Nan�, a orix� da sabedoria, � uma das estrelas da pe�a que o Giramundo apresenta nesta sexta (14/7) e no s�bado (15/7)
S�o muitas as teorias para explicar a forma��o do mundo. Em “Os orix�s”, o Grupo Giramundo apresenta uma s�rie de mitos iorub�s que contam a hist�ria da cria��o da Terra e dos seres humanos por divindades africanas.
Em cartaz nesta sexta-feira (14/7) e s�bado (15/7), no Centro Cultural Unimed-BH Minas, a remontagem de “Os orix�s” resgata figuras importantes da cultura africana que foram silenciadas e marginalizadas ao desembarcarem no Brasil.
De pai para filha
Beatriz Apocalypse, diretora da companhia e filha de �lvaro, sempre participou dos projetos do grupo. Entrou para o Giramundo ainda adolescente e assumiu a assist�ncia de dire��o em 1998. Ela acompanhou o pai em todos os processos de cria��o de “Os orix�s”.
Na �poca, �lvaro buscou, por dois anos, a consultoria de um l�der religioso. A partir dessa viv�ncia, selecionou as lendas e hist�rias da trama. Em 2019, o espet�culo foi remontado com o texto original. Por�m, a trilha sonora mudou. Foi completamente refeita pelo cantor, compositor e instrumentista S�rgio Perer� com a proposta de agregar artistas negros mineiros � pe�a.
Alvaro Apocalypse, em 2001, com os bonecos que criou para a pe�a 'Os orix�s'
S�rgio comp�s a trilha, trazendo um pouco de cada regi�o da �frica para o Giramundo. Maur�cio Tizumba, Djonga, Fabiana Cozza, J�lia Tizumba e o pr�prio Perer� cantam em portugu�s, iorub� e bantu. Flautas de bambu, mbiras, ronrocos, tamas, recos e djembes est�o ao lado dos tambores rum, rumpi e l�.
“Os �udios s�o todos gravados em est�dio. Nossa ideia � dar maior protagonismo para os m�sicos locais. A participa��o do Djonga � muito legal, porque ele � filho de Ogum e interpreta esse personagem”, comenta Beatriz Apocalypse.
Videoproje��es ajudam o p�blico a compreender cada orix�. As imagens de fundo, criadas por Ulisses Tavares, trazem s�mbolos, cores, comidas e oferendas de acordo com os elementos ligados aos personagens em cena.
“Vamos apresentar uma vers�o muito especial de ‘Os orix�s’. Ao contr�rio do que algumas pessoas podem pensar, n�o tratamos de religiosidade. Nosso objetivo � mostrar ao p�blico a mitologia africana, que � t�o vasta e rica”, explica a diretora.
Exu, o astro da pe�a, na estreia de 'Os orix�s', em 2001
'Boneco nunca envelhece, quem envelhece � a gente. Cada espet�culo pode facilmente durar de 100 a 200 anos com o devido cuidado, restaura��o e boa manipula��o'
Beatriz Apocalypse, diretora do Giramundo
Exu: ponte entre o c�u e a terra
Ogum, Ians�, Iemanj�, Oxum e Catend� s�o algumas das divindades em cena. Exu ganha o maior destaque, pois, na g�nese do mundo, cumpre a miss�o de fazer a ponte entre o humano e o divino.
“Ele � um orix� malvisto por quem n�o entende a tradi��o. Papai quis Exu permeando a hist�ria para que as pessoas saibam um pouco mais sobre ele e sobre a energia dele”, explica Beatriz Apocalypse. “Com esse espet�culo, a gente quer instruir as pessoas. O p�blico vai conhecer hist�rias importantes que fazem parte da forma��o da nossa cultura”.
A apresenta��o faz parte do Festbom – Festival de Bonecos Giramundo, retrospectiva dos 50 anos da companhia. A temporada mineira inclui Montes Claros, Pouso Alegre, Juiz de Fora, Divin�polis e Governador Valadares, al�m de BH, com 12 sess�es.
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Em 28 e 29 de julho, o Giramundo apresentar� “Cobra Norato”, que estreou em 1975 e h� 15 anos n�o � encenado na capital. Cerca de 60 bonecos interpretam o poema de Raul Bopp, marco do Modernismo. Explorando mitos aqu�ticos amaz�nicos, pe�a e versos permanecem atuais.
Beatriz afirma que a atemporalidade das montagens do Giramundo se deve ao zelo do grupo na sele��o de temas e na constru��o dos roteiros. “Boneco nunca envelhece, quem envelhece � a gente. Cada espet�culo pode facilmente durar de 100 a 200 anos com o devido cuidado, restaura��o e boa manipula��o”, garante a herdeira de Alvaro Apocalypse.
“OS ORIX�S”
Espet�culo do Grupo Giramundo. Nesta sexta-feira (14/7), �s 20h, e s�bado (15/7), �s 19h, no Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), no site Eventim.
* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
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