Tim Bernardes diz que, a cada show, 'a energia da combina��o de pessoas na plateia gera novo clima'
Marco Lafer/Isabela VDD/divulga��o
'Tento fazer m�sicas que condensam as coisas dif�ceis de comunicar'
Tim Bernardes, cantor e compositor
Na manh� da �ltima ter�a-feira (19/9), Tim Bernardes estava ansioso. Acordou para acompanhar a divulga��o das indica��es ao Grammy Latino 2023, mas era t�o cedo que acabou voltando a dormir. Quando se levantou, viu seu nome na lista dos cinco nomeados na categoria de melhor �lbum de m�sica popular brasileira.
Com o disco solo “Mil coisas invis�veis”, Tim, de 32 anos, concorre com os veteranos Djavan, de 74, e Jo�o Donato, que morreu em julho, aos 88.
“� um disco que fiz muito para mim, no sentido de que eu gostasse do som sem me preocupar com as conven��es. Tem letras supercompridas. O que mais me deixa feliz � fazer um disco sincero, de cora��o, que atinge o p�blico e tantas outras coisas bacanas”, afirma.
A felicidade n�o termina a�. “� demais estar junto de quem fez parte da minha forma��o musical”, comenta, referindo-se a Djavan e Donato, candidatos ao Grammy Latino com os �lbuns “D” e “Serotonina”, respectivamente.
A turn� de Tim estreou no Rio de Janeiro, em agosto de 2022. Em novembro, ele se apresentou no Cine Theatro Brasil Vallourec, em BH. Tim volta � cidade neste domingo (24/9) para cantar – de gra�a – no Pal�cio das Artes, como convidado do Festival Os Sons do Brasil. S�o 1,7 mil ingressos, que come�am a ser distribu�dos ao meio-dia desta sexta (22/9), na bilheteria do teatro e no site Eventim.
O m�sico n�o se preocupa em “repetir a dose” em BH. Garante que shows nunca s�o os mesmos, pois a energia da combina��o de pessoas na plateia sempre gera novo clima.
“No ciclo de um �lbum, reparo que ele vai organicamente chegando em pessoas diferentes. N�o tem essa sensa��o de repeti��o. Ser� uma oportunidade muito legal e rara de poder fazer o show num teatro bonit�o, de gra�a”, comenta.
O palco � s� dele
Sozinho no palco, Tim se reveza entre viol�o, piano e guitarra. Para ele, as composi��es ser�o as verdadeiras protagonistas da noite. “Tenho gostado muito de fazer esse formato, porque a letra e a voz ficam em primeiro plano. Tem muita conex�o das pessoas com o conte�do das letras e com a express�o da voz. �s vezes, acaba sendo mais ‘porrada’ do que show com banda”, comenta.
Tim Bernardes iniciou a carreira na seara do indie e do rock, mas, com o passar dos anos, se estabeleceu como um dos expoentes da m�sica popular brasileira de sua gera��o. Comp�s para Gal Costa, Jards Macal� e Tom Z�.
Com 15 faixas, “Mil coisas invis�veis” � o sexto disco dele, que lan�ou outros quatro trabalhos com a banda O Terno. Tim garante: o grupo n�o acabou e pretende voltar com os shows antes de embarcar em novo �lbum.
Ao comentar o �lbum solo que pode lhe dar o Grammy Latino, revela: “Foi o primeiro disco em que, durante o processo de produ��o, eu j� estava em mais evid�ncia, com mais olhos voltados para mim. Nesse sentido, foi um pouco mais dif�cil. No fim, meu filtro foi fazer coisas que gosto de ouvir”, afirma.
Tim conta que procurou criar um �lbum com letras ecl�ticas, fugindo de tem�ticas espec�ficas. Por�m, ele acabou percebendo que uma esp�cie de universo c�smico perpassa todas as can��es do repert�rio.
“N�o queria um disco conceitual, tentei fazer algo mais leve. Mas, no fim, acho que tem 'super' uma tem�tica. Tem um deslumbramento com a realidade, um acordar. � um disco mais m�stico.”
Dizendo-se um autor de can��es, revela: “Gosto de escrever e vejo o processo como possibilidade liter�ria.” Leitor de Jung e do cl�ssico chin�s “Tao Te Ching”, de Lao Ts�, o m�sico vai aos livros para entender melhor os pr�prios sentimentos.
“Leio para descobrir o que estou sentindo e n�o sei expressar. Fico sempre atento �s coisas que est�o me tocando em um lugar mais relevante e tento traduzir esses sentimentos em can��o”, observa.
De acordo com ele, "Mil coisas invis�veis" ficou "bastante ensa�stico". E explica: "O �lbum tem v�rias autorreflex�es metaf�sicas. Tento fazer m�sicas que condensam as coisas dif�ceis de comunicar que eu sinto em algo que gosto de ouvir”.
TIM BERNARDES
Neste domingo (24/9), �s 20h, no Pal�cio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca. Retirada de ingressos a partir das 12h de hoje (22/9), na bilheteria do teatro ou no site Eventim
OUTRAS ATRA��ES DO FESTIVAL
O Festival Os Sons do Brasil come�a s�bado (23/9), �s 11h, no Memorial Minas Gerais Vale, na Pra�a da Liberdade, com o cantor Claudio Nucci, ex-Boca Livre, apresentando o show “Direto no cora��o”. Ele comemora 40 anos de carreira.
�s 15h, a cantora Aline Paes e o grupo Bodesom homenageiam Gal Costa. Os dois espet�culos t�m entrada franca e n�o � necess�rio retirar ingressos previamente.
Claudio Nucci comemora seus 40 anos de estrada, s�bado (23/9), no Memorial Minas Gerais
Raphael Pinheiro/divulga��o
Tamb�m no s�bado, no Pal�cio da Liberdade, o grupo Acau� Ranne & Os Cria faz show �s 16h, seguido do Afrocidade, �s 18h30. Ingressos devem ser retirados a partir do meio-dia desta sexta (22/9), no site Sympla.
No domingo (24/9), tem divers�o para as crian�as: “MPBaixinhos”, �s 11h, no Pal�cio das Artes. �s 15h, no mesmo palco, Chris Cordeiro e Projeto Xote das Meninas convidam Anast�cia para a “tarde dan�ante”. Ingressos gratuitos para estes dois eventos tamb�m devem ser retirados a partir desta sexta, ao meio-dia, no site Eventim.
* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
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