Teatro Egípcio

Pelo acordo, Teatro Eg�pcio poder� ser usado pela Netflix para exibi��es de produ��es da pr�pria gigante do streaming

Robyn Beck / AFP

 
O Teatro Eg�pcio, onde h� mais de um s�culo foi realizada a primeira estreia de Hollywood com um tapete vermelho em seu p�tio decorado com falsos hier�glifos, reabre esta semana, agora administrado pela Netflix.
 
Parte da hist�ria do cinema, este teatro de Los Angeles pode parecer um investimento improv�vel para a gigante do streaming, que fez fortuna ao convencer os espectadores a assistirem a filmes em seus televisores, computadores e at� celulares.
 
Mas, para um dos CEOs da Netflix, Ted Sarandos, a oportunidade de salvar essa institui��o em ru�nas e, no processo, mostrar a r�pida transforma��o de agente disruptivo em ator-chave na ind�stria do entretenimento, era imperd�vel. "Hollywood gira em torno de s�mbolos", disse Sarandos.
 
"O letreiro de Hollywood e este cinema s�o, provavelmente, os dois s�mbolos mais ic�nicos de Hollywood (…) Este, infelizmente, estava caindo aos peda�os", acrescentou o executivo.


DE ROBIN HOOD A CHAPLIN

O cinema abriu suas portas pela primeira vez em outubro de 1922, com a estreia mundial de "Robin Hood", de Douglas Fairbanks. Antes desse evento, a crescente ind�stria do entretenimento estava concentrada no Centro de Los Angeles, a poucos quil�metros de dist�ncia.
 
Os organizadores instalaram uma ilumina��o deslumbrante para fascinar a multid�o e estenderam um tapete vermelho no p�tio interno do cinema para convidados VIP, como Charlie Chaplin. Essa inova��o bus cou imitar a etiqueta real da Europa e se tornou um modelo para as estreias nessa ind�stria.
 
Nas d�cadas seguintes, o Teatro Eg�pcio enfrentou tempos mais dif�ceis e sofreu danos significativos com o terremoto de Los Angeles, em 1994.
 
Passou para as m�os da Cinemateca Americana, uma institui��o sem fins lucrativos, que reparou o pr�dio, mas teve dificuldade em financiar sua manuten��o, at� que chegou a Netflix.


REFORMA DE MILH�ES

A lucrativa plataforma concordou em financiar as obras de renova��o do cinema. O custo n�o foi divulgado, mas as estimativas giram em torno de US$ 70 milh�es (R$ 342,3 milh�es na cota��o atual).
 
Pelo acordo, a Netflix usar� o teatro durante a semana para suas exibi��es, o que j� come�ou na �ltima quinta-feira (9/11), com a sess�o de  "O assassino", de David Fincher, enquanto a Cinemateca exibir� cl�ssicos, como "Lawrence da Ar�bia", nos finais de semana.
 
"Alugamos salas de cinema o tempo todo, em Nova York e Los Angeles, para estreias e eventos", disse Sarandos. "Por isso que a ideia de fazer esse esfor�o em algo que resulte na preserva��o de algo grandioso era sentido como uma vit�ria para todos", completou.
 
A jogada � a mais recente declara��o de inten��es de uma empresa que tem investido fortemente, nos �ltimos anos, para atrair para seus filmes os mais renomados diretores e atores das telonas e para consolidar sua posi��o como uma companhia no cora��o do ecossistema de Hollywood, com respeito por suas tradi��es.
 
H� alguns anos, a gigante do streaming tamb�m assumiu o hist�rico Teatro de Paris, em Nova York. (AFP)