Com estruturas como uma lua gigante e um corpo met�lico espalhados pela arena, o artista se mexeu durante toda a apresenta��o
The Weeknd mostrou seu espet�culo futurista em S�o Paulo depois de se apresentar no Rio de Janeiro, h� tr�s dias, no est�dio Nilton Santos. O astro pop volta a se apresentar no Allianz Parque nesta quarta-feira (11/10).
Na contram�o do que outros artistas do pop t�m feito, como Rosal�a, The Weeknd foi mostrado apenas em um tel�o pequeno, posicionado na lateral do palco, enquanto o show da cantora espanhola � filmado como uma esp�cie de plano-sequ�ncia exibido ao vivo enquanto ela canta.
Se para quem estava na pista foi dif�cil acompanhar as andan�as de The Weeknd, demorou exatamente uma hora para que ele exibisse o rosto. No palco, o cantor se apresentou como uma figura de outro planeta, com um dos bra�os revestido por uma cobertura prateada e um capacete no estilo Daft Punk.
Ele entrou no palco �s 20h45, com 15 minutos de atraso, e emendou mais de 40 m�sicas em cerca de duas horas de apresenta��o. O show foi corrido e fluido, com can��es cortadas ou tendo s� o refr�o cantado.
Mas, diferentemente dos shows de trap, em que as m�sicas tradicionalmente s�o cortadas pelo meio, The Weeknd costurou umas nas outras sem tempo para respiro. Estrela do pop com um p� no R&B e outro num synthpop recauchutado dos anos 1980, ele foi acompanhado por uma banda de baixo, teclado e bateria.
O repert�rio era centrado na �ltima d�cada de sua carreira, quando ele foi al�ado � fama a partir do �lbum "Beauty Behind the Madness", de 2015. The Weeknd entrou no palco ao som de "La Fama", can��o de Rosal�a da qual ele participa, e emendou duas do disco "Starboy", de 2016 —"False Alarm" e "Party Monster".
Depois, puxou uma sequ�ncia de "Dawn FM", seu trabalho mais recente, de 2022 –"Take my Breath", "Sacrifice" e "How Do I Make You Love Me?". "Can't Feel my Face", um de seus maiores hits, veio em seguida, colocando a plateia de dezenas de milhares de pessoas para pular.
A apresenta��o mesclou indiscriminadamente faixas de toda a carreira do canadense, entremeadas por cita��es de colabora��es dele em m�sicas alheias. Foi o caso de "Hurricane", de Kanye West, "Low Life", de Future, "Circus Maximus", de Travis Scott, "Creepin'", de Metro Boomin, e e "Moph to a Flame", do Swedish House Mafia.
The Weeknd no palco n�o chamou aten��o pela t�cnica vocal, mas entregou os agudos tremidos que s�o sua marca e distribuiu carisma. Citou S�o Paulo em trechos de letras e repetiu que ama a cidade e seus f�s entre as performances.
Na primeira hora, o show foi mais guiado pela cenografia, que ainda teve dan�arinos –na verdade, pessoas vestidas de branco andando pelo palco extenso. Com o cantor de capacete, a rela��o com o p�blico foi mais fria.
J� a reta final foi mais quente e contou com uma concentra��o maior de hits. Ele j� havia espalhado "Starboy", "Heartless" e "Reminder" pelo setlist, mas o show pegou fogo mesmo a partir da sequ�ncia com "Faith" e a faixa-t�tulo do �lbum "After Hours", de 2020.
O artista puxou "Earned It", "In the Night" e "Love me Harder" antes de dizer que "Out of Time", cantada em seguida, era sua favorita do disco mais recente. Cantou o hit no meio da plateia, colocando o microfone na boca do p�blico para que os f�s completassem os versos da letra.
Musicalmente, The Weeknd soou menos interessante ao vivo do que em est�dio. Os graves estavam t�o altos que cobriram os outros instrumentos, o que prejudicou as nuances do ritmo dadas pela bateria e as harmonias da guitarra. Soou tudo como uma ma�aroca maci�a.
A plateia tamb�m n�o foi das mais barulhentas. Cantou alto os refr�es de "I Feel it Coming" e "Call Out my Name", "Save Your Tears" e "Blinding Lights", mas ficou mexendo no celular ou conversando em tantas outras, principalmente as m�sicas da trilogia de mixtapes que o revelaram em 2011, que causaram pouca como��o.
Mas essa indiferen�a n�o foi suficiente para derrubar o show. Isso porque, para cada m�sica menos celebrada que ele cantou, tinha outros dois ou tr�s hits para compensar, comprovando a espera e a badala��o em torno do seu nome.
Al�m disso, as performances duraram t�o pouco que n�o dava tempo de ficar entediado. Isso serviu tamb�m para os momentos mais animados, encerrados t�o rapidamente que n�o dava tempo de curti-los integralmente.
Ficou a impress�o de um show apressado, mesmo com com mais de duas horas, o que dialoga com um p�blico cujo tempo de aten��o tem a dura��o de um v�deo do TikTok. De certa forma, casou com a plateia, que em muitos momentos preferiu filmar o cantor –ou se filmar curtindo a apresenta��o– do que de fato pular ou cantar junto do m�sico.
*Para comentar, fa�a seu login ou assine