vista geral do Mercado Ojá

O Mercado Oj� ser� instalado no Parque Municipal, com a participa��o de diferentes representantes de neg�cios afro de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana

P�mela Bernardo / divulga��o

As pol�ticas p�blicas e as express�es art�sticas que o 12º Festival de Arte Negra de Belo Horizonte pretende abarcar, a partir desta segunda-feira (23/10), encontram um ponto de converg�ncia nos tr�s chamamentos lan�ados em setembro para selecionar as propostas que comp�em a programa��o do evento.

O primeiro foi para a sele��o de manifesta��es art�sticas das �reas de m�sica, teatro, dan�a, cinema, literatura e cultura popular, entre outras.
J� o segundo foi para artistas com interesse em fazer parte da resid�ncia art�stica “Cora��o tambor” –  uma imers�o coletiva que resultar� em exposi��o/performance a ser apresentada no dia 28.

O terceiro chamamento, por sua vez, foi voltado para empreendedores afro de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana, desejosos de participar do tradicional Mercado Oj� do FAN-BH, que tamb�m estar� montado no Parque Municipal.

“Pensamos tamb�m na quest�o da descentraliza��o, com propostas vindas de diferentes regi�es da cidade; pensamos nos novos artistas, que ainda n�o t�m muitas possibilidades de mostrar o trabalho; e pensamos na quest�o da diversidade de g�nero. Tivemos, ainda, os crit�rios t�cnicos, que passam pela viabilidade da execu��o das propostas e pela adequa��o delas ao eixo conceitual desta edi��o do FAN”, detalha Vanessa Santos, integrante da comiss�o organizadora do festival.

Ela diz que a sele��o dos artistas interessados em participar da resid�ncia art�stica e dos empreendedores que comp�em o Oj� seguiu mais ou menos o mesmo racioc�nio. A gestora do Cine Santa Tereza observa que o “Cora��o Tambor” se ancora na ideia de multidisciplinaridade, por isso a escolha dos 10 artistas residentes foi guiada por crit�rios de g�nero, regionalidade e diversidade de linguagens com que os inscritos trabalham, pensando, por exemplo, na rela��o das artes visuais, das artes c�nicas e do audiovisual com o tambor.

“Com o Oj� foi a mesma coisa. Pensamos na diversidade, trazendo propostas de �reas e ramos de neg�cios diferentes”, diz. Isa Paulino complementa a ideia: “Tem a ver com a quest�o da sustentabilidade, do 'dinheiro preto', de como faz�-lo circular entre as pessoas pretas, ent�o selecionamos empreendedores de diversas �reas – gastronomia, moda, beleza, est�tica, literatura, entre outras. Tamb�m levamos em conta a originalidade dos produtos”.

No que diz respeito aos artistas convidados, ela diz que as escolhas foram orientadas pelo pr�prio conceito do festival, de ser uma tr�ade temporal, um aquilombamento de gera��es. “A gente traz MV Bill, Fundo de Quintal, Chico C�sar e tamb�m abrimos espa�o para homenagear as express�es locais, como o Baile da Saudade, que est� completando 40 anos, e o hip hop, em fun��o das efem�rides (2023 marca os 50 anos desta cultura no mundo e 40 no Brasil).

Al�m de observar a quest�o geracional, pensamos na pluralidade de nomes, com estilos, idades e g�neros diferentes, que traduzem o conceito do 12º FAN”, destaca.

Para a secret�ria municipal de Cultura, Eliane Parreiras, o FAN-BH cumpre a fun��o de apresentar, resgatar e difundir diversas manifesta��es de matriz africana, reunindo um recorte significativo da riqueza cultural existente em Belo Horizonte, no Brasil e em outros lugares do mundo.

“Exatamente por representar essa pot�ncia cultural e art�stica, o festival, enquanto pol�tica p�blica municipal de cultura, � fundamental para a forma��o de p�blico, al�m de fortalecer o setor art�stico e cultural da cidade”, afirma.

Um dos integrantes da comiss�o curadora, o rapper Douglas Din diz que o processo de pesquisa para a realiza��o desta 12ª edi��o foi intenso e enriquecedor, tanto para a constru��o da programa��o quanto para a amplia��o da vis�o sobre a for�a das artes negras de Belo Horizonte e do Brasil. “Acredito que vamos celebrar esse momento com alegria e abertura para absorver a riqueza desses dias”, comenta.