Quinteto de Sopros da Filarm�nica faz concerto especial neste domingo
Grupo quer seduzir o p�blico com pe�as mais simples e composi��es sofisticadas, fazendo duas sess�es gratuitas no Memorial Vale, hoje (2/7) de manh�
O quinteto � formado por C�ssia Lima (flauta, � esquerda), Adolfo Cabrerizo (fagote), Alexandre Barros (obo�), Marcus Julius Lander (clarinete) e Alma Maria Liebrecht (trompa)
Vin�cius Correia/divulga��o
Ao longo dos 10 anos em que apresenta concertos no formato de quinteto de sopros (flauta, obo�, clarinete, fagote e trompa) pela Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais, o clarinetista Marcus Julius Lander reparou que o p�blico tem enorme curiosidade em saber como os instrumentos funcionam e entender como ocorre a din�mica sem o regente.
“N�o � todo dia que as pessoas t�m a oportunidade de ver de perto um fagote ou uma trompa. Quando se assiste a uma sinfonia de 40 minutos, s�o 80 m�sicos tocando ao mesmo tempo. No concerto com grupos de c�mara, n�o. � diferente. S�o poucos instrumentos, e eles est�o ali o tempo todo em foco”, explica.
Esse tipo de apresenta��o ser� realizada gratuitamente neste domingo (2/7), no Memorial Minas Gerais Vale. O Quinteto de Sopros da Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais, formado por Lander, C�ssia Lima (flauta), Alexandre Barros (obo�), Adolfo Cabrerizo (fagote) e Alma Maria Liebrecht (trompa), abre a temporada 2023 do projeto Filarm�nica no Memorial – M�sica de C�mara. Haver� duas sess�es, �s 11h e �s 12h30.
At� dezembro, v�o se apresentar quarteto de cordas, grupo de percuss�o e os grupos de c�mara da Academia Filarm�nica, plataforma educacional da orquestra que prepara jovens talentos para o mercado de trabalho.
Para o concerto deste domingo, foram escolhidas obras de compositores que viveram no s�culo 20. Na abertura, os m�sicos interpretam “Antigas dan�as h�ngaras”, de Ferenc Farkas (1905-2000), natural da Hungria.
“Ele pega os instrumentos modernos para executar v�rios pequenos n�meros no estilo das dan�as h�ngaras antigas. Se voc� n�o falar a �poca em que o compositor nasceu, as pessoas pensam que est�o ouvindo uma pe�a de s�culos atr�s”, ressalta Lander.
Assim como melodias das tradicionais festas do pa�s europeu, “Antigas dan�as h�ngaras” � composta por variados movimentos. Na pe�a de Farkas, s�o cinco, progredindo da dan�a lenta at� o saltarello, melodias animadas acompanhadas por dan�as nas quais as pessoas pulam ao mesmo tempo em que batem os p�s.
Na sequ�ncia, o grupo interpreta “Su�te popular brasileira”, do maestro J�lio Medaglia; “O caminho do rei Ren�”, do compositor franc�s Darius Milhaud (1892-1970); e “Pequena oferenda musical”, do italiano Nino Rota (1911-1979).
A apresenta��o se encerra com “Quinteto em forma de choros”, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Pouco conhecida, a obra foi composta especialmente para quintetos de sopro, afastando-se das composi��es mais mel�dicas do autor, como “O trenzinho do caipira” e a s�rie “Bachianas brasileiras”.
“� um Villa-Lobos um pouco mais vanguarda”, diz Lander sobre “Quinteto em forma de choros”. “Musicalmente, � a pe�a mais desafiadora para a gente. Ela tem coisas que remetem ao choro, mas segue uma forma mais livre. N�o � igual a ouvir um chorinho, em que voc� consegue identificar todos os temas. As transi��es s�o mais dif�ceis de digerir”, explica o clarinetista, citando o momento em que trompa e obo� fazem um solo agudo, o que requer bastante pr�tica e sintonia entre os m�sicos.
Encerrar a programa��o com Villa-Lobos n�o foi escolha ao acaso. Por ser uma pe�a mais elaborada e de dif�cil entendimento – tanto para os m�sicos quanto para o p�blico –, a ideia � deixar as pessoas � vontade ao longo do concerto para que cheguem mais confort�veis ao final e n�o recebam com resist�ncia a pe�a do brasileiro.
'Quando estamos tocando em quinteto, � como se estiv�ssemos malhando determinado m�sculo, que vai ficar mais forte com o corpo todo, que � a orquestra inteira'
Marcus Julius Lander, clarinetista
Repert�rio ecl�tico
Desde 2013, quando passou a realizar com periodicidade concertos no formato de grupo de c�mara, os m�sicos tentam elaborar programas que transitem entre compositores renomados e suas obras importantes e outras pe�as mais simples e f�ceis de ouvir, para que o p�blico possa se identificar.
“Escolhemos pe�as que s�o verdadeiros desafios para a gente, porque, assim, n�s conseguimos superar as dificuldades e apresentar um �timo resultado. N�o s� nos concertos de c�mara, mas tamb�m quando estivermos tocando em formato de orquestra”, afirma Lander.
“Costumo comparar com os m�sculos. Quando estamos tocando em quinteto, � como se estiv�ssemos malhando determinado m�sculo, que vai ficar mais forte com o corpo todo, que � a orquestra inteira”, conclui.
QUINTETO DE SOPROS DA FILARM�NICA DE MG
• Neste domingo (2/7), �s 11h e �s 12h30, no Memorial Minas Gerais Vale (Pra�a da Liberdade, 640, Funcion�rios)
• Entrada franca • Informa��es: (31) 3308-4000
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