Artista independente, Paulinho Pedra Azul lan�a CD com 40 anos de cantoria
Cantor e compositor constr�i sua carreira � margem do streaming e de gravadoras. �lbum duplo com 40 faixas traz can��es 'lado B' e o hit 'Jardim da fantasia'
'Fiz tudo sozinho e com grana pr�pria', diz Paulinho Pedra Azul, sobre o CD duplo '40 anos de cantoria'
Ludmila Loureiro/divulga��o
'O pessoal anda falando que CD n�o vende, mas n�o acredito nisso. Vale a pena, por causa do encarte. A pessoa pode folhe�-lo ou at� mesmo colecionar. Creio nessas coisas ainda'
Paulinho Pedra Azul, cantor e compositor
“Se tivesse de voltar no tempo, faria tudo de novo”. Quem garante isso � Paulinho Pedra Azul, que soma quatro d�cadas de carreira. O cantor, compositor, escritor e artista pl�stico gravou 30 discos, pintou cerca de 200 telas, escreveu 17 livros. Calcula ter 1 mil can��es in�ditas guardadas na gaveta, al�m de 2 mil poemas e letras. Artista independente, 69 anos de idade, Paulinho vai � luta: vende CDs f�sicos em shows e produz os pr�prios �lbuns, mesmo que leve um bom tempo para conclu�-los.
O novo lan�amento, o �lbum duplo “Paulinho Pedra Azul – 40 anos de cantoria”, n�o estar� nas plataformas. Saiu apenas o CD f�sico. Trata-se do “lado B” de sua trajet�ria, embora n�o falte “Jardim da fantasia”, o cl�ssico do repert�rio do mineiro, com o refr�o “Bem te vi, bem te vi/ andar por um jardim em flor/ chamando os bichos de amor”.
Estreia com orquestra
“Hino” dos barzinhos, esta can��o batizou o �lbum de estreia dele, lan�ado pela RCA Victor em 1982. Paulinho diz que teve o prazer de contar com 40 m�sicos – vinte cordas da Orquestra Sinf�nica de S�o Paulo e vinte instrumentistas de base. Os arranjos ficaram a cargo de Wagner Tiso – com quem, ali�s, gravou um belo CD dedicado � obra de Godofredo Guedes, em 2000.
No LP de estreia tocaram as “feras” do instrumental Claudio Bertrami (baixo), Chico Medori (bateria), Heraldo do Monte (guitarra) e Wagner Tiso (piano). “Foi algo �mpar. Acabou que ele me deu dois pr�mios: um como cantor revela��o e outro como melhor disco do ano. Foi uma surpresa”, relembra.
“Jardim da fantasia” abriu caminhos. “Gravei o que queria e da forma como queria. Na �poca, tinha entre 26 e 27 anos. Em seguida, parti para o segundo �lbum, 'Uma janela dentro dos meus olhos'. A partir dali fui fazendo discos independentes”, diz.
• Veja Paulinho Pedra Azul cantando 'Jardim da fantasia" no programa "Sr.Brasil':
Na colet�nea “40 anos de cantoria”, ele reuniu grava��es “lado B” que marcaram sua trajet�ria. “Fui juntando vinis e CDs, recolhendo as m�sicas. Quando chegou no final, havia selecionado 50 can��es”, diz. Decidiu reduzir a sele��o para 20 m�sicas e depois para 40.
“Comecei com o lado que era surpresa at� para mim, aquelas que eu s� escutava de vez em quando. Havia m�sicas ali que n�o ouvia h� mais de cinco anos. Escutava e pensava: isso � legal, atual, o tema e o arranjo tamb�m.”
Todas as letras s�o dele, parceiro de Geraldo Alvarenga, Toninho Horta, Marcelo Drummond, Marcelo Giran, Maurinho Rodrigues e Paulo Henrique. O �lbum traz contribui��es de Toninho Horta, Juarez Moreira, Lincoln Cheib, Eduardo Delgado, Jairo Lara, Miltinho, Cliff Korman, Jos� Namen e Gilvan de Oliveira, entre outros.
O novo trabalho levou dois anos para ser conclu�do. “Fiz tudo sozinho e com grana pr�pria. Fui para o est�dio Bemol e remasterizei com o Ricardo Cheib. Ficou um �lbum duplo legal, com encarte e capa tripla. Neste momento, estou lan�ando apenas o CD f�sico – por enquanto, n�o vou colocar as m�sicas no streaming”, afirma.
H� quem garanta que o CD “morreu”. Paulinho discorda. Faz de quatro a seis shows por m�s, boa parte deles no interior de Minas, e leva discos para vender. “A venda varia bastante, porque depende do tamanho da cidade, do teatro ou do local. Vendo bem. Fiz 1 mil c�pias da colet�nea e vendi 250 apenas em uma noite”, conta.
“O pessoal anda falando que CD n�o vende, mas n�o acredito nisso. Vale a pena, por causa do encarte. A pessoa pode folhe�-lo ou at� mesmo colecionar. Creio nessas coisas ainda”.
Streaming n�o � com Paulinho. “Se fizer, n�o consigo vender nem um CD sequer”, explica, contando que recebeu, no m�s passado, R$ 0,37 por seus cinco �lbuns enviados �s plataformas pelas gravadoras Velas e RCA Victor. “Isso no mundo todo”, diz.
O mineiro garante que n�o est� na contram�o ao insistir no disco f�sico. “Estou na mesma m�o que venho seguindo h� anos. Meu caminho sempre foi esse e deu certo. A constru��o da minha carreira foi um pouco diferente das outras. Pode ser que l� na frente coloque a colet�nea nas plataformas, por�m tenho de ter um motivo para isso. De repente, colocar de duas em duas faixas, vamos ver.”
Paulinho conta que a agenda est� cheia. “Aproveito os shows para divulgar e vender meus CDs. Penso at� em fazer um vinil com capa tripla. Vinil � muito caro e preciso de um projeto na lei (de incentivo cultural) ou algu�m para bancar”, afirma. “No ano que vem, quero gravar coisas novas, pois tenho quase 140 parceiros e mais de 1 mil in�ditas prontas.”
Paix�o por livros
Al�m da m�sica, ele tem a literatura. “No m�s que vem, sair� um livro meu para crian�as. A Gulliver comprou o direito dos quatro livros que fiz na Editora L� e est� se preparando para lan�ar 'Soltando os bichos' em outubro. Querem outro livro com as aventuras da minha vida como m�sico”, conta.
Trabalhar � o lema, seja na m�sica, na literatura ou pintura. “O caminho � �rduo, mas a gente consegue realizar sonhos imposs�veis”, garante Paulinho Pedra Azul.
16/09/2023 04:00
- atualizado 16/09/2023 00:46
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