M�rcio Borges, fundador do Clube da Esquina, revela sua alma sinf�nica

O projeto Concertos no Parque apresenta neste domingo (24/9), �s 10h30, no Parque Municipal Am�rico Renn� Giannetti, no Centro de BH, a obra sinf�nica “Su�te do cigano”, de M�rcio Borges em parceria com a maestrina Claudia Cimbleris. 

O concerto da Orquestra Sinf�nica de Minas Gerais, sob reg�ncia do maestro convidado Marcelo Ramos, marca a estreia de um dos fundadores do Clube da Esquina na m�sica cl�ssica.

M�rcio explica que nove pe�as que se interligam atrav�s da su�te. “Na verdade, s�o nove momentos do cigano que contam o encontro dele com o poeta.” O letrista diz que a ideia surgiu durante o per�odo pand�mico.

“Ganhei de presente do meu filho Z� Roberto um aplicativo para escrever partituras. Resolvi escrever de brincadeira, como passatempo, e foi assim que come�ou a hist�ria. Fui me aprofundando na escrita, vendo como a coisa funcionava e experimentando os efeitos do MP3. Minha mulher (Cl�udia Brand�o) gostou e sugeriu que mostr�ssemos para Claudia Cimbleris”, relembra.

E o resultado? “At� pensei que Claudia fosse achar rid�culo, porque n�o sei escrever partitura, mas foi ao contr�rio. Soava muito bonito, com melodias e orquestra��o.” Cimbleris, por sua vez, avisou ao letrista: “Vou ter um trabalho danado para transformar isso em uma pauta de verdade, mas o resultado ser� legal, porque a ideia original � boa”.

 

 

M�rcio, que nunca fez curso de m�sica, usou a intui��o para criar “Su�te do cigano”. “Fui escrevendo coisas pelo instinto, quando as m�sicas come�aram a ilustrar uma hist�ria em minha cabe�a. Era de uma entidade n�o material que se identificava como um cigano, que se comunicava com o poeta e lhe dava o conte�do daquilo que ele queria escrever. Embarcamos nessa hist�ria e Cimbleris foi aprimorando aquilo que eu escrevia.”

O artista ressalta que o trabalho de Claudia Cimbleris foi transformar aquela escrita em algo que pudesse ser lido e regido por um maestro. “Ela foi absolutamente fiel �s minhas ideias, sendo que as melodias foram criadas por mim, assim como as harmonias tamb�m foram sugeridas por mim. Ela as colocou nos instrumentos certos e nas horas certas. O trabalho dela foi maravilhoso”, elogia. Segundo o compositor, a parceira “transformou o caos em algo ordenado”.

 

A maestrina Claudia Cimbleris explica que M�rcio criou uma hist�ria e foi compondo em cima daquilo. “Ao ver (a composi��o), consegui vislumbrar que havia algo que poderia mant�-la intacta, mas, ao mesmo tempo, tinha que transformar tudo... Posso dizer que talvez tenha sido o trabalho mais dif�cil que j� peguei, porque decidi que queria fazer tudo, por�m sem mexer em nada, somente valorizando um tema ou alguma coisa qualquer. E foi assim que surgiu essa obra sinf�nica”, ressalta Cimbleris.

M�rcio Borges “tem alma sinf�nica”, diz Cimbleris. Ela conta que buscou formas de conduzir a obra de Borges, mas sem modific�-la.

 

“Demorei nove meses para concluir. Refletia sobre tudo, pois queria que ele (Borges) se reconhecesse o tempo todo. Na verdade, eu achei a ess�ncia do que ele queria escrever e n�o conseguia. S�o nove pe�as e cerca de 40 m�sicas, sendo que a partitura tem 206 p�ginas”, diz Claudia.

 

 

Regente convidado, o maestro Marcelo Ramos esclarece que “Su�te do cigano” n�o est� atrelada ao Clube da Esquina. “M�rcio Borges comp�s uma obra tonal, n�o do tipo experimental, contempor�neo, pois cont�m melodia e harmonias muito claras. � uma su�te em nove movimentos com uma hist�ria por tr�s. � a primeira experi�ncia dele nesse territ�rio. Achei impressionante, pois comp�s uma obra desse tamanho sem ter feito nada nessa �rea. E ficou muito bonito”, garante.

Neste domingo (24/9), �s 10h30, no Parque Municipal Am�rico Renn� Giannetti (Avenida Afonso Pena, Centro). Entrada gratuita. Informa��es: (31) 3236-7400