A banda Pata Fu

Xande Tamietti, John Ulhoa, Fernanda Takai, Ricardo Koctus e Richard Neves, que formam o Pato Fu, apontaram suas m�sicas favoritas; composi��es dos tr�s primeiros �lbuns dominam

Andr� Greco/Divulga��o
“Tem sido diferente de qualquer outra coisa que a gente j� fez.” � assim que John Ulhoa, guitarrista, vocalista e principal compositor do Pato Fu, sintetiza a turn� comemorativa de 30 anos da banda, que estreou em julho passado, em Porto Alegre, e chega agora a BH, em �nica apresenta��o, neste s�bado (7/10), no Grande Teatro do Pal�cio das Artes.

Essa “diferen�a” reside, sobretudo, no fato de que os integrantes se permitiram selecionar para o repert�rio m�sicas de sua predile��o, sem se importar muito em fazer uma retrospectiva ancorada nos sucessos de carreira. Eles est�o presentes – “Can��o pra voc� viver mais”, “Sobre o tempo” e a vers�o de “Ando meio desligado”, dos Mutantes, por exemplo, comp�em o roteiro –, mas o lado B do grupo prevalece.

John considera que “Pato Fu 30”, como foi batizada a turn�, tem algo de pitoresco. Ele diz que a banda est� acostumada com a rea��o efusiva da plateia diante das m�sicas mais conhecidas ou mesmo daquelas que, sendo de uma lavra recente, j� est�o na “mem�ria fresca” das pessoas. A surpresa, diz, est� na recep��o igualmente efusiva de um repert�rio que n�o segue a receita usualmente empregada.

“Pegamos m�sicas que a gente se lembrava que eram muito legais, dos primeiros discos, quando a gente tinha poucos hits, e a rea��o tem sido incr�vel. Quando a gente toca 'Gol de quem?', que � um punk rock, olho, e as pessoas na plateia est�o chorando. Depois, elas comentam que nunca achavam que iam ouvir ao vivo esta ou aquela m�sica que a gente escolheu.”
 
 

Cada cabe�a, uma lista

Cada integrante fez sua lista de can��es preferidas, e muitas remontam aos tr�s primeiros �lbuns, “Rotomusic de liquidificapum” (1993), “Gol de quem?” (1995) e “Tem mas acabou” (1996). Contou tamb�m para esta turn�, o desejo de focar na performance de palco, de acordo com John.

“Quando o Pato Fu foi inventado, uma das coisas que quer�amos � que o show fosse muito legal de se ver, antes mesmo de pensar se em algum momento ter�amos um hit tocando nas r�dios. As m�sicas do 'Rotomusic' s�o esquisitas, cheias de mudan�as de ritmo, de timbre, e voc� n�o fica indiferente a esse tipo de som”, diz.

Trata-se de um show que exp�e o lado mais pesado da banda, por diferentes raz�es, segundo o guitarrista. “Temos muitas m�sicas com peso mesmo, em termos sonoros, mas isso tamb�m se expressa na l�rica, o que vem acentuado no novo disco”, diz, referindo-se a “30”, lan�ado em mar�o.
 

A rea��o tem sido incr�vel. Quando a gente toca 'Gol de quem?', que � um punk rock, olho, e as pessoas na plateia est�o chorando. Depois, elas comentam que nunca achavam que iam ouvir ao vivo esta ou aquela m�sica que a gente escolheu

John Ulhoa, compositor

 

“Ele reflete um pouco o tempo que a gente andou vivendo, com a coisa toda agravada pela pandemia. Boa parte do �lbum foi composta nesse per�odo, o que deu essa caracter�stica de certo peso nas letras”, comenta. 

“A m�sica do Pato Fu � o que a gente �. Gosto de muitas coisas diferentes. N�o somos uma banda de metal, n�o somos 100% pop e tamb�m n�o somos da m�sica eletr�nica, mas isso tudo est� presente, � uma mistura”, diz. Ele ressalta que o pr�prio t�tulo do primeiro �lbum dizia respeito a essa indefini��o ao mesmo tempo calculada e natural.

“Mesmo o nome Pato Fu nos d� um �libi para fazer qualquer coisa. Sab�amos o que quer�amos fazer, desde o primeiro disco e em todos os outros. Nos shows e nos discos, gostamos de aproximar as m�sicas pelo contraste, e n�o fazer um bloco de m�sicas com pegada pop, outro de rom�nticas e outro com as mais pesadas. Mesmo no auge das gravadoras, com aquela f�rmula da m�sica de trabalho, do clipe, a gente gravava uma e a seguinte n�o tinha nada a ver, era completamente diferente”, lembra.

Ele acredita que, ainda hoje, � exatamente isso o que os f�s do Pato Fu esperam. 
 
“30”, o disco mais recente da banda, vai ganhar nos pr�ximos dias uma edi��o em vinil. Est� a caminho o clipe de “Fique onde eu possa te ver”, uma das faixas do disco. At� o fim do ano, um novo disco, atualmente em fase de mixagem, deve ser lan�ado.

“PATO FU 30 ANOS”

Show neste s�bado (7/10), �s 21h, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos para plateia 1 a R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia), para plateia 2 a R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia), para plateia superior A (fileiras de A a E) a R$ 130 (inteira) e R$ 65 (meia) e para plateia superior B (fileiras de F a J) a R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia).