
Sonoridade dan�ante
Esse desejo passa, por exemplo, pela banda, formada principalmente por m�sicos do Rio de Janeiro, que Ana Frango El�trico aglutinou. Passa, tamb�m, pela sonoridade: "Fim e come�o" � uma m�sica dan�ante e, segundo a cantora, d�, em boa medida, o direcionamento do trabalho.
"Eu quis explorar mais a presen�a da banda, ent�o, sim, � um disco mais vibrante, mais para fora. 'Soltar os cavalos' era muito em cima da minha voz; ela continua tendo um protagonismo, mas dividindo a cena com a instrumenta��o. A gente tem chamado de pop elegante, o que acho que � um elemento do trabalho da Ana", ressalta.
Julia guardava como refer�ncia os discos de Marvin Gaye, mas o trabalho acabou tomando outros rumos. "Queria fazer um �lbum que soasse nost�lgico, que tivesse um calor de grava��o anal�gica, embora ele n�o tenha sido feito dessa forma." A artista chama a aten��o, tamb�m, para a quest�o geracional, o que se vincula com a ideia de tempo que o novo trabalho explora.
"Minha gera��o, os millennials, � a gera��o do entre, porque n�o est� no ambiente ultratecnol�gico da gera��o Z e tamb�m j� n�o tem o car�ter nost�lgico da gera��o anterior. A gente ter come�ado a divulga��o com 'Fim e come�o' tem a ver com o assunto, porque trata de um tempo que n�o se pode localizar com precis�o. A maternidade tamb�m traz esse lugar incerto, em que voc� n�o sabe muito bem onde est�", diz.
Das 10 faixas do �lbum, uma � releitura de uma m�sica de Caetano Veloso - que J�lia tamb�m prefere n�o revelar qual -, outra � uma in�dita de Arnaldo Antunes em parceria com M�rcia Xavier, e as demais s�o composi��es pr�prias, em parceria com nomes como Bruno Cosetino e Guilherme Lira.
O novo trabalho de J�lia n�o traz participa��es especiais, o que ela diz ter sido proposital, pois tem a ver com o fato de querer encontrar seu lugar e se afirmar nele, depois da trajet�ria bem-sucedida de "Soltar os cavalos". "� um disco muito feminino, o que tamb�m � uma marca do meu trabalho. Minha cria��o � misturada com a intimidade do que estou vivendo. Tem essa camada pessoal que sempre atravessa o que fa�o."
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