Karine Teles caracterizada como Cecília para a série 'João sem Deus'

Karine Teles vive Cec�lia na s�rie 'Jo�o sem Deus'

Reprodu��o/Canal Brasil
Ap�s ganhar o p�blico como Madeleine no remake de ‘Pantanal’, a atriz Karine Teles vive uma jornada dupla nas telinhas. Al�m de viver Carol em ‘Elas por elas’, na TV Globo, a artista chega ao Canal Brasil e ao Globoplay, na pr�xima sexta-feira (13/10), como Cec�lia da s�rie ‘Jo�o sem Deus’, produzida pela Ventre Studio. 

A obra foca na luta das v�timas do m�dium Jo�o de Deus. Ao todo, mais de 300 mulheres denunciaram o religioso por abuso sexual. Na s�rie ficcional, Cec�lia � uma das pessoas que buscaram conforto espiritual, mas que acabaram sofrendo a viol�ncia. A personagem � irm� de Carmem (Bianca Comparato), disc�pula do m�dium e que custa a acreditar nos relatos das mulheres violentadas. 

A s�rie foca no ponto de vista das v�timas, deixando Jo�o de Deus, vivido por Marco Nanini, como mero coadjuvante na hist�ria. Cec�lia busca ajuda em Abadi�nia por conta de um tumor no c�rebro e, ap�s ser abusada, entende que sofreu uma viol�ncia e decide sair do Brasil. Ela decide voltar ap�s saber das den�ncias feitas por outras mulheres.
Com uma carga dram�tica forte, Cec�lia entrega emo��o na medida certa. Ao Estado de Minas, Karine Teles contou como foi o processo de cria��o da personagem e fez um balan�o sobre o atual momento da sua carreira. Confira: 

Estado de Minas: Como surgiu a Cec�lia para voc�?
 
A Marina Person (diretora) me chamou falando que tinha essa s�rie que ela tava fazendo. A Bianca Comparato e o Ant�nio Saboia j� estavam no elenco.E a� quando eu li os tr�s roteiros, eu entendi do que que a gente estava falando e fiquei muito impressionada com a qualidade do roteiro e super aceitei fazer. Da�, a gente teve um processo muito bacana de prepara��o, muitas conversas, muitas trocas, horas de chamada de v�deo (ainda era um pouco pandemia). 
E quando a gente chegou finalmente para filmar depois desse trabalho, j� tinha um ch�o constru�do para a gente lidar com o que o que vem sempre na filmagem.

EM: Voc� chegou a visitar Abadi�nia? 
 
N�o 

EM: Ficou com vontade? 
 
N�o (risos). Eu tinha ouvido falar em Abadi�nia, mas nunca tive vontade de ir nem nada. Fui tomar conhecimento maior quando o esc�ndalo estourou, n�? Conhe�o pessoas que foram e que se sentiam muito bem l�, e que o local fez muito bem para elas. N�o conhe�o ningu�m que tenha sofrido abuso, mas s� tomei conhecimento mesmo para me preparar para a s�rie.

EM: Voc� j� tem muitos anos de carreira, mas voc� acabou se tornando mais pr�xima do grande p�blico. Voc� se tornou mais pr�xima com o ‘Pantanal’, n�? Como foi essa virada de chave na sua carreira?
 
Eu acho que t� virando ainda (risos). Eu ainda n�o consigo te dizer o que eu acho que aconteceu, como que as coisas est�o sendo. Quando eu fiz ‘Pantanal’, quando a minha participa��o come�ou a ir ao ar, eu j� tinha gravado praticamente tudo e ainda era um pouco pandemia, ent�o a gente n�o estava tanto na rua. Quando eu estava, era de m�scara, eu n�o sentia muito assim. Agora, estou fazendo outra novela (‘Elas por elas’) e estou entendendo aos poucos. Eu acho que daqui alguns anos eu vou conseguir saber o que que isso representou na minha hist�ria, de que forma isso alterou alguma coisa. 

Mas, de qualquer maneira, eu sinto que � uma possibilidade de entrar em contato com pessoas que, infelizmente n�o tem acesso ao cinema. A minha carreira era literalmente no cinema, e a gente sabe que a maioria dos munic�pios do Brasil n�o tem sala de cinema. Ent�o ou � a televis�o ou nada, porque muita gente n�o tem nem condi��o de pagar uma assinatura de um streaming. A novela ainda � uma forma muito popular e muito eficiente de chegar nas pessoas. 

Ent�o eu estou muito feliz que eu esteja fazendo essa novela especificamente, porque tem protagonismo feminino, discute quest�es importantes das mulheres de uma maneira leve, engra�ada e divertida. Ent�o estou animada, mas eu s� vou entender daqui a um tempo.

EM: Voc� acompanha o que as pessoas falam de voc� na internet, nas redes sociais?
 
N�o, porque eu acho que internet � terra de ningu�m, n�? As pessoas t�m muito menos filtro na internet do que elas t�m na vida real. E eu acho que isso n�o contribui para o trabalho, pelo contr�rio, pode acabar me atrapalhando, se ele � um coment�rio agressivo . Eu tenho s� meu Instagram e,mesmo assim, eu entro pouco e n�o entro no Twitter nem que me paguem. 
 
�s vezes, as pessoas me mandam alguma coisa que que est�o falando e tal, mas eu n�o entro de jeito nenhum mesmo. Quando eu posto alguma coisa, eu tenho muito cuidado assim de ler os coment�rios, porque as pessoas n�o t�m no��o do impacto que causa na vida dos outros. 

Imagina algu�m parar chegar para voc� na rua, algu�m que nunca te viu, que n�o sabe quem voc� �, e fala que seu cabelo � feio? S�o coisas que as pessoas n�o fariam na vida real, mas essa coisa da figura que est� na tela d� uma confus�o. E mais a internet,  que tem uma falta de cuidado com o outro muito grande. Ent�o, realmente me protejo um pouquinho.