� imposs�vel n�o se emocionar vendo a luta de Rebecca, protagonista do filme ‘As polacas’, com dire��o de Jo�o Jardim. O longa, que estreou nessa ter�a-feira (10/10), no Festival do Rio, conta a hist�ria de mulheres judias que chegaram ao Brasil durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1919) e acabavam tendo de se prostituir. Rebecca � vivida por Valentina Herszage. A atriz, de 25 anos, � um dos principais nomes do evento, fazendo parte de tr�s filmes da programa��o.
Em ‘As polacas’, Valentina vive um papel diferente de todos que j� interpretou: ela � uma m�e. Com cenas fortes, que incluem abuso sexual, viol�ncia f�sica e psicol�gica, a atriz entrega a emo��o necess�ria para envolver o p�blico com a hist�ria. Mas o talento vai al�m: em v�rias cenas, Valentina solta a voz e mostra a que veio.
Al�m de ‘As polacas’, outro filme da atriz que acabou de ser lan�ado foi ‘O mensageiro’. Com dire��o de L�cia Murat, o longa retrata os anos de chumbo da ditadura militar no Brasil (1964-1985), por meio da rela��o entre a m�e de uma presa e um soldado, mostrando a possibilidade de di�logo entre pessoas em situa��es opostas.
Valentina d� vida a Vera, a estudante que quer mudar o mundo, mas acaba sendo presa pelo ex�rcito brasileiro e sofre na pris�o. Em cenas de flashback, d� para conhecer um pouco mais sobre a vida da personagem antes da cadeia, quando a jovem sai da casa dos pais em busca de ter sua carreira, conquistar a liberdade sexual e controlar o pr�prio corpo.
O terceiro trabalho da atriz � ‘A batalha da Rua Maria Ant�nia’, dirigido por Vera Egito. O filme estreia amanh� e tamb�m � uma reflex�o sobre a luta do movimento estudantil durante a ditadura.
Valentina comemora a dose tripla no festival e conta como foi tratar de assuntos t�o complexos, com personagens t�o fortes e distintas. “Todos falam sobre a hist�ria do pa�s, n�, dois s�o sobre a ditadura. Esse aqui sobre o in�cio do s�culo XX e o tr�fico de mulheres, que acontece at� hoje, a viola��o dos corpos. Para mim, fazer cinema s� faz sentido podendo contar a hist�ria. Falar do passado e do presente”, resumiu.
‘Mate-me, por favor’
A hist�ria da carreira de Valentina Herszage tem rela��o direta com o Festival do Rio: em 2015, ela participou com o longa ‘Mate-me, por favor’, dirigido por Anita Rocha da Silveira. A atriz protagonizou o filme – o primeiro de sua carreira – e acabou levando o pr�mio Redentor de Melhor Atriz daquela edi��o.
O epis�dio foi fundamental para que ela decidisse que queria de fato se tornar atriz. “Foi um momento em que eu entendi que eu queria fazer isso como of�cio. Existe esse momento em que a gente entende que pode ser uma profiss�o e que a gente deve levar ela s�rio e estudar. A partir da�, eu n�o parei de estudar”, revela.
Al�m dos lan�amentos nas telonas, Valentina tamb�m est� no ar em ‘Elas por elas’, da TV Globo, como a maluquinha Cris. A atriz conta que s�o desafios completamente diferentes, at� mesmo pela veia c�mica da personagem da novela das seis. “� uma loucura porque ‘Elas por elas’ � com�dia. Eu estou me divertindo horrores, pouqu�ssimas me diverti tanto. Eu fa�o essa blogueira, que � uma figura emblem�tica dos dias de hoje, n�? Ent�o tentei n�o levar ela muito a s�rio, porque �s vezes pode ficar chato. Eu quis realmente fazer um pouco de uma piada e me divertir com isso e fazer as pessoas refletirem a quest�o da vaidade, das telas e das imagens”, explica.
Foi justamente fazendo com�dia que Valentina se tornou conhecida do grande p�blico. Ela viveu a adolescente Bebeth, em ‘Pega pega’, de 2017, e Fl�via, de ‘Quanto mais vida, melhor’, exibida em 2021, ambas no hor�rio das 19h. “Eu adoro fazer com�dia. Eu gosto muito de fazer cinema, gosto de falar de hist�ria, de pol�tica, mas eu acho important�ssimo ter um momento em que a gente pode se soltar tamb�m e ser teatral, no melhor sentido da palavra. Adoro poder brincar com essa versatilidade”, conta.
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