Blur volta em grande forma com "The ballad of Darren"

 

Em 10 faixas in�ditas, o Blur proporciona ao p�blico a possibilidade de voltar para um tempo n�o t�o distante. A m�sica remete a todos os trabalhos anteriores da banda brit�nica, mas n�o em um car�ter de comodidade. O Blur se encontra atualmente em um v�cuo muito proveitoso. Muitos daqueles que dividiram os palcos com eles nos anos 1990 n�o est�o mais na ativa ou vivem do passado, e esse novo �lbum foi a prova final de que o grupo soube aproveitar o pr�prio tempo, mas n�o ficou parado por l�.

 

As m�sicas, na maioria, s�o baladas, como o pr�prio nome do disco j� avisa. Damon Albarn, com a voz caracter�stica que tem, � acompanhado de um instrumental que, por vezes, � on�rico, mas tamb�m ganha nuances “p� no ch�o”. Ainda h� todo o apelo pop que fez do Blur o que �, mas a maturidade dos mais de 50 anos de idade dos integrantes entrega um outro car�ter, que talvez n�o seja in�dito, mas com certeza faz lembrar o motivo da banda ainda ser o maior nome de lineups de festivais do mundo inteiro, mesmo depois de mais de 30 anos de estrada.

 

 

A melancolia de faixas como “The everglades (for Leonard)”, “Goodbye Albert”, “Far away island” e “The heights” � contraposta pela emo��o de m�sicas como “Barbaric”, “The narcissist” e “St. Charles square”.

 

O melhor do Blur est� de volta, em uma roupagem mais classuda, mesmo que seja quase imposs�vel imagin�-los se apresentando de terno em um palco com o p�blico sentado. A classe vem da experi�ncia, do fato de que a m�sica j� n�o � mais a mesma, mas eles conseguem relembrar de forma atual o que era bom no passado.

 

A impress�o ap�s ouvir os 36 minutos de disco � de reencontro. Parece que um som t�o importante estava escondido e, como em um passe de m�gica, o Blur foi capaz de traz�-lo de volta � superf�cie. N�o existe a palavra saudade na l�ngua inglesa, mas o grupo ajudou a mat�-la com letras em ingl�s.

 

A Inglaterra sempre foi celeiro de talentos no quesito bandas. Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd e The Who s�o alguns dos maiores nomes da hist�ria do rock e �cones de como o mundo entende a m�sica brit�nica. Por�m, a gera��o dos anos 1990 se encontrou em um car�ter mais pop do rock n’roll e come�ou o movimento de muito sucesso chamado britpop. 

 

Extremamente populares, dois nomes se destacaram muito na cena e promoveram guerra no topo das paradas do Reino Unido: Blur e Oasis. Outros nomes, como Suede, Pulp e The Verve tamb�m chamaram a aten��o, mas sem a mesma profus�o de hits.

 

A sonoridade � um rock sem a necessidade das distor��es de guitarra, apesar de at� utiliz�-las, �s vezes. O som � “limpo”, resposta ao tremendo apelo que tinha o grunge norte-americano dos tempos de Nirvana. O britpop � mais deglut�vel para o p�blico e, talvez, seja uma das principais refer�ncias para bandas de sucesso at� a atualidade, caso de Snow Patrol, Coldplay e at� dos norte-americanos do The Killers.

 

Entretanto, nada dura para sempre, principalmente no vol�til mundo da m�sica. Os anos passaram e as bandas ficaram pelo caminho. O golpe final no movimento foi a separa��o do Oasis, quando as brigas entre os irm�os Noel e Liam Gallagher impediram que a banda tivesse vida longa nos anos 2000. O an�ncio do fim veio em 2009.

 

O Blur, por outro lado, permaneceu vivo. Este � o segundo �lbum que lan�am desde o fim do Oasis. Contudo, a produtividade diminuiu muito, visto que o projeto paralelo de Damon Albarn, o Gorillaz, alcan�ou um patamar que, para muitos, � mais alto que o do pr�prio Blur. 

 

O hiato de oito anos quebrado agora com o lan�amento de “The ballad of Darren” parece longo, mas o anterior foi maior. Entre o disco “Think tank”, de 2003, e “The magic whip”, de 2015, foram 12 anos.

 

Toda a espera vale a pena, afinal, o Blur n�o s� consegue manter o britpop vivo nos tempos de TikTok, como tamb�m prova que ainda h� relev�ncia e possibilidades dentro do rock brit�nico, respons�vel pelo amor por m�sica de tantas pessoas pelo mundo.

. �lbum do Blur

. Parlophone (10 faixas)

. Dispon�vel nas plataformas digitais