A "Chuva de poesia" foi uma a��o criada por Guilherme Mansur, um dos fundadores do F�rum das Letras
"O F�rum das Letras voltou a ter o brilho que tinha antes." Com essas palavras, a professora Guiomar de Grammont, curadora do evento liter�rio realizado em Ouro Preto, sintetiza o que foi a 18ª edi��o, cuja programa��o chegou ao fim neste s�bado (21/10). Ela diz que, passada a pandemia e os "anos de obscuridade", pode-se dizer que o F�rum retomou seu curso com toda a for�a.
Ela aponta que todos os autores convidados se reuniram em torno da imagem e da obra de Mansur. "Foi uma edi��o com nostalgia, mas sem melancolia, porque sabemos que ele gostaria de estar entre n�s, festejando", diz.
Ela destaca que o F�rum das Letras 2023 foi palco tanto para debates de alto n�vel intelectual quanto um encontro descontra�do de amigos em torno da literatura. Entre os convidados, estiveram presentes o escritor Ricardo L�sias, o jornalista Leonardo Sakamoto e Bruno Meyerfeld, correspondente do di�rio franc�s "Le Monde" no Brasil.
"Guilherme dizia se tratar da poesia vista como um sentimento do mundo, como escreveu Drummond, com todas as coisas eivadas de poesia"
Guiomar de Grammont, curadora do F�rum das Letras
"Tivemos uma mesa redonda incr�vel sobre produ��o editorial de livros infantojuvenis na abertura, e tamb�m debates muito interessantes sobre poesia, edi��o e tipografia, que foram os temas centrais do evento, por causa do Guilherme", diz a curadora.
Com o tema "Materialidades da poesia", a programa��o do F�rum, que � uma realiza��o da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), tamb�m contou com espet�culos, oficinas para crian�as, pe�as de teatro, shows e exposi��es.

P�blico do F�rum das Letras sob a 'Chuva de poesia', que encerrou a edi��o 2023 neste s�bado
Alexandre Martins/Divulga��oDuas delas seguir�o em cartaz at� o pr�ximo dia 29: "Cantando a pedra", sobre a obra de Mansur, e "La maison de Clarice", focada em Clarice Lispector.
Hoje tamb�m o p�blico de Ouro Preto e visitantes da cidade hist�rica puderam conferir a tradicional "Chuva de poesia", em que milhares de folhas de papel colorido com tipografias especiais s�o lan�adas ao vento do alto das torres das igrejas, sobretudo a de Nossa Senhora do Ros�rio dos Homens Pretos.
Criada ainda nas primeiras edi��es do evento por Mansur, que � cofundador do F�rum das Letras, ela enche as ruas e pra�as da cidade de beleza e sensibilidade, segundo Guiomar.
Ela se recorda que o poeta e tip�grafo a repreendia quando falava no plural, "Chuva de poesias". "Guilherme dizia se tratar da poesia vista como um sentimento do mundo, como escreveu Drummond, com todas as coisas eivadas de poesia", diz.
Ela destaca que o homenageado desta edi��o - ao lado de Cec�lia Meireles (1904-1964), que o F�rum das Letras tamb�m celebrou - pensava a "Chuva" como uma antologia de poemas, muitas vezes dedicada a um tema, homenageando um poeta ou artistas que tenham "cantado" Ouro Preto. "Ele fez 'Chuvas' para mulheres, para crian�as, para Drummond", situa.

A exposi��o "Cantando a pedra", sobre a obra de Guilherme Mansur, fica em cartaz at� 29/10
Mila Damasceno/Divulga��oEm fun��o da doen�a degenerativa de que sofria, Mansur come�ou, num dado momento, a n�o poder lan�ar os poemas, ent�o formou um grupo de jovens, batizado Tup� na Torre, que cumpria essa miss�o, al�m de fazer o trabalho na gr�fica e cuidar da log�stica do evento, de acordo com Guiomar. Ela salienta que, ainda hoje, � uma a��o muito estimada pelos moradores da cidade, que segue tendo desdobramentos importantes.
"Percebo o carinho que Ouro Preto tem pelo F�rum das Letras quando vou pedir apoio. Mesmo com a cidade lotada, todas as pousadas me concedem dois apartamentos para hospedar os convidados. O mesmo com os restaurantes, que s�o parceiros. � um evento muito querido e muito democr�tico. Efig�nia Carabina, uma figura conhecida pelos moradores daqui, quase folcl�rica, diz que voltou para a escola para poder ler os poemas dos autores que v�m participar do F�rum", conta.
Diferentemente do que vinha acontecendo nos �ltimos anos, o F�rum das Letras contou, para esta 18ª edi��o, com um aporte financeiro do poder p�blico.
"A universidade nos deu apoio no transporte, com as passagens a�reas para os convidados que vieram de fora. Tamb�m contamos com um suporte importante do com�rcio local e com a parceria da Embaixada da Fran�a, que possibilitou a exposi��o 'La maison de Clarice' e a presen�a do Bruno Meyerfeld. O resultado � que tivemos uma aten��o maior do grande p�blico", diz Guiomar.
*Para comentar, fa�a seu login ou assine